Capítulo 30: Biscoito

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— Fique aí - Ordenei para que Suzuki não se aproximasse.

— Victor... - Ele olhou para Albert que estava inconsciente — Não temos tempo para explicar tudo agora, a prioridade agora é salva-lo, depois irei responder tudo que queira e pode me amaldiçoar como desejar.

— Foi ele quem me orientou e me ajudou a te tirar das mãos dos cientistas - Disse Heitor 

Deixei que se aproximasse.

Albert foi colocado deitado em um sofá, logo em seguida Suzuki trouxe um pequena bolsa, onde dentro havia um frasco e uma seringa pronta para uso.

— O que é isso? - Questionei antes que ele inserisse o liquido do frasco na seringa.

— É um antidoto, descobri recentemente que seus que seus pais tinham um pequeno laboratório escondido na floresta, haviam diversas anotações sobre esse caso, incluindo um antidoto, mas não deportei isso para os outros, pois sei muito bem do que são capazes de fazer se souberem disso. - Ele inseriu o liquido na seringa. — Eu modifiquei o seu sangue antes deles inserirem no Albert, por isso ele não está completamente multado. - Ele suspirou antes de continuar.

— Victor, eu não queria engana-los, realmente era minha intenção ajuda-los, mas não tive outras alternativas, eles estavam suspeitando de te-los ajudado daquela vez, então tive que mostrar minha "lealdade" para eles. - Suzuki virou para Albert e limpou o local que seria injetado no braço. — Contratei um cientista corrupto que vivia do outro lado, Issac, para que reportasse tudo e poder traze-los de volta ao menos em segurança, fiz planos para que conseguisse escapar do subsolo, até mesmo o liquido que você jogou nos cientistas foi eu quem colocou ali, eles não seriam estúpidos de deixar algo assim naquele lugar e na quele momento, não acha? 

Eu estava em uma luta mental, se acreditava ou não, eu já não tinha ideia sobre mais nada, apenas queria que Albert voltasse, que ficasse bem.

— Victor - Suzuki  se voltou para mim — Me permite ? - Ele questionou sobre injetar o liquido, se essa era unica esperança na qual podia me apegar, irei abraça-la e acreditar.

— Você tem minha permissão - Disse me aproximando e vendo todo o processo que não demorou nem dois minutos, rapidamente o liquido foi injetado, mas nada havia acontecido, tínhamos que esperar  que a solução se espalha-se por todo seu sistema, o que não sabia quanto tempo iria levar, mas durante todo esse tempo eu não iria sair do lado dele, iria ficar ali segurando sua mão.


Narrado por Heitor 

 Ao entrar naquela sala, de imediato Victor olhou para Suzuki com ira. Expliquei que ele foi o autor de todo plano que nos livrou das celas, e das mãos dos OMRs por enquanto, mas isso não auxiliou muito, Victor continuou desconfiado, mas não tiro sua razão. 

Suzuki ajudou a colocar Albert deitado sobre uma das poltronas, depois disso eu apenas queria saber de uma coisa: Gaia. 

Direcionei minha visão a ela, me aproximei e a abracei, estava aliviado por ela estar bem, e ela provavelmente sentia o mesmo, o alivio por me ver bem, por ter voltado sem nenhum dano, não precisávamos de palavras para nos comunicar, apenas naquele abraço foi o suficiente para compreender.

Minha preocupação diminuiu em uma parte, mas a outra parte ainda havia que ser resolvida, a decisão de Victor, ele é quem irá decidir o ruma que isso levará.

Ele confirmou com Suzuki, e agora o que nos restava era apenas esperar pelo que estaria por vir.

Victor em nenhum momento saiu de perto da presença de Albert, ele não pronunciava nada, e  eu não sabia o que fazer nessa situação, o melhor que puderia fazer era dar-lhe espaço.

Todos decidimos ficar um pouco distante dos dois, Suzuki e Hope ficaram conversando em um canto da sala, enquanto eu e Gaia ficamos do outro lado perto de uma bancada que fazia uma pequena divisão do espaço daquele comodo, era basicamente uma dispensa.

— Acha que Albert vai ficar bem? - Gaia olhava para os dois quando fez a pergunta.

— Tenho esperança que sim.

— Se ele acordar, ainda vai ser ele? acha que ele vai voltar a ser como antes? - Ela voltou seu rosto em minha direção, fiquei alguns segundos analisando sua pergunta e suspirei ao responder.

— Eu não sei... de todo modo, nenhum de nós vai voltar a ser  como antes. Lembra como eramos antes? Nossas vidas mudaram drasticamente até os dias atuais, e não tem mais como voltar, apenas nos adaptarmos a nova realidade, sabe... mesmo que Albert não volte a ser como antes, eu ainda irei considera-lo um amigo, assim como Victor, mesmo que tudo mude, ao menos vamos mudar juntos, e é isso que importa, não vamos nos preocupar com o futuro inserto, vamos apenas focar no que podemos fazer no presente, apenas assim vamos conseguir seguir em frente.

— Para alguém que viveu do outro lado, você é bem positivista e leal - Disse uma voz feminina atras de mim, Hope.

— Estou na duvida se isso foi um elogio ou uma ofensa - Disse em um tom sarcástico devido ao modo que ela se dirigiu a mim.

—Encare como um elogio - Ela disse dando um tapinha em meu ombro ao passar em direção a uma estante perto da bancada, e retirou um pequeno pacote de biscoito dela.

Gaia ficou observando-a abrir o pacote e comer um dos biscoito, ela não tentou nem disfarçar sua vontade de querer comer aquilo também. Hope percebeu e entregou os biscoitos para ela.

— Se você quiser comer alguma coisa apenas fale - Pronunciou Hope — Pode pegar o que quiser também, crianças deveriam se alimentar bem. - Finalizou levantando sua mão ao alto da cabeça de Gaia, bagunçando seu cabelo, e ela sorriu, Hope sorriu lindamente, retirando aquela afeição carrancuda que mostrava, nesse momento ela parecia mais humana, mais bela. 

Meu desvaneio pela sua afeição terminou quando ela chamou por meu nome.

— Heitor - olhei para ela — Ele acordou!

Por um segundo fiquei processando sua frase, até que entendi, virei meu rosto rapidamente e me deparei com aquela cena empolgante, Victor abraçava Albert que agora estava consciente. 





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