Capítulo 21: Cachorros mortais

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Havíamos levantado e seguido nosso destino quando os primeiros raios do sol, ainda tínhamos um longo caminho a percorrer, mas provavelmente iriamos chegar antes do fim do dia, isso se não houver nenhum imprevisto, espero que não.

Durante o percurso, Albert caminhou ao meu lado enquanto segurava minha mão, era notório o quanto ele estava feliz, mesmo que ainda tivéssemos que andar até criar bolhas no pé.

Heitor não interviu entre nos dessa vez, parece até que ele estava apenas me provocando para tomar a iniciativa, talvez tenha sido isso mesmo, e por citar, ele agora carrega Gaia nas costas, mesmo ela sendo uma garota forte, ainda é apenas uma criança, ela já havia aguentado bastante durante todo esse percurso.

Issac era nosso guia, tomando a frente e mostrando o caminho, tudo ao nosso redor era apenas a vegetação, arvores, diversas plantas e flores, cores vibrantes de verde, amarelo, vermelho e laranja, algo completamente diferente do que eu costumava ver dentro daquelas muralhas, me dou conta de que aquele lugar, apenas restringe as pessoas de verem o todo, obrigadas a aceitar apenas aquilo que o governo deseja, e resta apenas a nos mudarmos isso, e irei a frente nisso não importa o que ocorra, farei isso em nome daqueles que não puderam, como meus pais mortos injustamente, e pela liberdade de todos, pela liberdade proibida.

Isaac para de andar e dá um sinal para pararmos também: — Estamos quase saindo da floresta, vamos passar por uma area que geralmente os caminhões dos guardas da OMRs passam, então temos que ter cuidado e ficar atentos. - Concordamos e seguimos em frente, estava nervoso, mas segui adiante enquanto apertava a mão de Albert, como meu conforto e solução contra a ansiedade.

Havia uma estrada de divisória entre a floresta e um campo cheio de casas abandonada e acabadas, algumas estavam detonadas,  nosso destino ficava depois daquela cidade destruída, mas tínhamos que ser cautelosos, pois poderia ser encontrado de tudo entre os destroços, ou alguém, não sabemos o que nos espera.

Passamos pela estrada normalmente, não havia nenhum sinal de caminhões, então adentramos na cidade, todos se aproximaram mais, para que se chegasse a ocorrer algo, o outro logo ajudaria.

Para uma cidade no meio do nada, ela era bem grande, iriamos demorar para chegar ao seu final, ainda mais andando, comecei a me questionar se conseguiríamos chegar ainda hoje, mas não tentei me manter positivo, pois ter pensamentos negativos só pioraria tudo e me estressaria.

Era um pouco difícil andar ali, devido a vários obstáculos, arvores que caíram, carrocerias no meio da rua, estravas cheias de buracos e desgastadas, e alguns objetos que nem sequer sei como foram parar ali. Tudo estava tranquilo, não se ouvia nem sequer um ruido, apenas as dos nossos passos, mas nos surpreendemos quando escultamos o latido de uma cachorro, como era possível um animal sobreviver em um lugar desses?  A menos que alguém cuide dele. 

O latido estava ficando mais alto, mostrando que estava se aproximando, como precaução, entramos dentro de uma casa acabada rapidamente, eu e Albert observamos pela brecha da janela enquanto Heitor e Issac observavam pelos furos que haviam na porta de madeira, e Gaia ficou sentada na cadeira empoeirada que havia ali perto.

O cachorro a principio estava sozinho, ele não estava nem sequer desnutrido, então alguém deve cuidar dele, a questão do momento é saber quem, se era inimigo, ou amigo. O cachorro parou de latir e sentou no meio da rua, olhando para o nada, me assustei ao sentir o toque de Albert me afastando para trás, e o mesmo fez um sinal para que Heitor e Issac saíssem de perto da porta, antes que eu pudesse questionar, ele fez um gesto para que ficássemos em silêncio. 

Ele andou pela casa examinando-a, e após isso pediu para segui-lo, todos fizeram isso, e fomos direcionado para a porta dos fundos, ao sairmos, ele ainda pediu para nos mantermos em silêncio, obedecemos e ele nos levou para longe daquela casa, basicamente, andamos duas quadras até entrarmos e outra casa, que estava em um estado melhor que a anterior, foi quando Albert nos explicou o motivo disso tudo.

— Já muitas vezes aquela especie de cachorro, eles são os mascotes dos superiores da guarda dos OMRs, cresci vendo o treinamento deles e como são domesticados, eles são capacitados para farejar e ouvir qualquer ruido feito por humano a cerca de dez metros da area designada, seja mesmo uma paço que alguém dá, ou um sussurro, eles são capazes de ouvir, eles também  são muito agressivos,  se seu dono disser para atacar, ele partem para cima e não param ate que seu alvo não respire.

— Será que ele nos ouviu ? - Perguntou Issac

— Creio que não, a casa estava quase dez metros de distância dele, e saímos sem falar nada, então, imagino que não, mas é bom ficarmos alerta, pois pode ter mais de um por essa área, então é bom não nos comunicarmos por fala.

— Se eles estão aqui, os guardas também estão - Heitor se pronunciou com um tom de voz baixo.

— Sim, eles devem estar em algum lugar em um raio de vinte metros, é o máximo que uma cachorro daquele se distância de seu dono.

— Então não estamos seguros aqui, temos que sair o quanto antes dessa cidade - Complementou Issac — Essa é a primeira vez que os vejo aqui, sempre que passava por aqui, não tinha ninguém, o no máximo passava um caminhão pela rua de divisa da floresta com a cidade.

— Tem algo estranho - Respondi — Eles não mudaria a rotina assim do nada, alguma coisa deve estar acontecendo.

— Talvez eles esteja atras de vocês dois, já que são literalmente fugitivos -  Disse Heitor

— Pode ser, mas isso não é justificativa suficiente para mudar mudar a rotina deles do nada, se querem vir atras de nos, eles mandariam um grupo de guardas comuns e não superiores com cães capazes de matar - Tentei justificar 

— Ou talvez você seja mais importante do que pensa Victor - Disse Issac — Victor, você deve ser a chave para eles descobrirem sobre o desenvolvimento da pesquisa que seus pais fizeram, você é de estrema importância para eles, vivo ou morto... 

— Pois se eles não vão conseguir nenhuma das duas opções, não vou deixar todo o trabalho que tivemos até agora ir por aguá abaixo. - Falei confiante, mas por dentro não estava tanto assim.

— Não apenas você, nós não iremos deixar nada acontecer contigo e nem com ninguém, pois também queremos que aquele governo corrupto se dilacere, não importa o que ocorra, vamos seguir como o planejado. - Heitor se pronunciou e todos concordamos.

 




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