Depois do que aconteceu, fiquei trancado no banheiro por um período que não sei o quanto durou. Quando criança, antes de vir para o internato, eu sofri assédio pelo meu tio, ele ficou com a minha guarda desde que meus pais morreram. Por sorte um dia alguém ouviu meu pedido de ajuda, ele foi preso e como não tinha nenhum outro parente fui designado para esse internato.
Quando Albert ousou tirar minhas roupas, essa sua atitude me vez entrar em pânico.
Quando sai do banheiro ele estava sentado na cadeira enfrente a escrivaninha. Ele tornou sua direção para mim querendo dizer alguma coisa, mas o ignoro e vou direto para cama dormir.
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Ainda com os olhos fechados de sonolência, me viro para o outro lado, automaticamente por causa do susto no qual tive por ele está ali deitado do meu lado, dei um chute que o fez cair no chão.
Com um grunhido de dor ele se levanta e me encara, mas não pronuncia nada, parou de me olhar e foi para o banheiro, ele saiu já vestido com o uniforme escolar. Logo também fui em direção ao banheiro para fazer minhas higienes e depois ir para a aula.
Durante os horários de aula e até mesmo os intervalos, ele não pronunciou sequer uma palavra a mim, apenas ficou me observando e me seguindo, o que é irritante.
Como não trouxe nada para comer novamente, estava morrendo de fome, sem contar na dor de cabeça que sentia, queria apenas deitar em minha cama e me dizer ser puxado pelo abismo dos sonhos. É agoniante ser vigiado o tempo todo e o que mais me irrita é não poder planejar minha saída dessas muralhas. Isso não pode continuar assim, tenho que pensar em um modo, alguma coisa para ele ficar longe de mim, pelo menos um curto tempo, para poder bolar a nova fuga. Mas como vou fazer isso? .... acho que sei como despistar ele e ficar sozinho.
Como o próximo período vai ser estudo livre, posso usar essa oportunidade para escapar da sala falando para o professor que quero ir no banheiro, mas ao invés de ir no banheiro irei para um depósito que praticamente ninguém entra lá, é mais seguro e menos óbvio do que ir para o terraço. Não acho que Albert me encontraria lá.
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O período de estudo livre começou, quase todos estavam focados, alguns apenas fingiam estar, outros faziam duplas ou um grupinho para discutir sobre o estudo.
Albert não parava de me observar como sempre, podia sentir seu olhar sobre mim. Que irritante... fiquei apenas estudando, esperando passar alguns minutos antes de pedir para sair.
Se passou cerca de uns quinze minutos, levantei a mão para chamar a atenção do professor
— Professor posso ir ao banheiro? - Ele olhou para mim e depois deu permissão com apenas um balanço positivo de sua cabeça.
Quando passei pela porta pude ouvir Albert pedir permissão também, porém o professor proibiu dizendo que tinha que esperar eu voltar, oque me fez dar um leve sorriso ao ver que ele ficou meio atordoado.
Fui até o banheiro, mas passei reto pelo corredor, passei pelo pátio e andei até a parte de trás do estacionamento onde tinha um pequeno comodo que era utilizado para colocar objetos esportivos, mas que agora é simplesmente um local empoeirado e sem utilidade.
A porta estava trancada com um cadeado, mas consegui abrir com uma chave mestre, sempre acabo passando por esse tipo de coisa, então eu consegui uma chave mestra, consegui não, no caso eu roubei.
Entrei e fiquei lá dentro por um bom tempo, pensando, escrevendo e rejeitando ideias, nem me toquei que já estava ali a mais de duas horas, o período de estudo livre já avia terminado e já estava no último para finalizar e todos irem embora, não vou voltar agora, quando terminar o horário irei pegar minha coisas que ficou na sala e voltar para o dormitório.
O horário de aula terminou, esperei um pouco mais, para que ao menos quase todos os alunos tivessem ido embora.
Sai e fui em direção a sala, quando cheguei ela estava vazia, o único problema era: Onde estava as minha coisas?
Olhei ao redor da sala, mas não vi nada e nem ninguém até que levei um susto quando ouvir alguém falar: — aonde você se meteu?
Me virei para olhar e me deparei com aqueles olhos do Albert, ele estava apenas alguns sentimentos de distância do meu corpo, pude até sentir sua respiração, naquele momento parecia que iria me consumir, pude ver que ele estava furioso.Não consegui proferir nada, fiquei apenas em silêncio, por mais estranho que pareça meu coração palpitou, era como se eu estivesse hipnotizado pois não consegui para de contemplar seus olhos, mas meu foco foi mudando, passando pelo seu nariz e chegando em seus lábios, por alguns segundos. Mas volto a minha sanidade e dei um passo para trás.
— Não vai me responder?
— Primeiro, não lhe devo satisfação sobre o que eu faço ou deixo de fazer. Em segundo você é muito irritante, sério, é insuportável ser observado o tempo todo, eu necessito de privacidade também, sabia? Eu quero liberdade as vezes!
— "Liberdade"? Deveria ter apreciado antes de fazer o que não devia. Ham, eles tinham razão você é apenas um moleque sem escrúpulos. Você quer liberdade? Então faça as coisas corretamente e pare de agir como uma criança.
— "Agir corretamente" você diz. Mas como posso agir assim, quando temos um sistema que é incorreto, um sistema devastador que pensa apenas no seu bem estar e não da população, eles não são líderes, são apenas uma fraude, onde todos tem que suportar, suportar ser tratado como meros insignificantes, aturar a humilhação, aturar ser fantoches. E você dizendo "agir corretamente" como vou fazer isso se nem eles fazem? Hein? Me diga como?
— E agir assim vai fazer alguma diferença? Você quer tanto fugir para fora das muralhas, mas me diga, sabe ao menos oque tem lá?
— Eu não sei, mas ao menos vou ficar longe dos OMRs e de você!
— Por que odeia tanto eles?!
— Eu apenas odeio!!
— Está agindo como criança novamente. Anda! Me diga por que os odeia?!
— Porque foi eles os responsáveis por matar os meus pais!
Comecei a chorar nesse momento, Albert ficou com um expressão chocada. Comecei a soluçar, ele se aproximou e me abraçou fortemente, ele não me soltou até que me acalma-se. Quando me acalmei, peguei minhas coisas que estava com ele e fui embora. Durante todo o caminho até o dormitório ele me seguiu, como sempre.
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LIBERDADE PROIBIDA
RomanceVictor Laryck, que sonha com liberdade em uma cidade cercada por muralhas que lhe impedem de ir a qualquer outro lugar, um mundo onde você deve sempre seguir regras, sempre ter alguém que mande em você, lhe tratando como animal. Colocando tudo de s...