Acordei de manhã abraçado ao Albert, ele é tão lindo dormindo. Fiquei olhando para ele por um tempo, até que acordou, ainda com os olhos meios fechados ele sorri para mim: — Bom dia - diz se espreguiçando.
— Bom dia - digo ainda o admirando, como uma pessoa pode ser linda mesmo acabando de acordar?
— Que horas são? - Perguntou se sentando.
— Umas sete da manhã. - digo me sentando ao seu lado. — Vem, vamos comer, porque temos muito o que fazer ainda.- Quando disse isso eu já estava me levantando, mas fui impedido por Albert que segurou meu braço.
— Não podemos ficar um pouco mais? - Ele disse com uma expressão meio triste e que parecia desesperado para que eu obedecesse e ficasse ali com ele.
— Albert, você...está bem? - Pergunto me sentando novamente ao seu lado.
— Eu estou bem.
— Não esta, eu sei que não, você está agindo estranho, e não apenas hoje, mas eu percebi isso faz um tempo... me diz, eu sou seu namorado, e tudo o que estiver lhe atormentando pode falar comigo, eu me preocupo com você, então, pode me dizer o motivo de estar assim? - Ele me encarou por um curto momento e suspirou confirmando.
— Eu apenas não sei se o que estamos fazendo é certo... nos nem sabemos o que tem depois daquelas muralhas... eu quero ir com você, quero lhe apoiar, pois eu te amo, mas ainda isso é difícil para mim, difícil acetar que tudo ao meu redor, o que eu costumava confiar e dar a vida, é apenas uma organização podre e corrupta...isso tudo é... eu nem sei disser o que é...mas o que eu sei é que quero ficar ao seu lado, cuidar de você, eu quero nesse presente, aproveitar o máximo para ficarmos juntos. - Ele termina de falar e me encara, mas desvia o olhar, seguro seu rosto e dou um selinho nele, eu teria dado um beijo mais profundo, mas ele ainda não escovou os dentes, encosto minha testa na sua e olho em seus olhas enquanto acaricio sua nuca.
— Obrigado por contar, sei que tudo isso é complicado e confuso, até mesmo eu já duvidei das minhas próprias escolhas, por causa do medo, das inseguranças, mas se não tentarmos nunca iremos saber o que poderia acontecer, sabe... quando eu queria desistir eu começava a pensar, "se eu parar aqui, nunca poderei vingar a morte de meus pais, se eu desistir, nunca saberei a verdade, se eu desistir, nunca poderei dar a essa sociedade uma vida melhor, a liberdade". Isso era e ainda é o que penso, é o que me fortalece, mas desde de que você entrou na minha vida eu acrescentei outra coisa, quer saber o que é? - Pergunto para ele tirando minha testa da sua e ficando apenas o observando.
— O que é?
— Eu quero andar de mãos dadas pelas ruas com você, poder lhe beijar sem que um guarda nos prenda, quero dar a liberdade para expressarmos o que sentimos para todos, quero que todos saibam que essa pessoa na minha frente, é o homem da minha vida, e se eu desistir, não poderei realizar isso.
Albert não disse nada, mas também não foi necessário falar, ele apenas sorriu lindamente para mim, e logo me abraçou, mas... ele estava chorando... eu emocionei tanto assim? pensei rindo um pouco. Ele parou de chorar e me soutou.
— Vamos nos aprontar para irmos? - ele me perguntou e eu fiz um gesto afirmando que sim.
Comemos, tomamos um banho no lago, desmontamos nossa barraca e arrumamos nossas coisas, estávamos prontos para continuar.
Já tínhamos caminhado uma parte da floreta, estávamos quase chegando nas muralhas. Albert e eu não conversamos muito nesse período de tempo, ele provavelmente deve estar pensando em varias coisas.
Estávamos a alguns metros de distância da muralha, estávamos escondidos atras de umas arvores, e ficamos observando os guardas, Albert tinha razão, tem bem menos guardas aqui. Algo estranho aconteceu, três carros pretos apareceram e ficaram em frente ao portão da muralha, um homem desceu do carro, estava vestindo um terno, cabelo penteado para traz, ele... não pode ser, o quê que os OMRs estão fazendo aqui?! eles deviam estar na programação do festival. Os outros desceram dos carros, fiquei atordoado ao ver que todos, todos eles são os presidentes, eles todos são os OMRs, mas por que? por que estão aqui? não faz sentido. Me viro para olhar Albert, ele estava com uma expressão diferente, como se já esperasse por isso, ele saiu de onde estava escondido.
— Albert... Albert o que está fazendo? - Ele veio em minha direção e segurou meus braços, e me levou em direção aos OMRs — Albert, para! o que está fazendo, me explica, você... você...
Ele me jogou no chão próximo aso pés daqueles homens, olhei para cima, e todos eles estavam me encarando e rindo, me levantei e olhei para Albert, mas ele... tá diferente.
— Victor Larck, você é realmente insistente, ser insistente é bom, mas você esta utilizando ela errado, e isso me irrita, já me causou bastante dores de cabeça, demos uma chance para você mudar seus pensamentos, mas pelo visto, nada mudou. - Um dos homens fala, eu já conhecia ele, esse é o Sebastian, um dos OMRs que se dizia amigo dos meus pais, sendo que provavelmente foi um dos primeiros a abandonar e criticar eles.
Eu nesse momento não ligava para mais nada, não ligava para o que eles diziam sobre mim, a unica coisa que eu queria era que Albert disse alguma coisa, queria saber por que fez isso, por que esta me tratando assim, isso realmente doí, doí muito, eu não aguentei e as lagrimas caíram, eu não entendo mais nada. Albert foi em direção a quele grupinho de homens e ficou entre eles.
— Victor não me diga que realmente acreditou que Albert te amou? Você realmente é estupido, todo esse tempo Albert apenas seguia nossa regra de fazer você ficar próximo dele, bem na verdade não era para vocês se tornarem um casal, mas acabou sendo assim, sinceramente admiro o Albert por ter conseguido fingir que gosta de você, isso é realmente nojento. - Sebastian diz com repulsa. Eu não consigo acreditar nisso, não pode ser verdade, tudo que passamos foi uma mentira? alguma vez me amou? nossos beijos, nossa primeira vez, o pedido de namoro, tudo isso foi você seguindo regras? nenhum dos momento juntos foram reais? suas palavras de amor, apenas eu pensei que era real esses sentimentos?
Minha cabeça estava atordoada, eu estava chorando e olhando para Albert em busca de uma resposta, mas ele nem olhava para mim, me senti perdido, eu tava pouco me lixando para a repulsa de Sebastian, não ligava e nem me importava com o que fariam comigo, eu queria apenas saber de Albert, queria que me dissesse que me amava, quera que vinhe-se me abraçar. Me diga por favor que tudo que ele disse é mentira, que você não seguiu essa regra idiota, por favor lhe imploro.
Já não aguentava mais tudo isso, minha mente se tornou escura, caí no chão e apaguei, mas antes de apagar completamente pude ouvir sua voz chamar meu nome.
Enquanto apagado, sonhei com meus pais, meu pai sentado no sofá da sala e minha mão deitada em seu colo, enquanto eu brincava com meus brinquedos no chão, esse sonho parecia tão real, mas eu sabia que não era, porem aproveitei aquele sensação, todavia durou pouco, os brinquedos com que eu brincava se tornaram sangue, olhei para meus pais e eles estavam mortos, novamente me vejo correndo, correndo na esperança diminuir minha dor, e nessa correria tombo com uma pessoa, Albert, ele sorria lindamente para mim, me tirando do meu transe que a cena da morte de meus pais me fizeram ter, eu estava feliz eu o abracei, mas quando fiz isso ele se desfez, chamei por seu nome, mas não havia resposta, então fiquei sozinho naquela escuridão, chorando e me perguntando o por que que todos os que eu amo me abandonam, eu sou uma pessoa tão ruim assim? Eu não tenho direito de ser feliz? Por que? MÃE!! PAI!! por que? porque me deixaram viver e não morrer com vocês? por que? ALBERT!!! por que disse que me ama? o que eu fiz para merecer isso? Albert meu amor por favor não me deixe sozinho, eu não quero ficar sozinho novamente.
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LIBERDADE PROIBIDA
RomantizmVictor Laryck, que sonha com liberdade em uma cidade cercada por muralhas que lhe impedem de ir a qualquer outro lugar, um mundo onde você deve sempre seguir regras, sempre ter alguém que mande em você, lhe tratando como animal. Colocando tudo de s...