Capítulo 27: Hope

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  — Por favor, minha irmã é apenas uma criança, essas algemas estão machucando-a, poderia por favor soltar as algemas dela? - A mulher observou Gaia analisando-a, e devido ao estado esgotado de Gaia, a mulher se aproximou e a soltou, os pulsos dela estavam roxos e avermelhados devido a aspereza e aperto das algemas.

  — Obrigado - agradeci com sinceridade para a mulher, a mesma me analisou dos pés a cabeça, o que me deixou meio desconfortável, seu olhar tinha um certo ar de dominância, talvez por causa da cor da iris de seus olhos, parece único, um tom cinza chegando ao lilas nas bordas, isso era hipnotizante de certo modo.

  Fiquei ainda mais recessivo e alerta quando ela se aproximou de mim, eu estava de pé escorado na parede da sala, ela chegou perto o suficiente para me encurralar, se aproximou tanto que pude sentir o ar de sua respiração sobre mim, ela não era uma mulher baixa, era quase da minha altura, talvez tivesse 1,70 de altura, eu tinha certeza que esse seria o momento perfeito para escapar, bastava a empurrar, mas deixei a ideia de lado pois essas correntes me impediam de correr para fora. Esse pensamento se desfez ao ouvi-la falar, um tom neutro, nem agudo e nem grave, digamos que sua voz tenha um equilíbrio perfeito, e era notório o tom de autoridade que ela usava, isso era intrigante.

  — Direi apenas uma vez, escute atentamente - Ela fixou seu olhar no meu — Em vinte minutos haverá um apagão, essa porta vai se abrir e nesse momento não vai ter guardas por perto, apenas nos outros corredores próximos, tudo estará escuro a ponto de não enxergar um palmo a sua frente, então siga as instruções que direi - ela se afastou um pouco — Ao sair ande para a esquerda e conte cinquenta passos, a sua direita terá uma porta, entre nela, você terá dois minutos para fazer isso antes que as luzes voltem - Ao terminar ela saiu antes mesmo que eu pudesse questionar algo, não sei se posso confiar nisso, mas era a única escolha que eu tinha, mesmo receoso, escolhi obedecer a essas orientações.

  Gaia estava com as chaves da corrente e da algema que me prendia, ela recebeu as chaves quando a mulher a soltou, nem eu havia visto quando ela fez, apenas soube quando Gaia veio até mim e me libertou das correntes.

  E como dito, ocorreu um blecaute depois que correra os vinte minutos, nada podia ser visto, apenas ouvi o som da porta abrindo automaticamente, segurei a mão de Gaia e saímos juntos, obedecemos a ordem e andamos cinquenta passos pela esquerda, ao terminar de contar os passos, tentei sentir se havia alguma porta a minha direita, e lá estava, rapidamente adentramos, e no instante que entramos as luzes voltaram, se essa decisão que fiz estava certa ou não, não havia mais como voltar atrás.

Duas pessoas estavam na sala conosco, um homem e a mulher de antes, a sala era como um deposito, haviam vairas coisas, mas estava organizado em estantes de ferro perto das paredes, e ao centro uma mesa com alguns papeis. 

— Não nos conhecemos, mas temos algo em comum, duas pessoas que presamos precisa de ajuda, e você é quem pode ajudar - Disse o homem de imediato.

— Victor e Albert? - Citei já sabendo a resposta — Onde eles estão?

— Subsolo, local de experimentos, por isso precisamos ser rápidos. 

— Como posso saber que você é confiável?

— Isso cabe a você acreditar ou não - Justificou o homem — A única coisa que posso lhe contar para que tenha confiança é... - Ele suspirou — Albert é meu filho, eu o criei e eu fui quem ajudou aos dois a saírem pelas muralhas - Sua voz diminuiu o tom a ponto que eu não consegui ouvir o que disse por último — mesmo que não tenha saído tudo como planejado...

  O que havia dito era algo intrigante, intrigante ao ponto de me questionar se era realmente verdade, até porque eles não tinham nada de similar.

— Está se perguntando por que não temos nenhum traço em comum, certo? Albert não é meu filho biológico, eu o adotei e o criei desde pequeno. - Se ele estava mentindo ou não, essa era a unica alternativa na qual eu podia me apegar.

— O que planeja fazer? - Olhei para ele.

— Hope, traga os equipamentos para ele - A mulher se afastou e foi até o fim da sala, em uma das estantes ela pegou duas bolsas e voltou para o contro da sala e as colocou sobre a mesa.

— Dentro dessa bolsa tem um uniforme da guarda, e nessa outra alguns equipamentos que talvez vá precisar -Hope explicou.

  Abri a bolsa com o uniforme, um uniforme de comandante, provavelmente irei ter que lidar com um grupo de guardas que estarão sobre minha direção, todas as peças da roupa eram pretas, coturno de cano longo, calça cargo com vários bolsos, camisa de manga longa, colete aprova de balas, um colete apoiador de armas, um capacete, e uma mascara de pano que deixava amostra apenas os olhos. Isso tudo era surpreendente, mas não tanto quanto a outra bolsa.

— Uma Pistola Taurus G3c de cabine 9mm - Hope começou a descrever cada armamento — Duas facas Karambit de metal maciço e um soco inglês do mesmo material,  uma metralhadora Hecker & Koch MP5, e um fuzil SVLK-14S.  - Ela explicou sobre cada um, mas eu não compreendia nenhum nome que ela falava, sabia apenas que eram armamentos pesados próprios para matar, não é de se admirar que a guarda dos OMRs sejam tão potentes.

— Sinceramente, não entendi nada que me disse - disse em um tom de zombaria — Mas sei que tipo de armas são, isso é suficiente - Parei antes de complementar — Simplificando, temos uma pistola, duas facas, um soco inglês, um fuzil e uma metralhadora. 

— Ao menos sabe usá-los? -  Questionou Hope sem expressão, mas sabia que ela não ia muito com a minha cara, isso só me dá mais vontade de provoca-la.

— E eu nasci ontem? - Disse cinicamente — Claro que sei, pode não saber, mas do outro lado todos tem que achar um modo de sobreviver, usar armas é um dos métodos - Disse enquanto montava rapidamente a pistola que estava desmontada.

— Já que esclarecemos, temos que agir logo, o tempo não está ao nosso lado - Disse Suzuki — Se troque e arrume os armamentos, ainda temos que explicar o que irá fazer.



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