Capítulo 6 : Somos o que?

263 21 5
                                    

Depois de ficarmos juntos, Albert se tornou um pouco mais gentil... na verdade eu não tenho a mínima ideia sobre o que somos agora, somos amigos? Amantes? Ou...namorados? Ele não se referiu a nada sobre isso, o que me vem em mente: eu gosto dele?

E minha resposta é simplesmente confusa: eu gosto, mas ao mesmo tempo não gosto. Acabei de perceber que eu sou muito indeciso quando se trata de relações com outras pessoas, ou especificadamente, em relação com meus sentimentos sobre o outro.
Eu gosto de sua presença, gosto quando me trata com carinho, mas o que mais gostei foi saber que ele está do meu lado e vai me ajudar, mas isso não significa que eu amo ele, né? Haaa não sei, por enquanto vou apenas não pensar nisso.

Albert e eu havíamos terminado o nosso plano para passar pela muralha, como os OMRs confiam nele, ficou um pouco mais fácil, mas ainda é arriscado, principalmente para Albert, se ele for pego nem sei o que pode acontecer com ele.
Iremos executar o plano na próxima semana, vai ser no dia da celebração do aniversário dos OMRs, já fazem 50 anos que essa organização existe, acho que já está na hora de dar um fim à esse modo de governar, precisamos de uma "purificação".

=========
5 dias até a realização do plano.

Antes de tudo, preciso saber, preciso perguntar para ele. O que somos? O que sente por mim? Estou criando expectativas...eu estava em dúvida, mas agora, depois de muitos pensamentos, eu sei o que sinto, eu gosto do Albert, talvez muito mais do que gostar, pode se dizer "amar" algo que nunca pensei que ocorreria comigo... Mãe, Pai, o que vocês diriam sobre isso se estivessem aqui? Estou fazendo as coisas certas? Mas uma coisa é certa, eu vou sair daqui, vou descobrir o motivo específico de suas mortes, irei vingá-los e acabar com esse governo, farei o que vocês não puderam fazer, eu prometo!

Terminei minhas higienes e sai do banheiro. Albert estava sentado na cama escorado a cabeceira dela enquanto lia um livro, sentei-me ao seu lado, nada foi pronunciado entre nós, ele estava bem concentrado.

— O que está lendo? Parece ser interessante pois estar bem focado na leitura. - Disse apoiando minha cabeça em seu ombro.

— É apenas um livro de pesquisas e históricos.

— Parece chato. - Ele deu uma pequena gargalhada e sorriu fechando o livro, o deixando sobre o criado mudo e se virando para mim.

— Por que guardou o livro? Não vai mais ler?

— Humm, Não, Não quando se tem algo mais interessante bem aqui. - Ele se virou um pouco mais para minha frente, estava prestes a beijar-me, mas o impedi.

— Quero discutir com você, pode parecer bobo o que quero falar, mas mesmo assim preciso saber sua resposta, sua opinião.

— Ok. O que quer me dizer?

— Não é bem dizer... quero lhe perguntar - parei e olhei em seus olhos, e continuei: - O que exatamente sente por mim?

— Achei que isso era óbvio, depois de tudo que fizemos.

— Eu quero apenas ouvir você dizer, pode ser óbvio, mas para mim tudo isso é novo, eu nunca tive nenhuma experiência com relacionamentos, então, por favor apenas seja claro, para que eu possa entender.

Ele se ajustou na cama cruzando as pernas e segurou minha mãos, seus olhos que antes estavam olhando nossas mãos juntas se elevou para o alto chegando na altura dos meus: 

— Victor, eu gosto de você, não, na verdade eu amo você, desde de o começo você chamou minha atenção, fiquei tão intrigado que sempre lhe olhava, aproveitei ainda mais o meu dever como seu vigia para estar ao seu lado, sei que é arriscado, sei que não devia ter esses sentimentos, sei que não devia ajuda-lo, mas não posso negar o que sinto, não quero vê-lo triste, não quero que sofra mais do que já sofreu. Quero estar ao seu lado, e Mesmo que os OMRs descubram minha traição, mesmo que me punam severamente, não deixarei de ama-lo e deseja-lo. Então isso responde sua pergunta?

Nesse momento eu estava bastante envergonhado, estava feliz, tão feliz que estava prestes a chorar, mas antes de desabar e pular sobre ele fiz mais uma pergunta: — A última pergunta, o que somos ?

— no momento não somos nada.

Isso me surpreendeu, não sabia o que dizer, provavelmente dava de notar a minha expressão de chocado. Albert se levantou e abriu uma gaveta do criado mudo e tirou uma caixa não tão grade, de veludo, uma caixa de joia, ele rodeou a cama, foi para o lado em que podia ficar mais perto de mim e se abaixou, ficando de joelhos ali.

— No momento não somos nada, mas a partir de agora se permitir, podemos mudar isso. Victor Laryck, aceitar ser meu namorado? aceita estar em um compromisso comigo? - Ele abriu e dentro havia duas pulseiras, uma com a letra A e outra com a letra V, ambas de prata, a que tinha a letra V tinha um pequeno pingente de sol e a outra contia uma de lua, ambos de ouro. 

— Sei que não são anéis, mas pensei que era algo muito comum, então tentei ser um pouco diferente, espero que não se incomode. Então, aceita ou não?

— Aceito Sim. - Já não dava mais, meus olhos se tornaram uma cachoeira e tanto que eu chorava, em praticamente toda minha vida eu não havia sentido tamanha felicidade. Ele se levantou e me abraçou, por um tempo ficamos assim, ele me soltou e limpou minhas lágrimas, pegou a pulseira que tinha a inicial de seu nome e o pingente de lua, colocou em meu pulso do braço esquerdo, fiz o mesmo, peguei a pulseira com a minha inicial e o pingente de sol e coloquei em seu pulso esquerdo.

— Agora que estamos em um relacionamento, você não vai se livrar tão fácil de mim. Disse se aproximando de meu rosto e me beijando calmamente.

— Eu é que não te deixarei ir facilmente.

LIBERDADE PROIBIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora