Ela sempre buscou doar seu melhor, mas nem sempre a vida lhe foi recíproca. Agora ela também sabe iludir, sabe colecionar corações, fazer com que as lágrimas caiam, enganar e brincar de ilusão. Atos de defesa ou sobrevivência? A pergunta é: interpr...
Narradora: Em respeito ao cenário ainda de pandemia, a participação dos eliminados será feita em duplas divididas por ordem alfabética. Carla e Caio eram a dupla da vez. A dinâmica era basicamente um "TBT" e o quadro deles era o "dançando conforme a música" onde eles estavam assistindo vários VTS de dança que o elenco rendeu, todos deram muitas risadas e a participação bem descontraída e eles comentaram o quão divertidas eram as festas e como foram privilegiados de viver tudo aquilo considerando o cenário em que infelizmente ainda nos encontramos. Terminada a participação, eles saíram do set and no corredor estava a produtora dando as orientações seguinte.
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Produtora: Foi ótima a participação de vocês gente, obrigada! Agora vou pedir pra vocês esperarem aqui nessas cadeiras enquanto o fotógrafo termina a outra dupla e ele chama um por vez pra fazer as fotos oficias tá?
Caio: Sim senhora! - responde ele, fazendo sinal de positivo com as mãos.
Carla: Certinho, obrigada! - Ela juntou as duas mãos agradecendo e saiu, nos deixando sentados no corredor.
Caio: Que loucura de vida é esse meu bombom? - Pergunta ele deslumbrado olhando a imensidão dos arredores do projac.
Carla: É Tião, a vida do ex-bbb não tem um minuto de paz né? - Falei rindo.
Ficamos conversando mais um pouco sobre a vida, ele me contando com a Alice e a Manoela estavam adorando os presentes que os fãs enviavam e de como ele não se aguentou e pediu a Valéria em casamento assim que eles se reencontraram e que ela ciúmes das mensagens mais assanhadas que ele recebia. Ele tava todo feliz contando como foi a recepção dele no Goiás quando deu um pulão da cadeira gritando me dando o maior susto.
Caio: OH MEU BASTIÃOZINHO! Não acredito que meus olhos estão vendo essa coisa linda de novo. Dá um abraço aqui meu tesourinho - Falou indo em direção a alguém que tava atrás de mim.
Não preciso mais de um segundo para saber de quem se tratava, eu só precisava de mais um segundo para ter coragem suficiente para me virar e olhar, nos meus ensaios mentais esse momento parecia infinitamente mais fácil. Quando eu enfim consegui unir meus pequenos fragmentos de bravura me deparei com os olhos dele sorrindo apertadinhos enquanto abraçava o Caio, que a essa altura já estava pendurado nele. Uma das principais vantagens de ser baixinho é abraçar pessoas altas e esse é o meu local de fala.
Fotógrafo: Vamos lá Caio? - Só então ele se afastou, acenou pra mim e acompanhou o fotógrafo.
Quando enfim aquele corredor largo só estava ocupado por ele eu pude ver como ele estava lindo. DROGA! Estava bem mais magro em comparação a última vez que nos vimos, o rosto estava mais fino, o cabelo mais crescente do que o normal e a barba, bom, a barba continuava igual, ele só tava diferente, não tinha virado outra pessoa né? Depois de uns instantes, ele veio caminhando até mim, levou a mão até o cabelo envergonhando e se sentou na cadeira do meu lado, onde o Caio tava sentado.
Arthur: Er, Oi? - Falou num tom de questionamento acusando não saber como começar essa conversa, é que estamos na mesma.
Carla: Oi! - Falei envergonhada enquanto meu olhar fugia do dele.
Arthur: Não é, gente não vai agir como se não se conhecesse mais, né? - Ele falou baixinho como se alguém além da gente que não podia ouvir, mas ele só não queria ter sentido o clima estranho e ter que falar aquilo e percebido deu uma pontada no meu coração.
Carla: Não, a gente não vai! Mas é que não é fácil né Arthur? Tudo isso, são muitas coisas. - Falei e ele concordou. A gente tem que conversar, o que obviamente não vai ser aqui. - falei gesticulando pro ambiente.
Arthur: Desbloqueia, por favor - indicou com a cabeça o celular que tava na minha perna. - assim o fiz e entreguei pra ele. Meu telefone deu pau quando eu liguei e o novo ainda não chegou, esse é o contato da minha irmã, me manda seu endereço e gente combina direitinho, pode ser? - Concordei. Salvei aqui, Thais Picoli o nome dela. - disse estendendo o celular pra eu pegar.
Carla: Eu sei né!? - Sorri de canto enquanto peguei o celular da mão dele e a gente se olhou. Era o primeiro momento que a gente permitia que nossos olhares se conectassem, era surreal a conexão que a gente sempre teve com o olhar, como se eles gritassem tudo aquilo que tentássemos esconder. Era singular, não consigo achar outra definição pra isso. Era dolorosamente singular.
Produtora: Arthur e Arcrebiano entram em 5 minutos. - Chegou com o restante da equipe cessando o silêncio do corredor e rapidamente levaram o Arthur para fazer os últimos ajustem de microfone.
Vi ele se afastando caminhando até a porta do set, antes de entrar ele olhou por cima do ombro e deu um sorriso tímido que me intrigou, tava diferente e nessa hora eu vi que não era só o físico. Meus pensamentos foram interrompidos pelo fotógrafo me chamando para fazer o meu ensaio. Terminei as fotos e a produção já me levou pra casa, foi tudo muito rápido e prático, pra minha sorte.
