Capítulo 19

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POV: CARLA

13h, Sábado, Apartamento da Família Diaz.

O restante da semana foi bem tranquilo, fiz dois ensaios das próximas campanhas que vão sair e tive tempo de aproveitar bastante a Rebecca. Colocamos o papo em dias (ou quase) e fizemos várias noites de sushi que era nosso rolê preferido, nem toda minha insistência pra ela ficar mais uns fias adiantou, porque ela tinha que voltar pra São Paulo pra terminar de providenciar os documentos das matrículas que começariam em breve e começar a dificílima função que seria fazer sua mudança, por isso elas resolveram ir pra São Paulo de carro. Eu não consegui ir, hoje era aniversário do Ronan e ia ter um churrasco e eu tinha prometido pra Pocah que iria, então foram só ela e a minha mãe. Por sinal eu já estava mais que atrasada, porque o horário combinado era 12hrs. Corri pra fazer uma maquiagem leve e coloquei body branco com short jeans de franjinha de corrente e deixei o cabelo solto.

Pedi um uber e fiquei esperando, não demorou muito o motorista já estava na portaria do prédio. O condomínio não era longe, mas tava um trânsito do cão e depois de longos e entediantes 40 minutos estava finalmente na porta da Pocah que veio me receber toda animada.

Pocah: Ai ai Carla Days, achei que você ia vir só pro aniversário de 60 anos do Ronan! - parou com a mão na cintura me olhando brava.

Carla: Foi apenas um erro de cálculo Poquita, perdão! - falei apertando as bochechas dela e pulando pro abraço.

Pocah: Que saudade de você garotinha! - me erguendo.

Entramos e fui cumprimentar o Ronan e entregar o presente, ela aproveitou pra me apresentar a mãe dela que já foi logo me oferecendo todas as comidas possíveis e me arrastando pra mesa pra montar meu prato, preciso falar que não tive escolha? Pois é, não tive.

Pocah: Porra, a xepa tem fome eterna Carla Days? - Falou entrando na cozinha e vendo o prato imenso que a mamãe-hontas tinha feito pra mim.

Carla: Acho que sua mãe não percebeu que eu sou um ser reduzido e fez um prato completamente incompatível com as minhas capacidades. - disse espantada encarando aquela montanha na minha mão sem ter a mínima ideia do que fazer com ela.

Pocah: Típico de Dona Marinês! - rindo

Carla: Tá, mas cadê a mini Pocah?

Pocah: Ah minha filha, ela só quer saber de uma companhia, talvez você entenda ela, porque eu mesma já desisti! - me olhou revirando os olhos e saiu me puxando para a área da piscina. Eu estava concentrada demais em não deixar aquela cesta básica que tava no meu prato cair pra questionar. Quando estávamos quase chegando ela parou para que pudéssemos assistir a cena longe o suficiente para não sermos vistas.

Toyah: Entra Tio, por favorzinho! - falou juntando as mãos, dando pulinhos na piscina e fazendo uma carinha de pidona que era a coisa mais linda.

Pocah: Qual a chance dela não conseguir dobrar ele? - bateu no meu braço com o cotovelo me acordando daquela cena.

Arthur: Toyah o Tio não tem roupa, como que eu vou entrar? - disse agachando na sua frente.

Toyah: Mas lá no BBB você passava o dia de biquíni, é só ficar igual aqui, não tem problema. - falou cruzando os braços fazendo o Arthur cair na gargalhada e a gente também. TIO, TIO, SUA NAMORADA CHEGOU! - gritou apontando em nossa direção fazendo ele levantar e vir até nós rindo. Nessa hora a presença de um medidor cardíaco poderia comprovar que por alguns segundos meu coração desaprendeu a bater. Ele tava lindo com uma camisa social azul marinho, um short branco e um tênis branco. Eu podia jurar que aquela fração de segundo se passou em câmera lenta, mas como isso é impossível, foi mais uma coisa da minha traidora imaginação.

Pocah: Você sabe que ela não vai desistir né? Você que lute! - disse indo até ela e ele apenas concordou com a mão no peito fingindo cansaço.

Arthur: Oii! - Se aproximou dando o beijo na minha testa. Hum, pantene bambu. - falou dando um suspiro.

Carla: Você não esquece desse shampoo né? - perguntei rindo e sentando na mesa.

Arthur: Tem coisas na vida que são inesquecíveis - falou com um sorriso cafajeste no rosto que cruelmente fez minha respiração falhar.

Ronan: Arthur, vem pegar cerveja! - gritou o do outro lado da piscina abrindo o freezer.

Arthur: Tô indo! acenou positivamente. Você vai querer alguma coisa pra beber.

Carla: Se tiver alguma coisa além de cerveja, sim.

Arthur: Saindo uma vodka com gelo então! - eu franzi o cenho surpresa por ele ter lembrado disso também. Tá vendo? O que eu não quero eu não esqueço Dona Carla! - deu uma piscadinha indo buscar as bebidas.

A essa altura do campeonato eu já sabia que aquele churrasco ia ser um erro, um puta erro gostoso pra caralho com aquela blusa social, com alguns botões já abertos. E o erro maior quem tava cometendo era eu, deixando me embriagar com aquele ar de paquera que eu já conhecia bem, mas que saudade que eu tava dessa sensação e que ódio de agora ter mais certeza de que era a nossa sensação, só minha e dele. A minha sorte é que desse jogo eu já joguei e conheço bem as regras, então se é pra jogar, vamos descer pro play, tá tudo certo.

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