Capítulo 09

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POV: CARLA

Quinta-Feira, 07:00hrs, Apartamento da Família Diaz.

Quando o Arthur foi embora fiquei bem mal com o desenrolar da nossa conversa, sempre soube que não seria fácil, mas esse nem de longe era o caminho que eu queria ter seguido. Porra eu tenho 30 anos e não sou uma babaca que desconta a raiva nas pessoas de forma inconsequente, nunca fui essa pessoa e não seria agora que eu me tornaria. Depois que minha mãe me acalmou a gente conversou bastante, era incrível como ela me entendia, entendia cada uma das minhas dores e das minhas falhas e era uma das pouquíssimas pessoa do mundo, desde que tudo isso aconteceu, que eu sentia que me olhava sem nenhuma gota de julgamento, sempre foi assim e me aliviava saber que nada mudaria isso. Depois que a gente conversou eu fui tentar dormir o que só consegui fazer depois de muitas reviradas na cama. Acordei com o despertador tocando e a vontade era de jogar o telefone pela janela e continuar enterrada ali no poço do meu sono. Tinha que entregar uns publis agora pela manhã, então não teve jeito, levantei a minha alma sonolenta e fui tomar café pra acordar pra vida. Me arrumei e fui gravar os vídeos que faltavam e já mandei pra minha equipe e pedi que eles fizessem os posts no horário agendado.

Confesso que depois da conversa de ontem tava um pouco sem jeito de falar com o Arthur e como a Thais foi super aberta comigo, resolvi falar com ela e ver o que ela achava. Ela falou que ele tinha contado por cima como tinha sido a conversa e que era óbvio que a gente ia precisar ter outras conversas e me chamou pra almoçar com eles. Eu fiquei receosa de aceitar o convite porque não tinha vindo dele, mas ela falou que não tinha nada haver e que ia ficar chateada se eu não fosse, então resolvi ir.

POV: CARLA

Quinta-Feira, 11hrs, Apartamento do Arthur.

A Thais me mandou o endereço certinho e era literalmente do lado da minha casa. Parei na portaria principal e fiquei um pouco sem graça quando o porteiro me reconheceu e falou que ela já tinha liberado minha entrada, deixei o carro na garagem nas vagas de visitantes que por sorte eram perto da saída e entrei no elevador o mais rápido que consegui, morrendo de medo de encontrar alguém. Cheguei na porta do apartamento e bom, pelo visto não era mais o 412 e sim o 378, toquei a campainha e logo aquela mulher linda abriu a porta e um sorriso lindo pra mim o que me assustou foi ver o quanto ela e o Arthur eram parecidos, ou melhor, idênticos.

Thais: Oi, oi, entra... Já tava agoniada que você não chegava! - Falou ela toda animada me puxando pra dentro.

Carla: Oieee, prazer! - disse rindo enquanto a gente se abraçava.

Thais: Olha sei que você não tem essa sensação, mas é muito louco, parece que eu já te conheço. - como se tivesse conferindo cada detalhe meu, achei engraçado.

Carla: É menina, teve um negócio de um ppv ai né? Loucura mesmo - Rindo.

Thais: Vem vamos sentar. O Arthur tá dormindo, pegou no sono quase agora, mas ele deve acordar logo logo, se ele demorar a gente chama tá? - sentamos no sofá.

Carla: Tudo bem! Como estão as coisas?

Thais: Ih vivendo essa loucura toda que você conhece bem melhor que gente né?

Carla: Oh, se eu te falar, essa loucura ai é nova pra todo mundo, parece que nunca tem fim né? - falei ofegante.

Thais: Pra gente foi tudo muito novo e uma correria com tudo, tivemos que mudar o Thur de apartamento por conta de uns problemas ai, as coisas tem sido bem difíceis pra gente. - disse ela abaixando a cabeça.

Carla: Eu imagino! - falei tocando no ombro dela e ela me olhou.

Thais: Nossa vida mudou do dia pra noite e por mais que venha todas as coisas boas, que são muito boas, tem a parte ruim, que é muito ruim né?

Antes que eu pudesse responder me assustei quando ouvi a voz do Arthur, por mais que não desse pra entender exatamente, dava pra reconhecer que era dele, olhei confusa pro corredor sem vê-lo e ouvindo aquelas palavras em um tom nervoso.

Thais: Como eu disse, por aqui não tá sendo fácil. - Ela disse dando tapinhas na minha perna e quando ela ameaçou levantar eu a impedi.

Carla: Posso? - Ela só concordou com a cabeça.

Eu levantei do sofá, deixando minha bolsa no lugar em que tava sentada e fui em direção ao corredor que dava para os quartos, a cada passo que eu dava meu coração acelerava, o volume da voz aumentava e a aflição naquelas palavras ficava cada vez mais nítida.

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