Capítulo 10

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POV: CARLA

Quinta-Feira, Apartamento do Arthur.

Entrei no quarto e ele tava agitado na cama, logo entendi que ele tava tendo um pesadelo. Aquele loiro forte de 1,83cm, agora mais parecia um menino assustado tentando fugir de um de seus monstros e era bem provável que fosse isso mesmo. Fiquei em dúvida do que fazer e apenas toquei levemente no braço dele na esperança dele acordar e ele simplesmente parou e deu um suspiro cansado, como se tivesse entendido que tinha alguém ali com ele, deu alguns espasmos, como leves choques e logo estava num sono tranquilo novamente. Sorri quando vi que tava tranquilo o suficiente pra ele abrir a boca, sentei na borda da cama do lado dele e passei a mão na testa dele que tava levemente suada e fiquei alguns instantes olhando ele ali, afagando aquele cabelo bagunçado e admirando o sono de paz que ele parecia ter encontrado.

Thais: Comigo ele costuma demorar um pouquinho mais. - Ela entrou no quarto falando baixinho pra não acordar ele e eu rapidamente tirei minha mão.

Carla: Ele tem sempre? - disse me referindo aos pesadelos.

Thais: Com mais frequência do que a gente gostaria, geralmente quando acontece alguma coisa, quando ele ler alguma coisa mais pesada, sobre a nossa família, sobre... você.

Carla: Sobre mim? - perguntei espantada e ela concordou.

Thais: Ele não é uma pessoa ruim Carla. - ela falou pela primeira vez deixando uma lágrima cair.

Carla: Eu nunca achei que fosse! - disse levantando e dando a volta na cama e sentando do lado dela.

Thais: Eu vou ser muito sincera com você, você tem sua fama e o seu nome e eu respeito muito tudo isso, mas pra gente era muito melhor, que tudo isso tivesse acabado quando você saiu daquela casa e a gente só ficaria na torcida pra que todo esse inferno caísse no esquecimento o mais breve possível. Eu nunca falaria isso pra lhe iludir, mas eu nunca vi o meu irmão feliz como eu vi com você, eu nunca vi ele se abrir com ninguém como ele se abriu com você, ele nunca reconheceu que tava gostando de ninguém. Eu conheço ele há 26 anos, conheço cada detalhe, cada qualidade e cada defeito e eu posso te garantir que pra ele foi tudo de verdade, ele só não soube lidar com todo esse sentimento que até então pra ele era desconhecido.

As palavras da Thais foram ouvidas atentamente por mim e cada uma delas entrou pelos meus ouvidos causando descompassos no meu coração, vi tanta verdade no que ela me falou, e tanta dor quando ela falava dos ataques que eles sofriam, acho que tava ficando boa em decifrar a família Picoli. Resolvemos voltar pra sala pra não acordá-lo. Eu já falei como eu e ela temos uma ligação estranha? Era como se fato eu já a conhecesse desde sempre. Bastou alguns minutos de conversa e eu já sabia detalhes sobre o nascimento do Pedro, do trabalho social dela como psicóloga em Conduru, a história da sua cicatriz no braço direito (Arthur tinha derrubado ela da árvore da casa da avó deles). Ela me contava histórias e era como se eu sempre quisesse ouvir mais, todas elas tinham tanta vida que deixavam sempre um gostinho de quero mais. E ela, bom, queria saber todos os detalhes dos bastidores de Chiquititas e eu me divertia com ela contando que pedia pro Arthur comprar o material escolar dele das Chiquititas também pra no fim, ficar tudo pra ela, e ele, prontamente atendia.

POV: ARTHUR

Quinta-Feira, Apartamento do Arthur.

Acordei ouvindo umas risadas, o que era bem estranho, primeiro, o fato de ter risadas no meu apartamento que estava ocupado sempre apenas por mim e pela minha irmã, segundo eu acordando com barulho, mas essas risadas eram conhecidas e uma delas inconfundível, mas nada do que eu pudesse pensar faria sentido ser real o que eu tava pensando então levantei ainda meio desorientado pra ver se não tava sonhando. Fui até a sala bocejando e quando cheguei na sala meus poucos neurônios que eu tinha conseguido despertar do meu breve sono entraram em pane com a surpresa que eu tive.

A: Carla? - disse espantado, fazendo ela e minha irmã pararem a conversa que parecia estar bem empolgante e me olharem.

📝 Oieeeee, Thay aqui! 📝

Como vocês estão? Bom eu ainda tô tentando me adaptar a essa rotina de pós e sobreviver a cada nova experiência que estamos tendo... Sobre a FIC meu objetivo sempre foi manter uma frequência nos capítulos e farei de tudo para cumprir. Só peço que vocês comentem o que estão achando dos capítulos, é a única ferramenta que eu tenho pra saber se vocês estão curtindo ou não. Beijinhos e a gente se encontra no fim de qualquer capítulo por aí... ❤️

CONTRAMÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora