Capítulo LIV

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Tessa

O oxigênio foge cada vez mais do nariz, o meu corpo todo amolece, e as minhas mão tremulam nas costas de Sarah.

Aperto mais a sua caixa toráxica, secando a minha garganta, sem saber o que falar, sem saber ao menos o que pensar. Passei a metade da minha vida acreditando que os meus pais foram mortos num acidente, e o fato de descobrir agora que eles foram assassinados, quebra o meu coração em milhões de pedaços. Sinto os meus olhos começarem a ferver, e vi as íris brilhar através do vidro da janela.

Me afasto do abraço carinhoso de Sarah, pondo as mãos no meu rosto. Analiso a garota me observar com pena, e por algum motivo eu não gosto disso.

— Você tem que encontra-la, você tem que vingar a morte de seus pais, você tem que tirar o seu reino das mãos daquela vibora, que os engana e deixa os vampiros mandar neles — as palavras da garota sairam preenchidas de ódio pelo ar — E eu preciso vingar a morte da minha mãe. — desviou o olhar para o piso, se controlando numa respiração calma.

Somos duas pessoas completamente derrotadas por dentro. Arrancaram os nossos corações e os jogaram fora.

Imagino por um instante se os meus avôs iriam me contar isso algum momento ou iriam passar o resto da vida escondendo a minha origem. Queria estar com raiva deles também, pois a culpa estar neles, desde, que tivessem me contado sobre a magia que reina dentro de mim, eu jamais teria namorado aquele lobo.

Mas minha avó tentou me alertar, e Melanie também, porém, fui burra o bastante e cega pelo amor que nunca foi recíproco.

— Minha vida é preenchida de decepções. Eu sou uma decepção. Minha mãe teve todo o trabalho de me fazer uma boa bruxa serve, mas nao adiantou nada. Sou um fracasso em pessoa — ela limpa os seus olhos encharcados de lágrimas enquanto me observa.

— Você não é um fracasso, me achou antes dos vampiros, lembra? — tento anima-la dando um passo a frente. — Nos duas temos grandes razões para voltarmos de cabeças erguidas!

— Esta me dizendo que planeja pegar o seu trono? — questiona com os olhos arregalados transmitindo alegria.

— Bem, se você esta me dizendo que eu sou a herdeira do trono, tenho que ocupar o meu cargo. — Dou de ombros e recebo um sorriso de orelha a orelha. — Acho que os meus pais gostariam de me ver governando.

"Governando" essa palavra me fez pensar numa coroa reluzente na minha cabeça.

Talvez quando era criança gostaria bastante de ser chamada de princesa ou rainha, mas agora não sei se estou preparada para isso.

— Para isso temos que derruba-la! — exclama, deixando um suspiro cansativo escapar.

— Já tem algo em mente? — pergunto, arqueando as sombrancelhas a medida que passo as mãos nos meus braços.

— Não, mas Artemus deve ter ou a bruxa que esta com ele, alguns deles devem ter algum plano em mente — comenta baixinho, como se estivesse pensando alto enquanto amassageava o queixo.

— Artemus... — fico prestativa enquanto a esse nome, eu já o vi, só não me lembro bem a onde. — É um que prevê o seu futuro? — lanço a pergunta no ambiente, ajuntando as minhas sombrancelhas ruivas.

— Sim, é ele mesmo! — balança a cabeça positivamente várias vezes ao mesmo tempo que caminhava de um lado para o outro.

A encarando sinto que depositei a minha confiança muito rápida nela e da última vez que fiz isso, fui encurralada. E bastante machucada! Provavelmente seja por que não tenho muito o que fazer, me encontro numa situação que tenho varios caminhos estreitos, mas se seguir em qualquer um deles eu posso morrer.

A VERDADEIRA DONA DO TRONOOnde histórias criam vida. Descubra agora