A VERDADEIRA DONA DO TRONO

Capítulo LI

Adam

Os lobos se cansam e se sentam no chão. A cada dia ficava mais difícil demonstrar ser um exemplo.

Já havia falado o que tinha feito e todos entenderam, avisei também sobre o meu plano de invadir a terra das bruxas e dos vampiros e ele continuaram de acordo.

Luke olha para mim meio intimidado — O que é bem difícil quando se trata dele — e se levanta do chão, prosseguindo em minha direção.

O seu rosto já faz um tempo que não abre um sorriso, igualmente o meu.

— Como está a sua companheira? — questiono ao tempo que ele chega perto, mantenho uma postura ereta, encarando os lobos sentados na grama, formando um grande círculo.

— Estava pior... — Ele me responde, dando um suspiro alto e insatisfatório. — E a sua mãe?

— Ele vai melhorar! Minha mãe é forte. — comento, virando o olhar para ele.

— Uma pena a Tessa não ter sido — puxa um sorriso de canto sem alegria e fita seus olhos aos outros.

Sua frase foi bastante dolorosa e sem saber o que demonstrar, vidro os olhos ao chão e respondo num tom desanimador.

— É... uma pena.

— Cara, quando eu ver a Sheila novamente vou acabar com a raça dela. E Adam, desculpa por ter ajudado ela nisso.

— Relaxa, você estava tendo pressões da sua namorada, o verdadeiro culpado sou eu que mesmo não estando enfeitiçado causei essa barbaridade. — Nego com a cabeça a medida que vou subindo ela e olhando para o Luke.

Dou passos a frente — chamando atenção dos lobos.

— Por hoje é só pessoal! — Falo e eles se levantam.

Alguns me deram um abraço alegando que iríamos conseguir trazer a Tessa de volta.

Dou uma meia volta, ao anotar que todos já foram e vejo a Melanie saindo da minha casa. Apresso os passos e ela permanece me olhando com a face fechada ao mesmo instante que segura a maçaneta da porta.

— A minha mãe vai ficar boa logo? — pergunto meio preocupado.

— Sim, a cada dia ela está vencendo a magia que percorre no seu corpo, isso vai saindo aos poucos. — Por fim, ela fechou a porta e cruzou os braços.

— É bom saber disso — afirmo com a cabeça — Você já planejou a nossa entrada ao Reino das bruxas.

— Bem, estou tentando — ela disse —  Os lobos já se encontram preparados? — arquea as sobrancelhas.

— Sim, tenho certeza que a capacidade deles vai ser muito dolorosa para aqueles seres.

— Você sabe o que vamos enfrentar. Uma bruxa que comanda é aquela de uma magia extrema, o ponto fraco da magia do Reino. Primeiramente temos que sequestrar Sheila, somente assim podemos derrotar elas. E enquanto a invasão, vou falar com Amélia, afinal ela é uma bruxa, deve ter pelo menos entrado uma vez lá — fala de uma vez só, levando seus olhos a frente.

— Está bem — responde e Melanie segui o seu caminho.

Tessa

As cortinas brancas se balançavam suavemente pelo ambiente. Nunca havia dormido tão bem, como naquela noite.

Já faz quatro dias que sai do território de Wadellyn, vendi aquelas joias por um preço bastante alto e comprei uma cobertura em Los Angeles, assim ficaria muito longe, dificilmente encontrarei alguém que me reconheça. Foi difícil enganar o vendendor quando ele tinha perguntado sobre os meus documentos, realizei um feitiço e deu tudo certo, mas de um dias para cá isso já parecia tão fácil, que até mesmo não caia no fato de realiza-los tão bem, jamais tive treinamento, o que se torna impressionante.

Levanto da cama, me espreguiçando e abrindo a boca. Solto um suspiro de satisfação ao olhar para os conjuntos de janelas que se localiza numa parede do meu quarto e fiquei apreciando os outros prédios.

Tudo na minha vida mudou, eu era apenas uma garota comum e simples de uma cidade grande que tinha duas amigas completamente loucas, até mudar para uma cidade pequena, cujo me apaixonei e descobri que sou uma bruxa, analisando dessa forma, a minha vida parece mais um filme, no qual, no ponto de vista da personagem principal, tudo é ridículo, dando início ao momento de paixão por um alfa. Como eu quero destrui-lo.

Me conduzo para o banheiro, levando uma toalha no ombro. E entrando nele, logo retiro a minha roupa e me deito na banheira — que já se encontra cheia. Relaxando os ombros, sentindo água no meu pescoço, respirei profundamente. Sinto saudades dos meus avós — e como eles me avisaram, mas não, nunca chegaram a me falar o que eu realmente era, sempre esconderam a verdade de mim.

Pego no celular que comprei ontem e começo a navegar no instagram — Por uma conta fake. Visitei os perfis das minhas amigas, já tinha um tempo que não postaram nada e suas últimas postagens eram as nossas fotos juntas e a legenda preenchida por lindos versos. Tudo poderia ser diferente. Por um momento queria mandar mensagens para elas e contar tudo de uma vez, só que ficando perto de mim, elas poderiam correr perigo, a mesma confusão acontecia com o fato de entrar em contato com os meus avós. E se Adam quisesse matar eles, já que não conseguiu fazer isso comigo?

Passo as minhas mãos nas bochechas, tirando as lágrimas  que haviam sido derramadas durante o momento que lia os textos de Amber e Vick, já na Melanie não havia nada, mas poderia imaginar a dor dela.

Apagando as abas de pesquisas, vi um anúncio de uma boate famosa pela a cidade e querendo tirar um pouco da dor que sentia, entrei no perfil que anunciava e garanti minha entrada.

***

O som estava bastante alto e o meu corpo se mexia alegremente, as luzes coloridas se fixavam a todos os cantos do lugar. As pessoas se encontra bastante animadas. A tanto tempo que não ia a uma festa como aquela que era como se no local tivesse a presença de Amber e Vick — que amavam me levar para esses tipos de lugares.

Sinto uma sensação ruim na minha garganta e paro de dança. Aquilo não era estranho e já sabia o que iria acontecer, então, fui quase correndo para o banheiro, tampando a minha boca com uma mão.

Invado o cômodo e sigo para a pia, onde tiro a minha mão e um líquido preto começou a sair da minha boca, não tinha ninguém, ou ao menos é o que acho. Lavo as minhas mãos e ao puxar um papel para limpa-las, ouço a porta bater, fazendo me espantar. Ergo a cabeça vagamente para o espelho e enxergo uma garota ao meu lado.

— O que você quer? — questiono meio enfurecida e com medo ao mesmo tempo, enquanto encaro o rosto pálido da menina.

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