Capítulo LVII

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Tessa

Observo a mulher deslisar os olhos para baixo e passar a mão na testa. A sua preocupação esta estampada no rosto.

— Mas isso não é possível, a pedra estava branca... — sussurra Sarah balançando a cabeça, simbolizando negação.

— Talvez seja por que precisava dos poderes da Clarie para ficar roxo — comenta, sem alegria.

— E se tiver nesse colar? — ela ergue a mão, puxando a minha jóia que havia deixado na cabana quando matei o vampiro. 

Como conseguiu ele?

Segui todos os seus rastros — ela disse me olhando.

— Deixa-me analisar ele melhor. — pega no meu colar e o coloca perante a mim.

Queria saber o que ela esta fazendo, leva o pigente de pedra para cima, e os meus olhos o adimira contra o sol. 

— Pense em todo o mal que lhe fizeram. Lembre-se do dia que tentaram te matar. Tente pegar os acontecimentos mais ruins que já aconteceu com você. Quero aflição reinando nesse ambiente! — ela manda, dando voltas na circunferência.

Estreito os olhos e eles começam refletir a verde mais forte, minha mão se tranca por reflexo e meu corpo começa a queimar em chamas quando vejo a jóia cintilar.

— As magias estão conectadas, eu disse que ela é uma união de poderes. — Ouvi a voz da mulher distante, comentando para os demais.

Os dentes de cima se mantem firmes nos de baixo. A quintura cresce dentro de mim gradualmente, podia captar o suor descer por varias partes do meu corpo. Pela benevolência, ergo as minhas mãos e as deixo pelo ar, escuto vozes distantes e no final uma voz doce chamando o meu nome. Dou uma girada — ainda dentro do círculo, percebo que as pétalas da flor pegam fogo, o que resulta em um sobressalto da minha tutora e um grito de pavor da minha avó se aproximando, mas é agarrada pela Sarah.

Fecho os olhos e me deixo ser levada pelos poderes do meu pai, até que paro, e perante a pedra de coloração roxa, apresento um rosto decidido. A mulher entendeu a minha visão, sentiu o colar ser preso no vácuo e saiu de perto, mas ele não caiu, ficou do mesmo modo e ao mesmo instante é guiado sozinho na minha direção. 

Puxo um sorriso e fico um pouco impressionada com a quantidade de energia que estou sentindo. A fumaça transmitida pela a circunferencia não causa irritação na minha respiração, ela é como se fosse uma parte de mim, e ao mesmo tempo uma arma.

Com os cabelos volumosos o bastante, sou erguida por algo que não sei identificar,  e em questão de segundos tenho os meus pés retirados do chão. Me encontro flutuando, queria ver tudo aquilo e admirar os outros no chão, porém, sinto um peso absurdo nos outros e os fecho, inclinando a cabeça mais para cima.

Alguns minutos sem poder afastar as pálpebras umas das outras, pude prever o olhar da minha avó, os seus movimentos ficam mais angustiantes, as mãos frias o bastante igualmente ao sangue.

Por fim, abro olhos novamente, analisando o colar na mesma altura que os meus olhos, tendo alguns centímetros de distância entre nós.

Pego-o, e ele leva a minha mão para o alto, com esse ato a minha pele começa a vibrar e se tornar visíveis para os demais — eles se preopam e adiantam um passo. Sinto apenas pó na mão que segurava o pigente do colar, e deixo o vento levar os restos.

— Tessa, você esta bem? — dispara a minha avó, mas pelo o instante de muita atenção, nem me atrevo a descer os olhos.

— Isso é incrivel... — Sarah admira.

A VERDADEIRA DONA DO TRONOOnde histórias criam vida. Descubra agora