Capítulo 12✔

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Estava quase saindo pela porta da cozinha quando o Richard me chamou.

_ Sim? - respondo me virando novamente para ele.

_ Gostaria de me acompanhar até o jardim? - pergunta se levantando.

_ Am... Sim. - respondo meio duvidosa achando estranho esse convite, mas não é como se eu fosse dizer não para o Alfa.

_ Ótimo! Vamos? - chamou sorrindo enquanto parava em meu lado. Assinto caminhando ao seu lado.

Passamos pela sala recebendo olhares confusos. Dei de ombros sem parar de caminhar. Passamos pela porta e chegamos no jardim caminhando em passos lentos. Observo o lugar mais uma vez e inspiro o ar de tranquilidade que emana daquele local.

_ Belo, não é? - pergunta também observando o lugar.

_ Sim. Dá uma tranquilidade tão boa. - falo sorrindo.

_ Foi minha companheira quem o plantou. - diz sorrindo nostálgico com ar tristonho enquanto seu olhar se focava mais a frente como se enxergasse algo.

_ E... onde ela está? - pergunto receosa com medo de está tocando em algum assunto delicado.

_ Ela faleceu com uma peste lupina que não tinha cura. - explica abatido.

_ Sinto muito, não queria tocar num assunto delicado. - falo sincera por vê-lo triste. É como se visse meu pai no seu lugar.

_ Não, você não sabía. - fala se recompondo e sorrindo. O observo mais um pouco e desvio o olhar.

Como seria um lobo perder sua companheira? Margareth disse que se um lobo não ficar junto de seu companheiro depois de o encontrar pode até morrer de tristeza. E quando o companheiro morre? Nunca mais vai o vê e o vazio vai sempre está presente na pessoa. Cuidara ele sozinho da Emma e o Michell? Richard deve ser muito forte para suportar isso. Acredito que deva ter baseado sua força nos filhos, é forte por eles. De alguma forma eu admiro esse homem.

_ Sinto muito por tudo que aconteceu com você. Eu vi sua dor enquanto me contava. Estive quase pedindo pra parar. - fala me tirando dos desvaneios. Senti sinceridade em suas palavras.

_ Não sinta, você não teve culpa. - respondo sentando ao seu lado no banco que se encontra no jardim.

_ Observei uma coisa 'desdo momento que você me viu. - fala e sinto meu coração saltitar no peito. - Você me encarava por tempo demais, seus olhos tinha a expressão de dor, pavor e... como se eu fosse um fantasma, como se a possibilidade de eu existir não fosse possível. Eu via também simpatía e conforto. Isso me deixou totalmente confuso. Tentei ignorar, mas depois que você quase entrou em pânico ao me ver na cozinha fiquei realmente preocupado. - ouço atentamente cada palavra com meu coração batendo mais forte em cada uma delas. Fecho os olhos permitindo sentir a natureza para me acalmar.

_ Meu pai. - falo e vejo sua expressãodeconfusão. - Você tem o mesmo nome que ele, a aparência de vocês são a mesma, o jeito elegante de andar, a postura relaxada, o jeito de falar, até a voz! Tudo igual. A única diferença são os olhos, o seu é âmbar e o dele caramelizado, mas até nisso tem semelhança. Eu fiquei apavorada quando te vi. Fiquei tão confusa e perdida que me perguntei se não era uma ilusão da minha cabeça querendo me pregar uma peça. - falo com um sorriso sem vida enquanto o mostrava uma foto para confirmar o que dizia. - Mas aí tem essa estranha ligação que senti com você. Não sei se é por ser igual ao meu pai. Pensei ser ele em outra dimensão, mas seria possível? - indago encarando sua expressão de espanto e surpresa. - Me diz, existe lógica pra isso?

_ Eu... é... - gagueja abrindo e fechando a boca. Pelo visto nem mesmo ele sabe o motivo disso. Suspiro olhando o chão.

_ Você sentiu a mesma ligação que eu? - quebro o silêncio voltando meu olhar para ele que me fita perdido.

FILHA DA LUA AZUL _ Guardiã Onde histórias criam vida. Descubra agora