O bar de sonhos - parte 2

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S/n on

Sabe aquele momento em que você acorda, porém não abre os olhos? Então, era assim que eu estava naquele momento. Tudo estava confuso, minhas memórias estavam enroladas como um novelo de lã. "Foi só um pesadelo S/n. Tudo isso foi só um pesadelo. Você vai abrir os olhos e você vai estar na sua cama, na sua casa, na sua cidade, bem longe de flechas, sangue e garotos lobo."

Respirei fundo e abri os olhos.

- Eu, eu nem acredito que eu estou aqui, eu achei que...ah, não consigo acreditar.

- Olha só quem acordou - o garoto lobo me encarava de uma cadeira - Finalmente, achei que você tinha morrido.

"NÃO, NÃO, NÃO, O QUE EU AINDA ESTOU FAZENDO AQUI?! NÃO PODE SER REAL, NÃO, NÃO, NÃO!"

- Andorinha? Você está bem?

- Eu... só me dê um momento, por favor.

- Claro, como você quiser. Vou pegar seu almoço enquanto isso.

- ESPERE!

Ele se virou rapidamente, com uma expressão de surpresa e preocupação.

- O que foi?

- Eu...- eu tinha tantas perguntas na cabeça - Eu só queria saber por quanto tempo eu dormi. - "Burra, burra, burra, por quê você foi perguntar isso? Quer coisa mais inútil? "

- Ah - a expressão dele se suavizou - por dois dias.

- DOIS DIAS?!

- Sim... por quê você ficou tão surpresa?

- Ah, nada...

Ele deu de ombros e foi para a cozinha.

Respirei fundo umas três vezes numa tentativa de me acalmar. Onde eu estava? O que tinha acontecido? Quem era aquele cara? O que tinha naquela bebida?
Não tinha resposta para nenhuma daquelas perguntas.
Como não tinha nada melhor para fazer,resolvi olhar o lugar. Era um quarto bem simples, bem rústico, bem...bem antigo.
A cama era simples e de madeira, sem nenhum ornamento. O piso era de madeira, com um tapete de pelo no centro. Alguns móveis de madeira rústica estavam espalhados pelo quarto. Pude reparar também que havia várias armas, como arcos, espadas e adagas.
Olhei mais um pouco o local, até que pousei meu olhar na escrivaninha. Uma vela quase acabando tentava manter a frágil chama acesa, iluminando um grande livro aberto. "Não sabia que o garoto lobo gostava de ler".
Curiosa do jeito que eu era, quis levantar para ver sobre o que se tratava aquele exemplar.

- Do jeito que ele é sinistro, deve ser alguma coisa sobre venenos ou lâminas...

Bem no momento em que coloquei os pés para fora da cama, o garoto lobo abriu a porta do quarto.

- Escutei você falando alguma coisa sobre sinistro... - ele falou enquanto colocava um copo de água em cima da escrivaninha.

- Ah, deve ter sido só impressão sua...

Ele me lançou um olhar desconfiado que fez eu suar frio.

- Ehhh, sobre o que fala esse livro aí? - perguntei, tentando mudar de assunto...ah, e também porque eu queria realmente saber.

- Ah, isso? - ele passou o dedo sobre uma das páginas - Só uma velharia. Nada demais. - Dito isso ele fechou o livro com força, e acho que vi uma sombra passando por seus olhos. - Mas agora - ele se virou para mim e abriu um sorriso, muito diferente da expressão de uns cinco segundos atrás - Você deve comer.

Ele pegou e colocou um prato no meu colo. Olhei para a comida na minha frente. A refeição consistia em um pedaço de pão e uma papa estranha e grossa, com alguns pedaços de sabe se lá o que no meio. "E se forem pedaço de dedos humanos? Ou asas de morcego? Para com isso S/n, ele não é um bruxo nem nada, pelo menos eu acho que não".

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