Fogo ( Rocky )

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Tudo parecia um borrão vermelho e laranja, minhas pálpebras pesavam, porém eu me esforçava para ficar acordada

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Tudo parecia um borrão vermelho e laranja, minhas pálpebras pesavam, porém eu me esforçava para ficar acordada. O ar estava impregnado com a fumaça que dificultava minha respiração, como se houvesse um peso sobre meu peito.
Vi derrepente um pedaço de madeira despencar e cair vem na minha frente,fazendo uma grande chama surgir. Apertei forte contra meu peito o anel que ele havia me dado, que continha as nossas inicias, me fazendo lembrar dele, do que havia ocorrido 4 anos atrás e do que ele havia me prometido. Eu sentia as minhas forças escorrerem para fora de meu corpo, não conseguiu mais resistir, e me deixei levar por minhas memórias, mergulhando na escuridão.
Tudo havia começado em um dia quente de verão, 4 anos atrás. Caminhávamos na beira do mar, eu podia sentir a brisa fresca do verão em meu rosto, até que senti ele colocar uma pressão em minha mão fazendo eu parar e olhar para ele, pude ver que seu olhar era sério e triste, fazendo meu sorriso desaparecer.
— S/N— Ele começou com uma voz triste— Eu tenho que te contar algo.
— O que foi Rocky?— Perguntei aflita.
— Estou indo embora essa noite.
Senti como se uma adaga tivesse sido cravada em meu coração.
— O que?— Minha boca estava trêmula.
— Eu estou indo embora S/N.— Ele sussurrou.
— Mas por quê?— As palavras saíram fracas e baixas.
— Recebi uma proposta para ser modelos nos Estados Unidos.— Ele diz sério.
—Estou feliz por você.— Senti as lágrimas brotarem em meus olhos.
— Por favor não chore— Ele coloca suavemente sua mão em meu rosto e enchuga um lágrima.— É só por um tempo princesa.
— Quanto tempo?
— A previsão é de 3 anos, mas pode ser que eu precise ficar mais.
Assenti com a cabeça e não consegui mais segurar minhas lágrimas.
Ele me abraçou e me deu um longo beijo.
— Tenho algo para te dar— Ele diz tirando um anel do bolso— Mandei gravar nossas iniciais nesse anel.
Eu estendo minha mão e ele coloca o anel em meu dedo.
— Obrigada Rocky.— Falo soluçando.— Nós manteremos contato uma com o outro certo?
— Claro meu amor.— Ele me puxa para um abraço.
Ficamos um tempo abraçados até que ele me solta e diz:
— Adeus S/n
— Adeus Rocky
Vejo ele se distanciando e começo a chorar novamente, o que eu faria sem ele?
       Aquela foi a última vez que eu vi meu amado.

4 anos depois
      
Rocky ON

        Finalmente, eu cheguei. Sorri ao entrar na rua em que me levaria até a casa da minha amada S/n. Eu levava em minhas mãos um buquê de flores frescas e bombons. Fazia pouco tempo desde que eu cheguei em Seul. Eu sentia saudade de lá. Só de pensar em rever a S/n de novo meu coração palpitou e um sorriso nasceu em meus lábios.
         No momento em que eu virei a esquina meu sorriso desapareceu e eu entrei em desespero. No lugar onde deveria estar a casa de minha amada havia grandes chamas e uma fumaça escura subia até o céu. Derrubei tudo no chão e corri o mais rápido que pude até a casa dela.
         - S/n! S/n! - chamei desesperadamente -  VOCÊ ESTÁ AÍ?!
          Trêmulo, peguei meu celular e liguei para o corpo de bombeiros.
          - Sinto muito, porém estamos atendendo uma emergência do outro lado da cidade - um bombeiro falou para mim.   
          - Mas a casa dela está pegando fogo! - falei em pânico.
          - Tentaremos chegar aí o mais rápido possível senhor - ele falou calmamente.
          - Quanto tempo?
          - Dez minutos no máximo.
          Desliguei o celular e tentei pensar. Se ela estivesse mesmo lá ela não aguentaria mais dez minutos. Olhei para a garagem que estava sendo consumida pelas chamas e vi que o carro dela estava lá. Ela estava dentro da casa! Eu não podia esperar os bombeiros chegarem.
          Corri até a porta e a escancarei, recebendo uma lufada de fumaça negra bem em meu rosto, fazendo uma tosse seca sair de meus lábios. Peguei minha blusa e cobri parcialmente meu rosto, deixando somente meus olhos a mostra.
   Gritei novamente:
   — S/N! ONDE VOCÊ ESTÁ?
   E novamente não recebi resposta alguma.
Estava extremamente difícil de andar, enxergar e respirar dentro da casa, mas eu não podia desistir, eu tinha que achar a S/N.
Andei por aquela casa, que já tinha ido muitas vezes, estava totalmente irreconhecível.
Andei mais um pouco e cheguei onde eu penso que pode ser a sala e a vejo inconsciente no chão. Corro e me abaixo ao seu lado.
— S/N! S/N! ACORDA POR FAVOR, SOU EU, O ROCKY E VOLTEI PRA VOCÊ.
Ela nem se mecheu.
— TEM ALGUÉM DENTRO DESSA CASA?— Escuto alguém gritando, provavelmente os bombeiros haviam chegado.
— SIM! TEM UMA MOÇA E EU!— Grito em resposta aos bombeiros.
— VOCÊS CONSEGUEM SAIR?
— ACHO QUE SIM!
Pego a S/N no colo e começo a sair da casa.
Felizmente conseguimos sair da casa sem nenhum problema, já havia uma ambulância no local e a S/N foi levada para o hospital.

S/N ON
3 dias depois

Sentia minhas pálpebras mais leves e comecei a abrir os olhos. Olho para o lado e vejo um homem de costas olhando pela janela do quarto.  Não podia ser, era ele mesmo.
— Rocky, é você mesmo?— Perguntei com a voz fraca.
Ele se vira no mesmo instante. Ele abre um grande sorriso.
— Sim, sou eu meu amor.
Começo a chorar, ele realmente estava de volta.
Ele se aproxima da cama e eu tento me levantar, mas meu corpo doía.
— Não tente se levantar ainda, você sofreu várias queimaduras. Vou chamar a enfermeira e avisar que você acordou.
Ele já estava quase saindo do quarto quando eu digo:
— ESPERE! Venha aqui, por favor?
—  OK
Ele se aproxima novamente.
— Você pode se abaixar um pouquinho?
Ele se abaixa ao lado da cama.
O puxo para perto pelo colarinho da camisa, estamos tão perto ao ponto de sentirmos a respiração um do outro.
— O que foi... — ele parou de falar no momento em que eu me inclinei em sua direção. Meus lábios, flamejados pelas labaredas, encontraram os dele, úmidos, e eu senti como se houvesse somente nós dois naquele momento.
— Senti a sua falta Rocky...
— Também senti a sua falta S/n — ele levou a mão até o bolso dele e retirou um objeto — acho que isso.... Pertence a você — ele colocou o anel em minha mão e fechou meus dedos ao redor do objeto.
— C-como v-você? — perguntei atônita — Achei que eu havia perdido o anel na casa.
— Os paramédicos encontraram esse anel na sua mão quando eles chegaram. Então eles entregaram para mim — ele sorriu fracamente.
Pego o anel e o coloco no meu dedo.
Estava tão feliz que ele estava de volta! Espere que depois que eu receber alta possamos recuperar o tempo que perdemos e que ele nunca mais me deixe.

Escrito por: Sophia e Raíssa

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Música: You're my world

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