- Eu sei Muffin - eu falo fazendo carinho na cabeça do gatinho que se aconchegava embaixo de minha mão - Eu estou preocupada com ele também.
O céu já estava escuro e gotas de chuva batiam na janela do meu quarto. Eu encarava a caixinha de música que ficava no parapeito da minha janela. Uma pequena bailarina rodava no centro e o som de um piano ecoava pelo quarto. Aquela caixinha só me fazia lembrar dele, fazendo o meu coração ficar apertado. Meus pensamentos se direcionaram aos acontecimentos dos últimos quatro dias.
Aquele dia, havia iniciado como qualquer outro dia, uma quarta feira normal, pelo menos, era o que eu achava.
A cozinha do pronto socorro estava cheia, os médicos chegavam e conversavam sobre os mais variados assuntos. Entrei e os cumprimentei, indo em direção da cafeteira e preparando uma xícara de café fumegante.
- Oi S/n - James fala com um sorriso - Bom dia.
- Bom dia James - eu sorrio de volta.
- Servida? Uma paciente deixou esse bolo para nós - ele me estende uma fatia de bolo de canela.
- Claro. Obrigada - eu sorrio e pego uma fatia.
Assim que acabei de tomar o meu café da manhã, vesti meu jaleco e fui até a secretaria.
- Bom dia S/n - a secretária me fala.
- Bom dia Rose - eu sorrio.
- O que temos para hoje Rose? - escuto a voz dele e sinto ele apoiar o braço em meu ombro, se aproveitando de sua altura
- Menina de onze anos. Caiu da sacada em cima de uma roseira. Quarto 28 - ela entregou a ficha da paciente para o meu colega.
- Muito obrigado Rose - ele sorri e logo em seguida de vira para mim - Oi S/n - ele fala com um sorriso fofo.
- Bom dia Moon Bin - eu respondo enquanto lia a ficha que Rose havia me dado.
- O que você tem para hoje? - ele pergunta em tom de curiosidade.
- Homem adulto, trinta e quatro anos, acidente com um martelo.
- Hm... Interessante. Bom, nos vemos mais tarde?- ele pergunta esperançoso.
- Claro Bin - sorrio e logo em seguida, cada um vai para uma ala do hospital.Várias horas depois
Olhei para o relógio que estava na parede. 20:00. Meu turno havia acabado. Vou até o vestiário, visto minhas roupas normais e guardo o jaleco dentro da mochila. Saio do hospital e vejo o Moon Bin de costas para mim. Vou até ele nas pontas dos pés e toco bruscamente em seus ombros.
- S/n! Que susto menina! Já falei para você parar de fazer isso. Quer me matar do coração?
- Ai Moon Bin, vai me dizer que se assustou comigo? Você nunca se assusta... Você está aprontando alguma coisa?
- Não, claro que não, de onde você tirou essa ideia?
Solto um riso baixo, ele não conseguia disfarçar quando ele estava mentindo.
- Tá rindo do que em?
- Nada - sorrio - Vamos?
Ele concorda com a cabeça.
Todas as noites nós íamos juntos para casa. Afinal, ele morava no mesmo prédio que eu. Andávamos em silêncio pela rua, que apesar de não passar das 20:30, encontrava-se deserta. Olhei para ele e percebi que ele estava tenso.
- Moon Bin?
- Oi.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Por que?
- Você está tenso.
- É que... Eu preciso falar com você S/n... - ele para de andar e eu faço o mesmo.
- Olha... Eu não sei como te falar isso mas... E-eu... E-eu... - ele arregala os olhos - S/n!
Eu sou empurrada para o lado, me fazendo cair bruscamente no chão. Tudo aconteceu muito rápido. O barulho do pneu raspando no chão numa tentativa de brecar, o grito do motoqueiro e o grito do Moon Bin.
Vejo ele caído no chão, inerte. O motoqueiro desesperado se desculpava várias vezes, porém não era culpa dele. A iluminação da rua era precária, não permitindo que ele nos visse a tempo.
- O-o que eu posso fazer para ajudar? - ele perguntou desesperado - Eu sinto muito mesmo.
- Ligue para a ambulância - falei enquanto me ajoelhava ao lado do meu colega caído no chão - Enquanto isso, tentarei uma reanimação. Eu sou médica.
- Certo - ele se afasta e liga para a ambulância.
Pressionei o peito dele inúmeras vezes, medindo constantemente seu pulso. Em um momento ele parou de respirar, e, sem pensar duas vezes, juntei meus lábios aos dele e enchi o pulmão dele de ar. Quando eu estava fazendo isso, ele abriu os olhos e me encarou com uma expressão confusa, votando a desmaiar logo em seguida. Para o meu alívio escuto as sirenes da ambulância atrás de mim. Os paramédicos o pegam e o colocam em uma maca. Vou com ele na ambulância, relatando o que havia acontecido.
Já fazia quatro dias que ele estava no hospital. Estavam mantendo ele sedado e em observação. Todos os dias eu ia vê-lo, e passava horas olhando o seu rosto, em uma paz imensurável, que parecia tão desapropriada a situação. A roda da moto havia atingido sua perna em cheio, provocando a quebra do osso, e com a queda, a cabeça dele bateu fortemente no chão, mas felizmente, ele não havia sofrido nenhum dano cerebral.
Uma lágrima quente escorreu por meu rosto e soluços insistiam em sair de minha boca. Muffin, o gato do Moon Bin, me fitou com seus grandes olhos verdes, soltando um miado baixo logo em seguida, como se ele estivesse triste também. Amanhã eu iria vê-lo de novo, tudo estaria bem, fui dormir com essa frase em mente.No dia seguinte
Entro no quarto de cabeça baixa, esperando encontrá-lo no mesmo estado de ontem, dormindo pacificamente.
- Bom dia S/n - escuto uma voz fraca falar, me fazendo levantar a cabeça rapidamente.
- Moon Bin! - corro até a cama e o abraço da maneira que eu pude - Você acordou!
- Sim - ele sorri fracamente - Sentiu a minha falta?
- Todos os dias - sorrio sem nem perceber o quanto aquelas três palavras podiam significar para ele - Como você está?
- Minha perna ainda dói um pouco, mas estou muito melhor.
- Que bom que você está bem - sorrio me sentando na cadeira ao lado da cama.
Ficamos um tempo envolvidos em um silêncio constrangedor, até que falamos ao mesmo tempo.
- Eu preciso te perguntar uma coisa. - eu e ele sorrimos ao perceber que falamos a mesma coisa.
- Você primeiro - ele falou para mim.
- Não, você primeiro.
- Não.
- Acidentados primeiro - sorrio para ele que retribui com um sorriso travesso.
- Tudo bem então. É... S/n.... Naquela hora, na rua.... Quando eu acordei...
- Ah...
- Você estava me....
- Não, claro que não - respondo apressadamente - Estava fazendo uma reanimação cardiopulmonar.
- Ahh... Entendi - ele fala cabisbaixo.
- Agora é a minha vez de perguntar - eu esfrego minhas mãos nervosamente - O que você queria me falar? Quero dizer, antes de tudo isso acontecer.
Vejo ele se remexer nervosamente na cama.
- É que... Já faz um tempo... Que eu percebi que meu comportamento muda quando você chega perto de mim. Eu começo a ficar nervoso e eu gaguejo quando falo com você... Eu também sinto como se eu estivesse com milhares de borboletas no estômago. Então eu fui pesquisar em livros de medicina, e eu acabei descobrindo que isso não é nenhuma doença, e sim...
- Amor - eu respondo
- Sim.... - ele fala corado - Eu gosto de você S/n, gosto muito.
Eu sinto o meu rosto ficar vermelho igual um morango.
- E-eu também gosto de você Binnie - dito isso eu depositei um beijo na bochecha dele.
- Era para eu te pegar no colo agora e te encher de beijinhos mas - ele levanta a perna engessada, fazendo uma careta de dor logo em seguida,me fazendo rir.
E foi a partir desse dia que eu e o Moon Bin começamos a namorar, para no futuro, nos casarmos e passarmos o restante de nossos dias juntos.
Escrito por: Sophia
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