Eu e meu melhor amigo, Sanha, resolvemos trabalhar na biblioteca local durante as férias, então, todas as tardes nós nos encontrávamos lá e ajudavamos a senhora Ginger a tomar conta do local.
Era um final de tarde extremamente agradável e a biblioteca já se preparava para fechar. As poucas pessoas que ainda restavam já se preparavam para ir embora, e a senhora Ginger estava acabando de guardar suas coisas dentro se sua bolsinha. Eu estava com meu carrinho, arrastando suas rodas barulhentas pelo piso de madeira por entre as prateleiras, guardando os volumes que haviam sido pegos naquela tarde. Um volume acabou caindo, e quando eu me abaixei para pegá-lo, acabei batendo meu quadril no carrinho de ferro, o impulsionando e fazendo ele se chocar contra uma prateleira. Como se o desastre já não fosse o suficiente, meu amigo Sanha, estava exatamente naquela prateleira, e todos os livros caíram em cima dele. Ao ouvir o barulho, a senhora Ginger veio correndo ver o que havia acontecido.
- Não aconteceu nada demais senhora, os livros só caíram em cima de mim - meu amigo falou com a mão na cabeça.
- Tem certeza que você está bem meu querido?
- Tenho, senhora.
- Perdão senhora - falei enquanto me abaixava ao lado de meu amigo - Prometo que vou arrumar tudo. A senhora pode ir indo, só por favor não tranque a biblioteca, deixe as chaves em cima do balcão para que eu tranque a biblioteca depois.
- Tudo bem querida - a senhora Ginger falou com um sorriso - Tenham uma boa noite meus amores - dito isso ela sumiu por entre as prateleiras. Minutos depois pude ouvir o barulho da porta se fechando, indicando que ela já havia saído.
- Você está bem Sanha? - perguntei preocupada.
- Estou, não foi nada demais, é sério - porém ao dizer isso ele fez uma careta de dor.
- Deixa eu ver o que aconteceu - afastei a mão dele e pude ver um pequeno corte que sangrava - Sanha! Sente-se ali - peguei a mão dele e o levei até uma poltrona - Vou pegar a caixa de primeiro socorros.
Me abaixei atrás do balcão e peguei a pequena caixa com uma cruz vermelha. Fui até ele e me agachei ao seu lado. Peguei um algodão e um antisséptico e o coloquei em cima do corte.
- Aaaa! - ele contraiu os lábios - Doeu!
- Me desculpe, já vai acabar, eu prometo - assim que acabei de limpar o corte peguei uma pomada e a esfregei delicadamente contra a sua pele. Nossos rostos estavam extremamente perto, e eu vi que ele corou um pouco quando coloquei minha mão em sua testa.
- Obr-obrigado S/n - ele falou com um sorriso fofo e com as bochechas vermelhas.
- Não precisa agradecer, se não fosse por mim isso não teria acontecido - falei cabisbaixa - Agora, acho que já podemos ir embora.
Ele concordou com a cabeça. Fomos em direção a porta, porém quando tentei abrir ela, vi que estava trancada.
- Está trancada - falei com um toque de desespero na voz.
- Deixa eu ver - ele forçou a porta, porém não adiantava, estávamos presos ali.
- Acho que estamos presos - dei de ombros e soltei um suspiro.
- É... Pelo jeito vai ser só eu e você - ele sorriu e me encarou.
- É...- falei, um pouco desconfortável por conta do contato visual - Acho que vou ler um livro então. - dito isso fui até uma prateleira e peguei o meu livro favorito. Me sentei no grande sofá que havia na biblioteca e comecei a ler. Segundos depois meu amigo veio e se sentou do meu lado. Ficamos lendo em silêncio por um bom tempo, até que senti meus olhos pesarem.
- Está com sono S/n? - Sanha perguntou após eu bater a cabeça em seu ombro pela terceira vez.
- Sim... - bocejei - Acho que vou dormir Sanha. Boa noite.
- Tudo bem - ele se levantou e deixou que eu me deitasse - Boa noite S/n.
Segundos depois, eu pegeui no sono.Sanha ON
Eu fiquei acordado por um bom tempo. Todas as vezes que eu olhava para a S/n meu coração acelerava. Era a primeira vez que eu ficava sozinho com ela, e tenho que admitir que estava um pouco nervoso. Na hora em que ela passou a pomada em meu corte, foi o momento em que eu fiquei mais perto dela, meu coração palpitava e meu rosto esquentava só de lembrar. Seus dedos eram macios e seu perfume era doce. Soltei um suspiro. Já éramos amigos fazia anos, porém nunca contei para ela meus reais sentimentos, eu tinha medo de que ela parasse de ser minha amiga por conta disso, então guardei esse sentimento para mim. Conforme a noite avançava, mais fria a biblioteca ficava, e vi que a S/n estava tremendo de frio. Me levantei, fui até ela e a cobri com o meu casaco. Fiquei alguns minutos a observando, seu lindo rosto, sereno enquanto dormia.
- Aaaa S/n, se você soubesse o tanto que eu gosto de você - afastei uma mecha de cabelo que estava sobre a sua bochecha - Queria ser mais do que um amigo para você, queria ser seu namorado, pode te proteger e cuidar de você, poder te abraçar e, quem sabe, te beijar... - suspirei - pena que eu não tenho coragem de te contar o quanto eu te amo.
Dito isso fui até o chão e me deitei sobre o carpete. Minutos depois, acabei dormindo também.S/n On
Mal sabia ele que eu havia escutado tudo que ele havia falado. No momento em que ele tocou no meu rosto eu acordei, porém fingi que ainda dormia. Não conseguia acreditar, ele era apaixonado por mim também! "Aaaaa o Sanha gosta de mim!" Quis gritar de alegria porém não queria acordá-lo. Olhei para ele e vi que ele estava muito encolhido, provavelmente estava com frio. Me levantei e fui em direção a ele. Me deitei ao seu lado e coloquei seu casaco sobre ele.
- Não S/n, você vai ficar com frio - ele falou com a voz baixa e rouca, deixando óbvio que eu havia o acordado
- Não se preocupe, eu estou bem.
Segundos depois ele se virou e colocou as pontas de seus dedos na minha cintura.
- Eu... Eu posso...- ele falou relutante.
- Claro - peguei as mãos dele e as puxei, segundos depois ele me envolveu em seus braços.
- Melhor?
- Muito melhor - falei com um sorriso. Eu estava muito feliz, mas com vergonha também, nunca havia pensado na possibilidade de ele me abraçar. Ficamos em silêncio por um bom tempo, porém ambos sabiam que nenhum dormia.
- Sanha... Eu... Posso te falar uma coisa?
- Pode S/n...
- Naquela hora... Que você me cobriu...
- Sei... - vi que ele havia começado a ficar nervoso.
- Eu acordei.... - me virei para ele, nossos rostos extremamente próximos - Eu ouvi o que você falou.
- Tudo?
- Sim.
- S/n... Eu... Eu sinto muito - ele falou nervosamente.
Em um impulso, segurei seu rosto e trouxe ele para mim, selando nossos lábios carinhosamente. Seu maxilar estava tenso no início, porém ele logo relaxou e retribuiu o beijo. Seus lábios eram macios e doces, como um pêssego, e seu perfume era delicioso. Passei a mão em seus cabelos e ele colocou a sua mão em minha nuca, sustentando meu rosto. Quando nos separamos eu falei com um sorriso:
- Eu gosto de você também Sanha.
Ele sorriu. Passamos um tempo abraçados até que ele me chamou.
- S/n.
- Sim Sanha -falei me virando para ele.
Ele me deu um beijinho, fazendo eu corar por conta da surpresa. Na hora que ele iria me dar outro beijo eu escuto a porta da biblioteca se abrir. Nos levantamos rapidamente, momentos antes de a senhora Ginger entrar.
- Aaaa meus queridos - ela falou com um sorriso - Chegaram cedo hoje.
- Sim... Chegamos...- eu falei, fazendo o Sanha abrir um sorriso desconfortável.
- Vamos começar o trabalho senhora.
- Tudo bem.
Dito isso ele me levou até uma prateleira e depositou um selinho em meus lábios.
- Vamos a um encontro hoje depois do expediente?
Eu concordei com a cabeça fazendo ele abrir um sorriso. Segundos depois ele foi até a outra prateleira e começou a trabalhar. Aquele era só o começo de uma linda relação.Escrito por: Sophia
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Música: When You Call My Name
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Imagines Astro
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