Imagines Astro

O ator - Sanha (parte 2)

1 ano depois

— Sanha! Acho que conseguimos acabar amanhã! — você grita para o mais alto.

— Sério? — ele grita de volta — Nossa, nem acredito que essa foi a última cena.

Sanha acaba de secar o rosto com uma toalha e corre em sua direção, sentando na cadeira ao lado da sua, enquanto revesava o olhar entre a tela brilhante e o seu rosto. 

Você desliga o sistema e logo em seguida fecha o computador. O relógio marcava uma hora da manhã.

— Nossa, eu nem percebi — você boceja — que já era tão tarde.

— Nem eu — Sanha estica os braços para trás da cabeça e solta um suspiro — Nem consigo acreditar que já faz um ano desde o nosso primeiro encontro.

— É, nem eu. Parece que foi ontem que a gente se encontrou no parque na frente da Academia.

— Sim… — ele sorriu — Ainda lembro da sua cara quando você me viu. Perdão, se eu soubesse que minha beleza ia causar tal reação em você eu teria mandado uma mensagem antes avisando para que você pudesse se preparar.

— Um ano depois e você continua debochado — você bate no ombro dele — E eu não fiquei surpresa com a sua beleza ok? — Sanha estalou a língua — É sério! Eu tive aquela reação pois estava brava isso sim! Sabia que não é educado deixar uma dama esperando?

— Dama? Que dama? Na minha frente eu só consigo ver uma chatinha mal agradecida. — Ele aperta a sua bochecha e você faz uma careta para ele.

— Ainda não sei porquê eu aceitei namorar com você.

— É porque ninguém resiste ao meu charme — ele pisca para você.

— Seu idiota. — você revira os olhos e depois sorri.

— Sua irritadinha.  — Ele se inclina e te dá um beijo rápido. — Vamos, temos que estar preparados para amanhã, é melhor termos uma boa noite de sono.

Sanha on

Coloquei a S/n na cama e a cobri. "Nunca vi alguém dormir tão fácil.". Falei, sorrindo.
Com um pouco de insegurança, passei as pontas dos dedos na bochecha dela, afastando delicadamente alguns fios de cabelo. Ela se mexeu ao meu toque, então rapidamente recolhi a mão.
Dei uma última olhada nela e fui para o meu quarto. Já se passavam das duas da manhã e eu realmente precisava dormir, mas um pensamento me angustiava. As gravações já tinham chegado ao fim, tão rápido quanto uma chuva de verão. Durante as filmagens, construímos juntos memórias felizes e tristes. A maioria eram felizes. Me lembrei das várias horas de gravação, das noites em que ela passava em claro editando para que tudo ficasse perfeito, as vezes em que brigamos e as vezes em que rimos.
Meu pensamento repassou aquele um ano. Vislumbrei nosso encontro atrapalhado na frente da academia, o nosso primeiro beijo em baixo de uma chuva forte depois de termos jogado água um no outro, o dia em que pedi ela em namoro no Cinema principal…
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e minha garganta se apertou.

— Acho que… — sussurrei para ninguém em especial, somente as estrelas eram minha companhia naquela noite — Acho que ela não lembra… do que vai acontecer amanhã. Eu queria — respirei fundo e senti meus lábios tremerem — Eu queria que eu pudesse fazer alguma coisa.

Mais uma lágrima rolou. E mais uma. E assim seguiu-se a minha noite. Memórias derramadas sob a luz das estrelas, escorrendo em formato de lágrimas cristalinas e manchando meu travesseiro com tristeza.

Sanha off

O Sol mal havia nascido e vocês já estavam acordados, fazendo os preparativos finais para a conclusão e a publicação da obra. O filme deveria ser enviado à Central até às 18 horas daquele dia.