Showzinho

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Alerta Gatilho! Violência

Saí dali assim que Iris terminou de falar, tentando fugir das perguntas e da atenção sufocante que me cercava

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Saí dali assim que Iris terminou de falar, tentando fugir das perguntas e da atenção sufocante que me cercava. Cada passo que eu dava, alguém — seja uma selecionada ou repórter — lançava mais uma questão. Na saída, não foi diferente. Piper estava ali, claramente preparada para me segurar caso eu perdesse a paciência e batesse em alguém. Rachel, Thalia e Reyna surgiram com perguntas incessantes, enquanto Kelli parecia apenas furiosa. Clarisse estava lá também, mas apenas para ouvir o que eu tinha a dizer.

— Por que não falou nada? — Reyna começou, seu tom firme e inquisitivo.

— Não sou obrigada — respondi de maneira áspera, enquanto cruzava os corredores tentando despistá-las.

— Mas você beijou o príncipe! Como não falar disso? — Rachel disse, acelerando para me acompanhar. — Você conseguiu o que muitas de nós estamos tentando, um objetivo.

Parei instantaneamente ao ouvir isso. Um objetivo. Para muitas delas (quase todas), Percy não era mais do que um prêmio a ser conquistado.

— Percy não é um prêmio que deve ser pego! ELE É UM SER HUMANO, IGUAL A GENTE!

O pensamento de tratar Percy como um objeto, um objetivo a ser alcançado, me enojava. Era desumano. Olhei rapidamente para os lados, tentando me localizar. Um corredor largo se abria de um lado e, do outro, uma escada. Estava perdida? Não sabia ao certo, mas naquele momento, só queria me afastar delas. Corri o mais rápido que pude pelo corredor, virando à direita, depois à esquerda, sem olhar para trás.

Quando finalmente tive certeza de que não estavam mais me seguindo, sentei-me no chão, exausta. O corredor estava deserto e mal iluminado. Encostei minha cabeça na parede, tentando recuperar o fôlego. Foi então que ouvi uma porta se abrir e duas silhuetas apareceram, sem me notar ali. A pouca luz e os vasos de flores grandes ajudavam a me esconder.

Uma das pessoas parecia ter sido empurrada para fora de um escritório.

— Você sabe o que fez?! — a voz grave rosnou, familiar, mas não a reconheci de imediato.

— Eu sei! E você sabe que sei! Ela vai descobrir, e sua máscara vai cair! — a outra pessoa rebateu, a voz cheia de determinação.

— Vou mandar essa menina embora. Já matei antes! — a voz masculina ameaçou.

— Tentou... e fracassou, como sempre. — a resposta veio ácida, seguida de um som seco de tapa.

— Não abuse! Sabe o que posso fazer com seus filhos! — o homem ameaçou novamente, desta vez com um tom de crueldade que fez meu estômago revirar.

— Nossos filhos! — a outra pessoa gritou, desafiadora, e outro tapa ecoou pelo corredor.

Foi nesse instante que reconheci a voz. Meu coração parou. Virei-me sutilmente para espiar e, ali, estava Zeus de pé, enquanto Hera, sua ex-esposa, estava caída no chão, quase chorando. O rosto dela estava machucado, com hematomas visíveis.

Nossos olhos se encontraram por um segundo, e Hera me deu um sorriso fraco, dolorido.

— Meu sobrinho nunca vai deixar isso acontecer. Ele a ama! Perseu não desiste fácil! — Hera disse, a voz baixa, mas firme.

— Seu sobrinho está como você! — Zeus ergueu Hera pelos cabelos, e eu prendi a respiração, tentando não fazer barulho. — Fracassado, submisso a mim. Poseidon não está aqui, e com aquele show, vai demorar ainda mais para voltar.

Zeus a jogou contra a parede com brutalidade, e eu tive que me controlar para não sair correndo e ajudá-la ali mesmo. Hera estava claramente ferida. Ele entrou de volta no escritório e bateu a porta com força, sumindo.

Sem hesitar, corri até Hera.

— Hera, meu Deus... Hera... — murmurei em pânico, ajoelhando-me ao lado dela. Seus olhos abriram devagar, e ela tocou meu rosto com uma mão trêmula.

— Estou acostumada... — respondeu ela, com a voz fraca, como se quisesse me acalmar.

— Vamos para a enfermaria... — insisti, tentando levantá-la com cuidado.

— Annabeth, você tem que correr... Ele não brinca quando se trata de trabalho. — ela sussurrou, com um suspiro cansado.

— Por sorte, eu também não! — respondi firmemente, apoiando-a em meus ombros, ajudando-a a se levantar.

Enquanto a ajudava a caminhar, as palavras de Zeus ressoavam na minha cabeça: "Seu sobrinho está como você". Aquilo acontecia com Percy? Sob o nariz de todos? Ele precisava de ajuda... Mas será que eu conseguiria ajudá-lo?

Eu me perguntava isso enquanto continuava a apoiar Hera, meu coração acelerado e a mente fervilhando. Percy precisava ser salvo, tanto quanto Hera. E eu não podia falhar.

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