Capítulo 2: Mudanças (Rafah na capa)

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Memórias (On):

- Preciso que vc seja forte Hannah, o que eu vou te falar agora vai doer muito, mas como papai sempre disse, vc é e sempre será forte. -Ele fala se agachando para ficar do meu tamanho e pega minha mão

- Rafah, vc está me assustando, fala logo -Falei impaciente

- O carro explodiu -Disse nervoso, olhando para baixo

- Como assim? -Isso não pode ter acontecido.

- Hannah vc é muito nova para entender, mas o papai e mamãe foi morar com a vovó e o vovô. - Falou olhando no meu olho

- Eles não estão mais.... - Falei com os olhos cheio d'agua, apontando para baixo.

- Não pequena- Me abraçou.

- Não Rafah, não. Isso não pode estar acontecendo. -Me sento novamente, eu sabia. Por isso a mamãe queria que a gente se afasta-se, Ela nos salvou.

- Vou pegar água pra vc -Diz e sai chorando. Agora que percebi que estamos em um hospital.

Memórias (off)

Desde então, minha vida nunca mais foi a mesma depois desse dia, tudo mudou.

Rafah ia fazer aniversario de 17 naquela semana, ele estava muito triste.

Ele e papai sempre brigavam e minha mãe ia para meu quarto brincar comigo para eu não ouvir, mas eu não era tão idiota assim. Também já vi papai dar um tapa na cara de Rafah.

Como ele era de menor não podíamos continuar na nossa casa, então estávamos na mão da justiça. Como sabiam da fama do Rafah ele foi destinado a um reformatório e eu ao orfanato da cidade (Guarapari, no Espírito Santo) onde morávamos.

Uma noite após o acidente nós tínhamos que arrumar nossas coisas. Não estava aceitando a ideia, mas estava em choque pela morte dos nossos pais.

Me lembro como se fosse hoje.

Memórias (on):

Rafah tinha pedido para ir no banheiro da delegacia e sumiu, chegou bêbado e fedendo a cachaça na nossa antiga casa, como ele sempre fazia, quando algo não o-agradava. Começou a discutir com a assistente social na sala. Quando me viu, parou e disse:

- Desculpa Hannah, mas isso é demais para mim. - E saiu logo em seguida, assistente foi atrás dele, mas eu fiquei parada estava em choque pensava que ele também me deixaria.

Memórias (off)

E foi exatamente o que aconteceu, nunca mais vi ele desde desse dia.

E simplesmente, num piscar de olhos, eu estava sozinha. Perdi tudo.

Fui ao orfanato, como combinado. As primeiras semanas foram difíceis, eu chorava toda noite, pedindo para que eles voltassem, achando que isso foi apenas um pesadelo e eu vou acordar.

Lembro que por volta da quinta noite, ouvi uns barulhos vindo do andar de baixo do orfanato.

Memorias (On):

Estava morrendo de sede e com os olhos ardendo de tanto chorar, resolvi levantar para beber água. Esses dias ando tão triste com o que aconteceu que não falei com quase ninguém daqui, e nem reparei quão bonito é o orfanato. Uma decoração marrom e borboletas na parede, tentando passar algum tipo de esperança falsa.

Vc deve estar se perguntando: Cadê seus tios para cuidar de vcs? Eles fugiram, isso mesmo sumiram do mapa para não cuidar nem de mim e nem de Rafah. Só tínhamos eles de parte de mãe e por parte de pai nunca conhecemos, moram fora do país e meus avós morreram TODOS, ou seja, só sobrou a gente.

Enfim, estava no corredor quando ouço uma conversa, entre a dona do orfanato e um cara.

- São quantas? -Uma voz masculina soa baixinho no corredor

- Com a novata, 35 meninas -Ouço a voz de Cinthia, a dona do orfanato

- E elas aguentam? - Me assustei, aguentam o que?

- Sim, são fortes, só a novata que não sabemos direito -Ela para e respira e fala mais baixo, mas consigo ouvir. -Aquela macaca, só sabe chorar- Eles riem.

Meus olhos enchem de lagrimas de raiva, me dando vontade de sentar a mão na cara dela. Desde de pequena minha mãe me ensinou a nunca abaixar a cabeça para esse tipo de comentário.

.....
"Vc não tem noção de quanto de beleza vc carrega Hannah" -Ela dizia enquanto definia meus cachos em frente ao espelho.
.....
*isso vale para todas as meninas que leram. *

Sorrio ao lembrar dela e ouço passos mais pertos, corro para o quarto e me deito. Os passos se afastam e eu respiro descobrindo a cabeça.

-O que estava fazendo lá fora? É perigoso -A menina com quem divido o quarto se pronuncia me dando um susto

- Ai menina, que susto -Suspiro- Estava pegando água

- Cuidado, a Cinthia passa por todos os quartos essa hora para ver se estamos dormindo.

- Vish, ela é chata assim? - Pergunto curiosa

- Vc não viu foi nada- Falou com uma cara de tédio- Vamos dormir logo, se ela nos pega conversando, ela nos põe de castigo -Ela diz e suspira -E já não basta o trabalho- Fiquei confusa.

- Que trabalho?

Finalmente te encontrei - Louis PartridgeOnde histórias criam vida. Descubra agora