Finalmente te encontrei - Louis Partridge

Capítulo 5: Desistir

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Obrigada e boa leitura 🥰

Bom, a partir daquele dia, aquilo se tornou rotina, ele batia nela e me estuprava, se eu negasse eu quem apanhava. Eu estava apavorada eu só queria meus pais e toda a minha vida de volta antes desse pesadelo, até mesmo o orfanato. 

Eu achava que não tinha mais para onde ir e só pensava e uma alternativa para acabar com a minha dor. 

Teve um dia que eu até quase fiz uma besteira.

Atenção:  *Alerta: gatilho*

Memórias (On):

Acabamos de almoçar, ele acabou de vim aqui no meu quarto fazer uma "visita". 

Isso estava cada dia mais frequente e eu não aguentava mais, me sentia suja e não conseguia dormir direito porque ele fazia isso na minha própria cama e toda vez na hora de dormir chorava sentindo o cheiro e lembrando dele. Eu só quero que tudo isso pare e só tem um jeito. Até porque se um dia eu conseguir fugir daqui, vou fazer o que? 

Não tenho ninguém. Não tenho documentos, nem dinheiro, sei nem pegar um ônibus.

Fui até a cozinha, ele estava no banho e Sara estava lavando a louça. Fui até a gaveta e peguei uma faca grande, de cortar carne. 

Depois daquele dia lá na sala, ele bateu nela até apagar e ela não me pergunta se eu estou bem ou trocou uma se quer palavra comigo desde então. (2 semanas) 

Ela também não impediu ele de subir para me estuprar essas semanas. Acho que ela tem medo de apanhar assim como eu, mas ela podia pelo menos fazer alguma coisa, não é possível. Ela simplesmente aceita calada, coisa que eu nunca faria. Eu já não podia sair pois ele escondia a chave e ela sabia onde estava, ela podia fugir comigo, mas simplesmente não fazia e acredite eu já tentei fugir daqui, mas toda vez ele chega, ou ela conta tudo para ele. Realmente não havia outra saída. Já que ela não fazia nada, e também não posso cobrar nada dela e muito menos culpa-la, deve ser realmente difícil. 

Eu só não aguentava mais, tudo isso. 

Estava prestes a sair da cozinha quando ela me interrompe.

-Onde vai com essa faca? -Sua voz soa pela cozinha. Eu não a ouvia a semanas porque achei melhor me trancar no quarto e estudar por lá, mas nem assim ele me esquecia.

-Nada, vou usar para um trabalho. -Falei me virando, ficando de frente para ela

-Que trabalho? Que eu sabia, vc não precisa entregar nada, só responder as questões. -Putz, esqueci desse detalhe, eu realmente não fazia nenhum trabalho.

-O que está acontecendo? - A voz de Carlos surge na escada, nunca pensei em dar graças a deus por essa coisa horrorosa aparecer.

-Nada, vou para o meu quarto. -Passo por ele correndo. Devia ter enfiado a faca nele, BURRA.

Entrei no banheiro e me preparei psicologicamente, eu já li sobre isso uma vez para fazer uma redação que Carlos mandou. Chamasse suicídio, quando alguém tira sua própria vida por vontade ou por muita pressão psicológica tanto familiar, quanto do mundo exterior. Ou simplesmente não acha nenhuma razão para viver e era exatamente o que eu estava sentido, era só cortar os pulsos. Respira, vc consegue. 

Comecei a cortar estava doendo muito e não era fundo o bastante, queria mais, mas a cada corte a dor aumentava. 

Já estava chorando e meu lábio inferior sagrando de tanto que eu mordia para não gritar. Estava no terceiro corte, tentando ir mais fundo possível. Mas não chegava nem perto da dor de ser violada. 

Levo um susto quando escuto a Sara atrás da porta.

-Hannah? Vc está ai? -Logo agora, nem olhava na minha cara e agora fica me procurando pela casa. Continuo em silencio, vai que ela desiste. -Hannah, sei que está aí. Vc está bem? Carlos acabou de sair, fala comigo.

-Está tudo bem Sara, só estou usando o banheiro. -Tentei parecer minha voz mais forte e sincera possível, mas funguei no final.

-Hannah, vc está chorando? -Nem deu tempo de eu responder ouço ela se afastar. Respiro e continuo. Ouço passos dela no corredor novamente. -Hannah, cadê a faca que estava com vc? Acabei de vim do seu quarto e não vi ela lá e nenhum trabalho. -Fiquei sem palavras, não sabia o que dizer

-Sara, não tem outra saída. -Falei alto e chorando me encostando na porta para ela não tentar abrir

-NÃO, Hannah me escuta, essa não é a solução. Abre essa porta. - Falou fazendo força para entrar e ela era mais forte. Como não tinha tranca ela forçou e abriu e me viu naquele estado. Eu só sabia chorar

-HANNAH, MEU DEUS. -Fala colocando a mão no rosto.

-Deixa eu ir ficar com meus pais Sara, me deixa sair desse INFERNO. -Falei gritando e chorando.

-Não Hannah, NÃO. Eu não posso e nem vc. - Veio até mim e me abraçou. -Oh meu amor, vc não merece nada disso, não faz isso com vc. Não desiste agora, vc tem uma vida linda lá fora. Acha que sua mãe ou a Lívia ia gostar de te ver assim, desistindo? Vc consegue ser mais forte que isso, eu sei que consegue, por favor, não faz isso. -Chorei mais, ela me abraçava forte e me apertava. -Vc precisa ter fé que as coisas vão melhorar e eu vou te ajudar. tá?-Olhei para ela.

-SÉRIO?

-Sim, meu bem, cansei de ver vc sofrendo sendo tão nova, já não basta suas perdas. Resolvi tomar uma atitude. -Ela fala e aquilo parecia um sonho. -Demorei até. -Rimos. -Me perdoa?

-Claro, mas vc vai fugir comigo né? -Ela fecha a cara.

Notas da autora

Boa tarde anjos. Só para deixar claro, que eu não apoio o suicídio.

Por favor, desistir não é uma escolha, okay?

Se vc passa por isso, ou pensa em fazer, POR FAVOR, procure ajuda, converse com alguém. 

Só não desiste. Vai dar tudo certo

Se cuidem 

beijos da Anitta.