Estava na floricultura como de costume, hoje seria um dia atípico. Muitas nuvens no céu e templo nublado. Dias assim sempre me deixavam infeliz, porém continuei a regar as flores que haviam chego há pouco tempo.
Minhas mãos estavam gélidas e eu necessitava urgentemente de um chocolate quente. Olhei estreitamente para o balcão e notei que não havia ninguém, a passos rápidos para a cafeteria logo a frente.
— Um chocolate quente, por favor! — pedi para a atendente.
— Não é seu horário de almoço... Que curioso, Hannah.— Milena disse com um sorriso brincalhão.
— Rápido, Milena! É quase uma missão impossível. — disse tamborilando meus dedos no balcão indicando pressa.
— Não tem problema, pode servi-la.— ouvi a voz atrás de mim enquanto programava o cartão para pagar via aproximação.
— Obrigada mesmo! — disse pegando o café da mão de Milena e saindo desesperadamente do estabelecimento.
— Hannah.
— O-oi. — respondi para Giorgino.
— Vou precisar da sua ajuda aqui.
Percebi que havia algo de errado quando Danielle me cumprimentou e não a escutei; meu aparelho havia quebrado outra vez. Retirei-o da orelha e comecei a mexer no aparelho do lado esquerdo e logo depois o direito. Precisava comprar outro melhor urgentemente ou que funcionasse corretamente,no mínimo.
Por um instante peguei-me pensando em mim me apresentando na Bolshoi. Sei que ainda falta muito para chegar lá. Mas não custa nada tentar, né?
Na realidade estava carente e precisando de carinho, quais homens deveria investir dessa vez?
Tanto faz. Sou uma mulher livre e não preciso de um homem para suprir minha carência.
Meu lado livre e independente em guerra constante com a pessoa mimada e necessitada de chamego.
— Meu Deus, Hannah! Não está vendo as flores queimando no sol?
— M-me desculpe — disse após ser arrancada bruscamente dos meus devaneios, mesmo achando que o sol não tivesse tão forte ao ponto de estragá-las.
— As flores precisam devem ser cuidadas! Quem há de comprá-las neste estado? — revirei os olhos, as flores não estavam tão ruins assim, mas o fiz sem que ele visse senão a carta de demissão bateria na porta. — Afinal: As flores brancas não podem tem manchas escuras nas pontas.
— Perdão, Giorgino. Pensei que elas estavam fazendo fotossíntese.
— Deixa de bobeira, menina. Sol de mais não é bom para elas.
— Ah, entendi. E água? Elas precisam de mais água?
— Não entendi o que disse, Hannah.
— Água, sabe? Regar a flor, para equilibrar o calor com H2O e... — sorri; ele me encarou cético, não sei ao certo se fazia sentido o que estava falando — É uma má ideia?
— Não, não. Faça isso! — ele disse passando um pano sobre a superfície do balcão, confesso que me avaliei e estava indo bem. Quando voltei Giorgino já não estava mais lá.
— Viu que Wallace reservou rosas brancas e amarelas? — Nicette disse sorrindo; ela exercia a mesma função que a minha.
— Sério? — disse passando álcool em gel em ambas as mãos.
— Sim, acho que são para você.
— Eu não estou mais com ele.— franzi o cenho.
— Por quê, Hannah? — ela torceu o nariz — Camarote?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A VIDA É BOA COM VOCÊ
ChickLitHannah é uma florista humilde da cidade mais reclusa do Brasil. Seus dias cinzentos e nublados tomam mais cor quando um misterioso homem italiano começa a frequentar a floricultura onde trabalha. Evan Castelhano, sem pretensão nenhuma, decide vir pr...