Evan

                               Quatro meses depois

Hannah não tinha voltado atrás, na segunda semana eu já voltei para Itália. A única coisa que me leva até o Brasil é ela e se Hannah não... Não sei porquê mas algo me diz que não era o que ela desejava mas eu não podia fazer muito.

Eu tinha perdido o contato com ela, eu já não a amava mais... Estive pensando em quantas coisas poderíamos ter sido mas nada mais do que possibilidades e nada mais do que isso. Esse terrível fim.

Decidi ir para o lado oeste da Itália, era o meu lugar favorito do país. Sinceramente odiava ter contato com gente desconhecida. Havia algumas pessoas estranhas, eram jovens... Talvez na faixa de quinze até dezoito anos.

— Oi.— uma garota loura me cumprimentou, chutando baixo ela tinha dezesseis anos.

— Oi, precisa de alguma coisa? — pergunto diretamente.

— Hmm, Você tem cigarro?

— Não, não tenho. E eu acho que você não tem idade para fumar.

— Você gostaria de duas horas? — ela perguntou enrolando os cachos amarelados entre os dedos magrelos.

— Moça, não. Eu adoraria que você me deixasse sozinho.

— Tudo bem.

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— E Hannah? — minha mãe perguntou depois de um tempo em silêncio.

— Quem?

— Hannah.

—  Tava demorando — revirei os olhos — Ela terminou comigo a algum tempo já.

— E você não fez nada?

— O quê quer que eu faça? Hannah já é adulta.

— Você devia fazer algo por ela, se você realmente a amasse.

— Mãe, não questione meus sentimentos.

— Quem não demonstra amor não ama, já dizia Shakespeare.

— Eu prefiro não falar dela. Ela fez escolhas que julgou prudente.

— E desde quando você aceita as coisas como elas são? Quando você se tornou tão passivo?

— Eu já estou conhecendo outras mulheres.

— Eu gostei de Hannah.

— Aí o problema é seu.

— Ela foi a única que te manteve em casa por meses... E você só está assim porquê ela não está mais por aqui.

— Nós saíamos bastante também.

— A diferença é que você estava em paz. Você está em paz agora, filho?

Mais tarde eu tentei ligar pra ela mas eu não consegui. Meu orgulho falou mais alto e eu não consegui apertar o ícone verde. Eu queria muito ouvir aquela voz doce mas ela havia me dito não. Hannah sempre foi muito clara, o não dela não é de ser convencida a fazer algo. É um não. Simplesmente não.

Mais um pôr do sol. Era prazeroso sentir o calor do sol no meu rosto junto com a brisa suave trazendo um cheiro muito familiar de infância. Estava tomando um Chardonnay quando Valquíria tropeçou pra dentro da varanda.

— Capo, e-eu sei que o senhor não está mais com ela mas eu recebi uma carta dela... — Valquíria disse timidamente com um pedaço de papel nas mãos.

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