THOMAS
- Onde você vai?
- Lia fique aqui, não saia tá bom- digo segurando seu rosto. Uma pontada de raiva invade meu corpo. Puxo Ben pelo braço e andamos rápido atrás do cara que sai pela porta ao ver-nos indo em sua direção.
- EI !- grito- Você ai!
O cara olha para trás e corre, eu e Ben corremos atrás dele. Apresso a corrida o máximo que posso gritando para o homem parar mas ele entra em uma rua depois da outra. Meu peito parece que vai explodir por um momento mas lembro das aulas de natação, de recuperar o fôlego. De repente ele tropeça e cai, dando-nos tempo de pular em cima dele. Subo em seu peito no chão enquanto Ben segura suas pernas, impedindo-o de me chutar.
- QUEM É VOCÊ O QUE VOCÊ QUER COM A LIA?- Grito na cara dele, puxando seu moletom pela gola com força. O homem se debate mas é imobilizado por nós dois, tinha mais ou menos trinta anos, a barba mal feita e os dentes podres.- FALA!
- EU EU NÃO QUERO MACHUCAR NINGUÉM...- O hálito era de cigarro.
- AH É ENTÃO POR QUE VOCÊ ESTAVA SEGUINDO ELA HEIM FALA- Aperto mais ainda minhas mãos nele.
- Ai cara vai com calma.
- CALA BOCA BEN! FALA LOGO SEU CRETINO, EU VI VOCÊ NA CAFETERIA!
- A CAIXA...A CAIXA SÓ DIZ PRA ELA ABRIR LOGO A CAIXA.
- QUE CAIXA SEU MALUCO DO QUE VOCÊ TÁ FALANDO?
- THOMAS!- Lia grita correndo em nossa direção com Kate. Sou distraído com sua voz por um segundo e o homem me dá um soco e empurra com as mãos meu peito, fazendo-me rolar para o lado bruscamente, depois da um chute no Bem, levanta e foge. Lia me alcança antes que eu possa correr novamente.
- MEU DEUS VOCÊ TA BEM?-Ela está ofegante e com as bochechas vermelhas.
- Que droga!- digo, frustrado, vendo o cara sumir na esquina.
- Thomas você tá maluco? Ele poderia estar armado!- ela dá um tapa no meu ombro.
- Aquele cara é um zé mané, não estava com nada- Ben rebate, colocando as mãos na cintura e respirando rápido.
- Ele falou sobre uma caixa- digo, pegando nos ombros dela- você sabe de alguma caixa?
Ela faz uma cara de interrogação.
- Não eu não faço ideia.- diz e me abraça.
-Vem, vamos dar o fora daqui.
- Você viu o rosto dele?
- Sim, mas nunca vi ele antes em lugar nenhum.
Deixo Kate e Ben em casa e por último, paro na porta da Lia. No rádio está tocando expectations da Lauren Jauregui. Diminuo o volume.
- Me desculpe- ela insiste olhando para minha bochecha levemente inchada.
- Não precisa se desculpar por nada- encosto a cabeça no banco e olho para ela.
- Sério você nunca mais pode fazer uma coisa dessas, eu fiquei muito preocupada.- Ela tira os cintos, pelo seu tom, percebo que ela está me dando uma bronca.
- Não era pra você ter visto nada, eu disse pra você ficar no bar.
- Até parece que eu iria ficar parada enquanto você corria atrás de um maluco perseguidor- Ela revira os olhos.
Seu pensamento chega até mim como se eu estivesse sendo atingido bruscamente por uma grade onda. Ela estava sentindo preocupação e ternura. Depois, seu desejo por um beijo parece mais como um grito ao meu ouvido. Tiro o cinto enquanto ela observa-me chegar perto.
- Thomas o que você tá fazendo.- Lia questiona mas sem mover um músculo.
-Shii...- passo o dedo por sua boca- Fica quietinha tá bom.- aproximo meus lábios do dela puxando seu rosto para perto com as mãos. Ela coloca as mãos sobre as minhas quando nossas línguas se encostam. Sinto um frio na barriga repentino. Mantenho só uma das mãos em seu rosto e puxo seu corpo para mais perto com a outra. Nosso beijo é rápido e forte, como se estivéssemos esperando por aquilo há anos. Ela se ajoelha no banco e leva poucos minutos para pular dali para o meu colo, chego o banco para trás, dando-nos mais espaço. Levanto seu vestido longo o suficiente para tocas um pouco de suas pernas, ela está com os braços entrelaçados em meus ombros, o corpo colado ao meu. Abraço-a pela cintura diminuindo a velocidade do beijo. Ela passa a língua com maestria pelo céu da minha boca, fazendo-me apertar seu quadril. O beijo para bruscamente.
- Minha mãe está na porta- ela diz e sai do meu colo, atrapalhada. Respiro fundo tentando recuperar minha sanidade que ela deve ter sugado no beijo. Olho pelo vidro do carro e agradeço por ser fumê.
- Eu preciso ir.
Não concordo com suas palavras mas deixo-a ir,ela olha para trás antes de fechar a porta e sorri. Dirijo até a minha casa coma sensação de que, a qualquer momento, meu coração iria sacar do peito
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O Sexto Sentido
Science FictionNesta época da história do mundo, a ciência comprovou que cada ser humano possui um dos 5 sentidos mais apurados. Após anos de experimento científico, descobriu-se que é possível viver com isso, aperfeiçoar e dominar( Visão, audição, paladar, olfato...