O Sexto Sentido

CAPÍTULO 30:" O DESAFIO''

Quando ele sai pela minha porta tiro meus saltos e jogo bem longe, descontando toda minha raiva ( e tesão)na parede mais próxima. Minha mãe surge bem na hora e abaixa a cabeça para se proteger.

-VAI COM CALMA AÍ!!! O QUE O SAPATO TE FEZ? CALOS?- Ela ajunta-os, fazendo uma careta
- Thomas veio aqui. E ME BEIJOU. - Reclamo, indignada com tudo que acabou de acontecer naquela sala.
- Filha...- ela abre a boca em forma de 'o'
- Não vou conseguir passar o resto da noite olhando pra cara dele com aquela namorada sem sal dançando na pista de dança...não consigo mãe, não posso ir à esse baile.- Digo, gesticulando com muito exagero meus dois braços.
- Ah mas você vai sim !! Anda logo. Não vai ser um garoto confuso que vai impedir você de se divertir essa noite. - ela me obriga a calçar os saltos novamente.

Outra vez alguém bate na porta. Dessa vez sei que é o Marcus.

- Mãe atende ele, vou só pegar uma coisa e já volto.
Subo correndo, pego minha bolsa, no meio da escada volto e enfio na bolsinha a outra carta da minha avó. Em algum momento da noite eu pretendia ler. Desço novamente.
Marcus está radiante com uma camisa social vermelha vinho, calça preta e sapatos social mais brilhante que as estrelas do céu daquela noite.

- Que veterana mais elegante- ele diz, medindo as palavras ao lado da minha mãe. - Foi um prazer conhecer a senhora- Eles trocam boa noite e ele me acompanha até o carro, abrindo a porta para mim.
- Obrigada.
Ele entra. Tento esquecer toda a confusão com Thomas que acontecera uns minutos antes, mas eu ainda estava abalada, precisava fazer alguma coisa para tirar aquilo da cabeça eu só ainda não sabia o  que.

Chegamos a quadra da escola que foi toda decorada para essa noite. Muitas luzes, flores e até mesmo um tapete vermelho na entrada.

- Isso aqui tá um luxo- Marcus diz colocando a mão nas minhas costas com delicadeza.  Eu gostava disso, era a maneira dele de demonstrar carinho sem ser muito invasivo, ou apressado. Quando entramos na quadra o jogo de luz explode em meus olhos, preciso segurar a mão dele para conseguir passar por todos aqueles corpos juvenis sem cair ou ser jogada para os lados.

Atravessamos a pista de dança ao som de ' I'M AN ANIMAL- NEKO CASE', o que fazia toda aquela vibe de fim de ensino médio parecer ainda mais intensa, mesmo que essa música me fizesse sentir de volta ao ano de 2009. Marcus sorri para mim mostrando seus dentes incrivelmente brancos, sorrio de volta, automaticamente.

- Vou dar uma olhada na banda dos meninos, você se importa?- ele fala, em um tom um pouco mais alto por causa da música.

-NÃO TUDO BEM VAI LÁ,  TE VEJO DAQUI A POUCO.- Ele acena e sai. Vou até a mesinha de ponche e uma menina loira baixinha sorri para mim, e enche meu copo com um líquido rosa. kate e Ben surgem de mãos dadas.

- EEEI VOCÊ ESTÁ SOZINHA?- Ela grita, por cima da música.

- EUVIMCOMOMARCUS.

Ela está radiante, um vestido azul escuro com várias borboletas. Ela sorri com a informação que acabei de dar.

- AMOR VOCÊ PEGA UM POUCO DE PONCHE PRA MIM ENQUANTO EU DANÇO COM ESSA MOCINHA AQUI- ela faz um biquinho e Ben concorda automaticamente. Kate me arrasta para a pista de dança. Fazemos uns passos desajeitados agora ao som de ' take me to the riot' mais um rock anos 2000. Balanço a cabeça junto com ela e meu cabelo desprende do coque. Ela ri e me ajuda a amarrar de novo. Quando Ben consegue nos achar novamente no meio da multidão nós já estamos suadas.

- VAMOS SENTAR UM POUCO- digo, apontando para uma mesinha de canto.-MEUS PÉS COMEÇARAM A DOER COM ESSES SALTOS.- Logo depois Austin e Grace chegam, acompanhados de dois meninos do time de basquete, um deles batiza nosso ponche e começamos a beber e falar sobre universidade, meninas loiras e sexo.