Forever is Composed of Nows

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      Amherst, Massachusetts. 1857.

....

     Ouço barulhos de pedrinhas batendo em minha janela e me levanto da cama em alerta. Ao olhar pelo vidro, avisto Freddie parado no jardim segurando uma lamparina. Na outra mão, uma flor. Abro um sorriso sincero apontando para a porta convidando-o para entrar. Ele faz um esforço e pula, ficando pendurado no parapeito mas sem fazer muito barulho. Armazena toda a força em seus braços e ergue seu corpo, se jogando para dentro. Arrasto a mesinha, ele entra.

                一O que faz aqui a essa hora? Se meu pai te pega, ele te mata.

                一Precisava te ver ou não conseguiria dormir.

                一Sério? 一meu coração acelera e as borboletas em meu estômago se alvoroçam.

                一Muito sério 一diz já perto demais.

     Os segundos seguintes são cruciais para que ele avance e cole nossos lábios com todo fervor, fazendo-me rapidamente desabotoar seu colete estampado. Nossas bocas se separam por um minuto, apenas para que eu termine de arrancar fora sua camisa. Ele também dá um jeito de puxar meu vestido para baixo, revelando meu corpete branco. Nem termina de tirá-lo e já me beija novamente, com desespero, como quem tivesse esperado por isso por muito tempo. Nos beijamos caminhando até a beira da minha cama, onde o jogo e ele cai sentado. Me sento em seu colo e distribuo beijos molhados por toda a extensão de seu pescoço, fazendo-o gemer baixo. O mesmo ainda aperta a minha cintura, me incentivando a continuar. Até que ao abrir meus olhos, enxergo Sue bem a minha frente, tomando seu lugar. Com os lábios avermelhados e o cabelo bagunçado, me encara. Estou completamente confusa, me perguntando o que diabos pode estar acontecendo comigo. Seu perfume tão familiar para mim me deixa inebriada, com sede de mais. Tinha sentido tanta saudade de tocá-la, beijá-la, observá-la de pertinho... Mas ao piscar os olhos, enxergo Freddie novamente. Minha cabeça dá um nó, e então acordo.

      Abro os olhos assustada, desnorteada, demorando um tempo para entender o que tinha acabado de acontecer. Então percebo que foi só um sonho intenso, tanto que me fez até suar. Me sento, ofegante, esfregando as mãos no rosto. Era a primeira vez que eu sonhava com Freddie.

             A uma luz evanescente
           Vemos mais agudamente
           Que à da cadeia que fica.
          Algo há na fuga silenciosa
         Que clareia a vista da gente
               E aos raios apontam.

       Precisava escrever isso. Na verdade, precisava escrever muito.

.

      Ao finalmente sair de meu quarto, do alto da escada ouço o tom de voz alterado de Austin, o que faz com que eu me aproxime curiosa.

                一Eu tenho certeza que ela teve alguma coisa a ver com isso, só ela arruma essas ideias 一o ouço dizer em um tom bem elevado.
 
                一Não julgue a sua irmã 一meu pai diz tentando apaziguar.

                一Eu não preciso julgar, eu estou certo disso!

      Ao me notarem descendo, Austin vem em minha direção furioso, apontando o dedo para mim.

                一Foi você, não foi? Responda!

                一Eu o quê?

Com amor, Emily.Onde histórias criam vida. Descubra agora