08 - MAIS ELOGIOS

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(...)

— Desculpe a cara mais cedo. O pessoal já sabe que a Camila é de estressar qualquer um. — ele começa o assunto já falando mal da noiva?

— Camila é a sua...

— Noiva, isso. — ele completa — mas... está bem longe de ser isso. Não pretendo continuar com ela, não tem dado certo, acaba que está me atrapalhando com o trabalho. Eu tô dizendo isso porque você se mostrou amiga, espero não ter problema comentar outros assuntos assim. — ele me olha de lado e eu fico pensando o que eu tenho e ver com isso? Ele se abre demais!

— Se você se sente bem contando, eu não me importo de ouvir. Acho que o relacionamento é uma caixinha de surpresas. — digo.

— Eu não me surpreendo a tempos então. — ele fala e aquilo soa engraçado.

— Desculpe — rio de leve — você é hilário.

— E é a verdade. Eu... eu não gosto nem de dizer que estou com alguém, deixo pra lá.

— E por isso está a evitando? — lhe encaro.

— É... já deu pra você notar também?

— Um pouco. Ontem no jantar, eu não sei dizer, mas notei algo estranho. — não podia falar que sabia das fofocas né!

— É... eu preciso dar um jeito nisso. Mas e você, não me parece ter problemas assim, e entende tão bem. — ele me encara — não precisa dizer se não quiser, eu sou meio despachado sabe — ele ri.

— Sei.. — rio — meu marido é um bom homem. Só não temos tanta sintonia sabe. Acaba que as coisas são mais mornas quando a pessoa se mantém muito distante... Eu vou aumentar um pouco esse som, está baixinho — levo minha mão até o volume e ele faz o mesmo, encostando sua mão na minha sem querer.

— desculpe, é que esse som é diferente pra aumentar o volume. — ele faz e me mostra.

— ah.. ok... — o encaro.

— você é bem quente pra quem tem uma relação morna. — ele faz um comentário me encarando.

— nossa.. — rio — ou a minha mão é muito quente ou a sua muito fria — ironizo disfarçando meu leve desconforto.

— pode ser. O ar condicionado só piora, mas ela é mais fria mesmo. Eu diria que só as minhas mãos são frias, eu me considero intenso em tudo que faço. — ele me olha de um jeito que eu estava ficando ainda mais tensa.

— se você diz... — respondo depois de ficar calada.

— desculpe, você mal entrou na empresa, e eu fico te enchendo. Eu sou um chefe meio estranho, eu sei.

— não, tudo bem. Eu diria simpático. — não poderia reclamar, ele é meu chefe!

— então tá.. — ele gostou do elogio? — estamos chegando.

Não demoramos lá e logo voltamos. No caminho ele me convidou para comer em um restaurante com ele, educadamente aceitei. Estávamos conversando sobre trabalho quando Pedro me ligou.

(...)

— Ah... é meu marido. — digo olhando pra tela do celular.

— pode atender..

— Com licença, só um segundo. — digo me levantando — oi amor... como está?... eu estou almoçando com o.. meu chefe. Isso, ele me promoveu hoje, e estávamos falando de trabalho agora. Você chega hoje? Que bom... eu tô com saudades. Também te amo, até mais tarde, beijo tchau... — volto para mesa e Christopher estava inquieto — desculpe, ele só queria avisar que está voltando. — me sento.

— Imagine, estamos em horário de almoço. E... que bom que ele está voltando, assim você não se sente sozinha. — ele sorri de lado e passa de forma rápida o guardanapo nos lábios.

— Ok...

— Você quer sobremesa?

— Não, eu já estou bem cheia, mas fique a vontade pra pedir, agora que trabalho exclusivamente pra você, não tem porque ter pressa.

— É. — ele ri — terá muito trabalho esses dias.. vou de pudim hoje, faz tempo que não como um docinho.

— Aí eu amo pudim, minha sobremesa favorita! — digo

— Então peça um... — ele diz de forma amigável.

— Não, obrigada, eu preciso me controlar. Sabe como é, dieta. — faço careta.

— Ah, sério? Você está ótima, não precisa se preocupar com nada. — ele estava me elogiando de novo? Era errado gostar? Sei lá, um homem como ele é diferente...

— Obrigada — fico tímida — deixo pra outro dia mesmo.

— ok.

Christopher pede sua sobremesa, saímos do restaurante e voltamos para a empresa. Assumi minha nova mesa, comecei a adiantar alguns contratos dele, e participamos de mais uma reunião a tarde. Trabalhando nesse setor eu com certeza não terei tempo pra nada, e a hora com certeza vai voar!

Cheguei em casa feliz, fui tomar um banho e esperar meu marido chegar. Pedro chegou com o jantar e me invadiu com beijos e amassos.

(...)

— Humm que saudade — ele diz em meio aos beijos.

— Eu também estou Pe, você tem feito tanta falta. Adoraria te contar tudo que está acontecendo de novo.

— que tal me contar depois em? — ele sorri e começamos a matar a saudade. Ficamos na cama conversando e rindo quando comecei a contar sobre o día de hoje e meu novo cargo.

(...)

— Que boa notícia amor. Finalmente você está sendo valorizada profissionalmente.

— Sim... não tenho o que reclamar. Fora que meu patrão é demais.

— é mesmo? Eu imagino, pra conseguir te dar o que merece certamente é o melhor.

— Ah... seu puxa saco — rio. — estou feliz de trabalhar lá.

— Fico feliz. Sinto que não consigo te preencher tanto quando estou só, você nesse trabalho se realizando tanto, eu fico mais em paz.

— pois é... eu... fiz o certo, não poderia continuar tão cabisbaixa aqui, sozinha.. — olho para baixo.

— mas já conversamos sobre. Se você não quer tentar um tratamento pra engravidar, podemos adotar, sabe que pra mim seria incrível.

— Pedro, por favor, já conversamos sobre, esse assunto de maternidade não mais, ok? — esse assunto me fazia tão mal...

— tudo bem — ele suspira — você que sabe. — ele alisa meu cabelo — vou ao banheiro, já volto. — ele se levanta e fico deitada pensando. Esse era o típico assunto que nos gerava intrigas, e me gerava dor também. Eu precisava me tratar urgente.

Passei a noite abraçada com Pedro. Mas o bendito assunto me martelava. Eu precisava de ajuda, por mais que tentasse ocultar aquilo, mais cedo ou mais tarde a dor de falar em filhos iria me corroer.

Espero muito que isso não reflita em meu dia amanhã, o que é bem provável.

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Notas da autora:

Estou adorando escrever essa história, como me faz bem. Continuem comentando e votando ❤️

Casamento em Risco | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora