40 - PERDOAR LEVA TEMPO

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POV DULCE

Eu fiquei tão perdida... até me esqueci que eu ainda tinha um trabalho e precisava voltar. Mandei uma mensagem pra Anahi. Pedindo que avisassem ao RH a minha ausência, e se ele quiser me demitir por faltar assim, ele tem o direito. Só não pode me impedir de agir com o meu coração.

Eu estava sim despedaçada. Toda aquela magia de ter um filho com o homem que eu amo estava indo pro ralo. Porque agora ele também terá outro filho, outra "família" e eu não faço ideia de como será isso... até me passou pela cabeça como seria a convivência das crianças juntas, na casa do papai.

Eu sei, já sou paranoica e agora fiquei mais ainda. Se ela tivesse mentindo não iria aceitar um DNA. Aquela idiota não teria capacidade pra falsificar nada.

Mesmo que pelo que parece ainda não está confirmado nada... eu poderia pensar no pior. Fiquei deitada refletindo os últimos fatos. Christopher me ligou algumas vezes mas eu só disse que não queria conversar por hora.

E foi assim nos próximos dois dias. Quando ele me chamava perguntando se eu estava bem, só o que eu dizia era que outro dia a gente conversava.

No domingo ele acabou aparecendo la a tarde, eu não queria ve-lo ainda, estava com raiva e não era pouco.

(...)

— Posso entrar? — ele pergunta ja com o pé preparado pra andar.

— Ja está entrando... — digo dando as costas e ele me segue encostando a porta.

— você não apareceu na empresa... não quer falar comigo. Não acha que precisamos conversar? Muita coisa aconteceu.

— Está chateado porque faltei a empresa? Eu posso repor as horas outro dia. — alfineto.

— claro que nao é por isso. Olha Dulce... eu me apaixonei pela mulher autêntica, corajosa e sincera que conheci. Onde ela está?

— Está aqui. Só que está chateada... deve ser porque o homem que ela ama, e pai de seu filho transou com outra em uma "viagem de trabalho"... que por sinal a garota é uma piranha, maluca que sempre foi afim dele! — me altero.

—Eu... não.. transei com ela! — ele se altera também.

— veio aqui pra gritar comigo?! — digo.

— Nao... mas você está me chateando com isso. Poxa vida Dulce eu estava tentando ocultar de você até que se resolvesse de fato... eu até pensei em te contar, mas a certeza de que ia dar errado me fazia pensar em poupar de algo que não era verdade... porque eu sei que não é...

— Que dia sai esse resultado? — lhe encaro.

— Até semana que vem sai.. Estou confiante... assim eu a processo por todo transtorno que nos causou. — ele se aproxima.

— Vai processar uma mulher grávida e sem dinheiro?! Não acredito.

— Mas... agora você a defende? Como assim?

— você mesmo não disse que se apaixonou pela Dulce sincera... honesta e bla bla bla?! Pois bem.. eu jamais concordaria com isso... o mínimo que deve fazer é deixar pra lá... você a demitiu e
já está de bom tamanho.

— Então... o que quer que eu faça? — ele segura minhas mãos.

— quero estar perto pra saber do rumo dessa história e... quero que me garanta que quando tudo isso passar ela estará bem longe de nós. — o encaro.

— Espera... você... então me perdoa?

— Sim... mas é um processo... ainda é estranho... e... vou confiar em você... e torcer pra que realmente de negativo isso... porque... é a única alternativa que quero pensar...

— meu amor... obrigada por isso... — ele me abraça — me perdoe se lhe magoei com essa história, saiba que eu também não contava com isso, e não queria também...

— só quero que entenda que perdoar é algo que leva tempo... me senti traída entende?

— claro... entendo... você tem todo tempo do mundo pra digerir isso... e tenho certeza que tudo vai se resolver... — ele sorri e me dá um selinho. Fico calada mais em seus braços.

Meu medo era estar cometendo um erro com ele, ou sendo injusta. Então segui meu coração que dizia para perdoa-lo, afinal teremos um bebê, que acima de tudo é nosso milagre.

Ele foi embora, me convidou para jantar com ele e sua irmã... mas eu disse que precisava descansar e estava sem fome. Foi bom porque anahí apareceu lá com comida e ficamos conversando sozinhas.

(...)

— como está seu coração depois de tudo isso? — ela pergunta dando um gole em seu refrigerante.

— ainda confuso. — suspiro — mas eu precisava fazer algo... ainda não sei no que vai dar isso... mas.. enfim... eu espero que eu esteja fazendo o certo.

— Ele parece meio mal com essa história. Lá na empresa só os sócios e amigos dele sabem. E claro, as amigas dela que ainda trabalham lá. Mas isso a gente já esperava, claro que ela ia se gabar dizendo que está grávida do chefão. — ela dá ênfase em chefão.

— foi por isso que o perdoei. Sinto que ela está fazendo seu teatro... e muito bem feito.

— acha que ela está grávida mesmo, ou isso também é mentira?

— deve estar.. o que ela não faria?!

— certamente. Vamos esperar esse exame... e você me conta depois o que decidiram. Eu mandava ela logo pro pais mais distante que existe pra não vê-la nunca mais.

— se ele for o pai? — pergunto.

— É... mandava só a grana e tchau!

— Mas amiga... e a criança? O bebê não tem culpa do erro dos pais... e da irresponsabilidade! Filho precisa de criação, amor... e isso eu não permitiria.

— Se você diz... mas eu não deixaria criar esse vínculo não. É o que ela quer, sempre vê-lo, viver da pensão, e ainda tirar onda com a sua cara, sempre estando por tempo.

— que se dane! Eu me preocupo com a criança, só isso...

— você não está errada amiga... só precisa se preocupar mais com você... olha só... eu vou indo nessa... mas fica bem, qualquer coisa vamos nos falando por mensagem, ou você me liga. — ela diz levantando do sofá.

— tudo bem, eu te ligo. Até amanhã na empresa. — abro a porta pra ela.

— beijinho... tchau. — ela sorri.

— tchau..

Anahi foi embora, recolhi as coisas do jantar, coloquei na pia, me ajeitei pra dormir e apaguei.

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Casamento em Risco | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora