19 - NOVO SENTIMENTO E CULPA

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POV DULCE

Acordei sentindo frio, o vento que vinha da janela invadia o quarto dele. Abri os olhos e vi quando ele levantou para fechar e voltou a me abraçar.

— o vento frio também te acordou? — ele de aconchega em meu pescoço.

— sim.. — me viro de frente pra ele.

— como foi a sua noite? — ele pergunta.

— não muito boa.. acho que o peso de estar traindo meu marido não me deixou pregar os olhos direito.

— se você não se importasse com isso não seria a Dulce que eu conheci. — acabo sorrindo com aquilo.

— Acha legal viver assim, fazendo as coisas no sigilo? — pergunto.

— tanto faz... sinto que da mais emoção, mas... sinceramente eu preferiría ter te conhecido antes. — sorrio de leve e fico parada no tempo.

— o que foi?

— nada... eu só preciso ir... tenho algumas coisa pra fazer e... voltar pra realidade. — me levanto.

— Mas assim.. sem nem tomar um banho comigo? Ou um café? — ele levanta.

— Se eu assim fizer é bem óbvio que eu vá ficar aqui e não ir embora. — ironizo.

— e porque não fica? — ele segura minha cintura — ele nunca esta... e você estaria bem melhor comigo.

— eu adoraria. Mas não podemos agir assim,  não tão rápido.

— você é quem diz. — ele sorri — eu estou exatamente onde deveria estar, em casa... em sua companhia.

— mesmo? E... não tem nem mais contato com sua ex? Ou qualquer mulher que seja? — digo colocando o vestido.

— não... eu rompi com ela porque já estava farto, e... levemente obcecado pela bela eficiência da nova contratada da empresa. — ele brinca e se aproxima.

— nossa... e quando descobriu que ela é casada? — sorrio.

— Fiquei indignado e ainda mais afim. — ele me beija.

— Eu lamento a indignação. — brinco. — eu tenho que ir mesmo. Foi... foi ótimo estar com você de novo — lhe encaro.

— igualmente, Dulce. — ele coloca uma mecha de cabelo meu para trás e volta a me beijar. Um beijo tão tranquilo, e com sentimento. Nos abraçamos como se não fôssemos nos ver logo, e eu sorri.

— ontem à noite nós fizemos tudo certinho né?

— como?

— se depois daquela hora nós fizemos de novo e nos prevenimos?

— claro... — ele responde meio inseguro, mas ok. Eu não deveria me preocupar com isso, sou infértil e não gosto nem de pensar nisso, a pergunta seria mais em relação a doenças, e quanto a isso não faz o menor sentido, se até fizemos oral um no outro.

— então... até segunda.

— é... ou.. até amanhã, se quiser voltar. — ele diz e sinto um calor só de pensar em te-lo outra vez.

— tá-tá bom.. — sorrio. E ele desce comigo. Voltei pra casa só pensando no quanto foi bom estar com ele, estar com um homem que estivesse me atraindo bem.

Eu nunca diria que estaria com esses problemas com Pedro, sempre fomos felizes e realizados. Mas não sei explicar, parece que tudo virou do avesso. Eu não o reconheço, ele não me reconhece.. mas.. parece que os dois ainda fingem que está tudo bem.

A casa estava vazia, claro. Se Pedro estivesse ali já teria me ligado como um louco querendo saber onde eu dormi.

Por coincidência ele me ligou minutos depois. Queria saber com eu estava e avisar que chegaria mais tarde, eu senti um calafrio quando imaginei ele voltando. Era cada vez mais esquisito voltar a realidade.

Me mantive calma, tentei não pensar no quão maluca eu estava sendo tendo relações com meu patrão.

Na hora de dormir, Pedro viu que mais uma vez eu estava na minha, eu não sabia disfarçar. A tempos atrás nós dois ficávamos até altas horas conversando sobre qualquer coisa, e hoje eu prefiro dormir correndo.

(...)

— voltamos a estaca zero? — ele pergunta.

— não entendi. — digo.

— eu achei que estávamos bem...

— e estamos. — respondo me virando de lado.

— não é o que parece.

— Argh — suspiro — estar bem não tem nada a ver com estarmos iguais. As coisas mudam, você mudou, eu mudei, só isso. E eu... ando muito cansada...

— E muito calada...

— E você também. Olha, vamos dormir, eu não dormi nada ontem. — ajeito o travesseiro e ele segue me olhando sem dizer nada.

Nós íamos de mal a pior. O que poderia acontecer pra piorar?

No domingo eu fiquei o dia todo ansiosa. Por incrível que pareça eu estava torcendo pra que Pedro fosse viajar a trabalho, e querendo ver Christopher novamente. Eu é que estava viciada nele agora.

Infelizmente Pedro ficou em casa, e permaneceu ainda na segunda. Completando 3 dias em casa. Fui para o trabalho até meio desanimada. Só queria resolver isso logo. Eu estava me preparando pra pedir divórcio, mas não queria que fosse assim, do nada. Eu estava esperando um bom motivo ou sei lá.

Christian me disse que Christopher precisava falar comigo, logo quando cheguei. Só consegui pensar em assuntos de trabalho referente a última viagem. Fui até a sala já com dois cafés, um pra mim e outro pra ele, e me deparo com ele de pé encarando um quadro com as mãos no bolso.

— Olá... — ele sorri quando me ve e eu fecho s porta com o quadril.

— Oi... queria falar comigo? — coloco o café sobre a mesa dele.

— vem cá... como foi de fim de semana? — ele envolve os braços em minha cintura. Pelo jeito ele queria outra coisa.

— Bem... — lhe encaro — e você?

— Bem... fiquei esperando você aparecer ontem, não deu né?

— Nao... — suspiro — eu não sei até quando levarei isso a fundo... mas não irá demorar.

— precisa se resolver, fazer o que realmente quer na vida. O que a Dulce quer? Será que um dia Pedro não se questionou? — ele pergunta.

— olha... ele... ele não pensa assim... sempre teve uma vida a frente da minha, e eu sempre oferecendo colo, ajuda... opinião boa...

— é por isso que eu disse que posso te dar mais... você entendeu mal... eu não me referia só só sexo... esse eu capricho também... mas... eu posso te deixar feliz. Realizada. Acho que consigo. — ele ironiza.

— é... você consegue mesmo. — sorrio — acho melhor a gente tomar esse café logo.. Christian está pra vir aqui a qualquer momento e ele nos ver assim abraçados não seria bom, ou melhor, seria bem estranho! — brinco.

— Verdade. — nos soltamos.

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Notas da autora:

Estou cadelinha desse caso! Será que posso passar pano pra ela?😂🔥

Casamento em Risco | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora