35 - UM PESADELO

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POV DULCE

No restante do evento eu não conseguia disfarçar. Nada tinha mais graça e mal conseguia encarar minha sogra. O disse me disse das duas senhoras continuava, eu me retrai em um canto e ali fiquei. Anahi ficou perto de mim, sacou e veio me interrogar.

(...)

— Amiga, aconteceu alguma coisa né? Conheço esse olhar...

— Aí nem me fala... cada hora é uma coisa! Estou irritada com a falsidade da... minha sogra. — cochicho.

— Ela? Mas... pensei que tinham se dado bem. — ela cruza os braços e sussurra.

— Eu também pensei... mas olha... eu tive certeza que ela tem um pé atrás comigo. E o que disse sobre mim, me magoou.

— Mas... ela falou pra você, como foi isso? — ela me encara e me guia para um canto.

— Não.. claro que não.. eu a ouvi conversando com... com a sua sogra... quando eu fui ao banheiro.

— Com a dona Mirtes? — ela arregala os olhos.

— É.

— E... o que ela disse?

— Comentou que foi saber melhor quem eu era, que ficou chocada por eu ser recém separada. Com isso tirou suas próprias conclusões e teorias. Eu estou chateada com isso, e não sei o que fazer. Sinto que ela está disposta a não facilitar.

— É... depois daquele dia no escritório com a Camila, realmente agora faz sentido. Mas tenta ignorar, ninguém disse que seria fácil.

— É... eu vou voltar pra ver onde está o Christopher...

— ok...

POV CHRISTOPHER

Estava feliz com o decorrer das coisas na empresa, tudo estava bem desde que soube que seria pai, até as dificuldades por lá sumiram. Fui checar se um convidado especial havia chegado e quando me aproximei da saída alguém me puxou para o lado.

— ei.. que isso! — quando olho pra frente vejo Taty, ela estava me guiando para a lateral do prédio.

— O que faz aqui? O que tá fazendo?!

— Eu sei que não quer me ver. Que não quer saber de mim... mas você precisa saber disso. — ela me encara e me entrega um envelope.

— O que é isso? — pergunto irritado

— meu exame. Estou grávida, e como poder ver, é o tempo exato em que fizemos aquela viagem. — ela ainda me entrega um teste de gravidez que marcava as semanas.

— você.. você.. só pode estar maluca, onde conseguiu isso?!

— como onde consegui? Eu fui fazer... nos dois tivemos relações aquele dia. E você duvidou de mim.

— fala sério garota! Que mundo você vive?! Acha que irei acreditar nisso?! E não, não fizemos sexo! — me altero.

— Você acreditando ou não, está aí. Eu queria saber o que você iria fazer a respeito, mas pelo jeito, não se importa com seu filho.

— Engano seu, eu me importo sim. Com o MEU filho. Meu e da Dulce.. A gente nem ficou. Você está... cada dia pior. Olha só.. eu só acreditaria com um teste de DNA, mas nem isso vou em prestar a fazer. Você é ridícula. — solto uma risada e saio.

— você vai me pagar, você e aquela gravidinha piranha, que dava pra dois no mesmo dia, como pode acreditar na gravidez dela?! — ela se zanga e eu vou pra cima dela.

— o que disse da Dulce? Lava essa boca imunda pra falar dela! — seguro firme em seus braços e a chacoalho, Michel aparece interrompendo.

— Que isso cara, solta ela, tá maluco! — ele arregala os olhos e me afasta.

— Essa... essa mulher tá dizendo absurdos da Dulce! — fito ela.

— Tá... deixa ela dizer.. vai agredir uma mulher assim? Quer ir preso? — ela vai se afastando e indo embora.

— Eu... eu estava perdendo o controle. — suspiro.

— O que aconteceu aqui? Vim te chamar e vejo vocês dois assim? Quer o que?

— Eu vim ver se aquele nosso cliente do Norte estava chegando, e ela me puxou. Me entregou isso, e começou a dizer tudo aquilo. — pego no chão o exame e o teste de gravidez .

— que isso cara, ela tá grávida?!

— ela diz que está... mas eu não acredito. Veio me chantagear, só que eu não dei espaço. Ficou irritada e começou a ofender minha namorada. Eu não entendo qual é a dela, de verdade. Poderia sei lá, ficar com quantos quiser, mas ela insiste em perder o tempo comigo. — ajeito o terno.

— é o típico padrão de obsessivas. Não tem uma razão específica. E o que pretende fazer?

— Não sei... só sei que se a Dulce descobre essa historinha, ou até mesmo acredita, eu posso até perdê-la. — fico sério.

— eu não queria estar na sua pele. A propósito, se nosso melhor cliente estivesse chegando, iria gostar que ele visse você agredindo uma moça aqui na entrada?

— Claro que não, né Michel! Eu perdi o controle. Só isso. Mas vamos entrar. — digo andando.

Não vou negar que aquilo me deixou intrigado. Aquela história de gravidez era claramente uma armadilha, mas até que ponto ela iria para forjar um bebê?! Eu não entendo.

Quando terminou tudo, eu fui até o carro primeiro. Escondi tudo no porta luvas com a intensão de jogar fora, ou deixar no meu cofre do escritório de casa. Com a correria nem me lembrei de tirar, cheguei em casa com Dulce que iria passar a noite comigo e simplesmente me deitei.

Não sei se era eu que estava muito nervoso com o ocorrido, ou se era realmente algo diferente no ar. Dulce estava aérea. Assim como quando aconteceu aquela história do hotel. Acho que já era minha mente me torturando. Mas mesmo assim eu precisei perguntar, queria saber se estava mesmo tudo bem.

— você gostou do evento? — pergunto lhe abraçando.

— sim... estava tudo perfeito.

— mesmo?

— claro.

— meus clientes ficaram satisfeitos com tudo e ainda te elogiaram horrores. Claro que eu já esperava isso, a melhor funcionária é a minha que é tudo e mais um pouco. — lhe dou um beijo no pescoço.

— ah... — ela da uma risada fraca que não me convence.

— você não parece tão bem.

— mas... eu estou. Só estou cansada e... meio enjoada. Mas já tomei um chá, deve melhorar. — ela suspira.

— hum... tudo bem amor, vou parar de te amolar... descanse. Te amo

— eu também te amo. — ela diz e a abraço forte por trás.

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Casamento em Risco | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora