POV DULCE
Eu voltei pra minha sala totalmente sem rumo. Nem sabia como prosseguir e muito menos como encarar Christopher antes de lhe dizer tudo. Quando ele retornou eu quase explodi de vontade de contar ali mesmo, mas eu precisava me conter e escolher uma hora melhor pra isso.
(...)
— parece meio agitada. — ele disse me encarando de sua mesa.
— na verdade eu tô..
— aconteceu alguma coisa?
— sim... mas não é nada grave... eu acho — rio — mais tarde te conto. Podemos jantar juntos?
— claro. — ele sorri — que medo você me deixou nervoso agora. Não é com o divórcio não né?
— que? Não não... nada com Pedro.
— ok...
Tive que me segurar o dia todo, pra fazer essa grande revelação a ele. No fim do dia eu já não me aguentava mais. Eu tinha comprado na hora do café um par de sapatinhos brancos e coloquei em uma caixinha junto com o teste de gravidez. Iria entregá-lo à ele durante o jantar. Estava tudo esquematizado, mesmo eu não fazendo ideia de sua reação.
Fiquei esperando ele chegar, iríamos jantar em um restaurante ali perto mesmo, um local mais tranquilo, que julguei ideal pra noite.
Meia hora e nada dele chegar... O que será que houve? Até que ele me ligou.
•••
— Amor...
— Oi.. finamente... você nunca atrasa. — digo.
— eu sei... só que Poncho me ligou dizendo que preciso encontrá-lo no evento das construtoras de Santa Catarina. Estou indo com a Gabi, Michel e uma assistente... desculpe...
— ah... nossa... tudo bem.. se é importante.
— é meu bem... eu nem consegui tomar banho direito. Vamos ter que aproveitar pra fazer alguns contratos de compra e venda. Tem grandes clientes vindo por aí. Pode cuidar da empresa esses dias né? — ele disse mas sempre que viajava era isso mãos que acontecia, eu cuidava como sua assistente da presidência.
— ah... ótimo... — suspiro.
— tudo bem se remarcarmos?
— tá.. claro...
— mesmo??
— sim... que dia você vem? — eu estava segurando o choro. Queria tanto contar a ele... não contava com isso.
— ainda não sei.. mas não deve ser mais que dois ou três dias.
— certo...
— prometo lhe recompensar em — ele diz com malícia.
— tudo bem... boa viagem.
— te amo.
— te amo.
••••
Era normal eu estar tão emotiva? Comecei a chorar, queria poder contar a ele logo. Mas porque nada coopera? Vou morrer de ansiedade. Mas preciso esperar.
Voltei pro quarto e coloquei meu pijama. Acabei fazendo uma sopinha simples e fui me deitar.
POV CHRISTOPHER
Dulce estava meio agitada hoje de dia, mal conversava e parecia distante. Me propôs um jantar afim de me contar o que a deixava daquele jeito.
Infelizmente ou felizmente precisei viajar. Digo felizmente pois foi uma ótima saída para nossos negócios. Tinha muito que resolver. Meu pai estava pra chegar ao Brasil e precisava ver como eu estava tocando seu negócio.
Cheguei no aeroporto junto com a equipe e nossas assistentes. Michel chamou Taty para acompanha-lo. Não sei se será uma boa ideia. Aquela garota é meio doidinha, mesmo sendo muito inteligente.
Durante o voo Gabi foi ao meu lado. Ela sempre foi muito tranquila, fomos conversando sobre o casamento dela, que estava próximo. Ela também falou o quando gosta da Dulce dando a entender que já sabia da nossa relação. Mais uma pra lista. Claro, a empresa inteira deve saber agora!
Chegamos e estava super frio. Tínhamos que descansar para a reunião com o pessoal logo cedo. Cada um pegou um quarto. Avisei Dulce que cheguei e fui dormir.
No dia seguinte tivemos uma manhã cheia, grandes reuniões e fechamos alguns orçamentos. Alfonso estava comigo quando fui almoçar. As meninas foram ao banheiro e pegaram outra mesa.
Taty tomava um suco em um mega copo e não parava de me olhar, era bizarro. Eu estava ficando desconfortável, sabia o porquê dela me encarar daquele jeito. Ela sempre tentou ficar comigo. Uma vez na festa da empresa eu dei um beijo nela. Pra me dar sossego, mas nunca passou disso. E claro, foi um erro. O presidente da empresa se engraçar com uma moça na festa.
— o que ela tanto te olha? — Michel pergunta.
— Não sei... ela é.... esquisita. — engulo seco.
— Mas é bonita.
— Sim. Mas isso não alivia o fato de ser doidinha.
— ela é afim de você... isso já sabemos. Só não baixa a Dulce sacar.
— Claro que não... não sei como ela reagiria. E por falar nela... ficou desapontada que viajamos em cima da hora. Senti em sua voz.
— É mesmo?
— Sim... ela é intensa. Consigo perceber quando algo está errado. Talvez por isso estamos nos dando tão bem. Conseguimos nos compreender com pouco.
— Já pensou vocês dois casados? Uma criança correndo por aí? — ele ri.
— Já... mas não penso muito nisso. Não sei se será esse nosso destino. — digo e lembro dela me dizendo que não pode ter filhos.
— talvez esteja cedo... mas ela é desse tipo.
— Claro. Ela é super família...
A tarde todos tivemos que comparecer à reunião com as demais acionistas. E foi tão cansativo, mas tão bom, que tivemos grandes contratos.
Liguei para Dulce, ela parecia melhor. E avisei que iríamos beber um pouco, aproveitar pra comemorar os bons negócios. Ela não disse nada. Só confirmou e disse estar com sono e ir dormir.
Tomei um banho e me encontrei com o Pessoal. As meninas estavam junto com Poncho e Christian. Michel veio junto comigo, e seguimos para um bar ali perto. Onde também serviam alguns petiscos bons.
Sentamos todos em uma mesma mesa. E nos serviram diversas rodadas de bebidas, eu não conseguia nem comer. Só beber. Estava mais aliviado em saber que meu pai veria a empresa de forma mais evoluída, e isso era o suficiente. Nada estragaria minha noite. Exceto o olhar malicioso de Taty, mais uma vez em mim.
— o que foi em Taty, está querendo engolir o seu chefe? — Christian lhe alfineta.
— digamos que sim... mas esse aí é durão. — ela ri e me deixa nervoso.
— ele é comprometido em.. — Poncho completa.
— O que está acontecendo, algum problema? — pergunto a ela.
— Nada, Sr. Só queria que fosse menos irresistível e mais acessível. — ela morde o lábio.
Eu não sei exatamente onde ela queria chegar, mas se continuasse assim terei que demiti-la. Eu suporto, mas Dulce não...
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— Notas da autora:
Vocês não acharam que iria ficar tudo perfeito, ou acharam? 😬
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Casamento em Risco | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Até o casamento perfeito pode ser ameaçado com as mudanças do cotidiano. Dulce Maria é prova disso, e quando resolveu voltar a trabalhar depois de se casar, descobriu que não era tão feliz assim. Seu colega de trabalho e patrão, Christo...