38 - SERENIDADE ESTRANHA

408 48 14
                                    

POV CHRISTOPHER

Acordei quase que em um pulo. Era dia de fazer o exame de DNA da tal gravidez de Tatiane. O terror dos meus pensamentos. Só queria acabar com isso de uma vez, e se for confirmado que é meu... ter que compartilhar com Dulce.

A última coisa que queria ela dizer isso a ela, sendo que ela mesma já me disse que não aceitaria. Suspirei fundo, me troquei e segui para o laboratório. Eu escolhi onde ela sugeriu, pois é o melhor e foi o que vi por aí também.

A encontrei na recepção logo que cheguei. Seu semblante era tranquilo, como de quem tinha certeza do que estava por vir. E se eu for mesmo o pai desse bebê, tudo indica que eu sou um alcoólico idiota a ponto de não lembrar que transei, e de duvidar da palavra de uma mulher que apenas é maluca, só faria o que toda mulher apaixonada faria, se manter próxima e aproveitar cada deslize do homem que gosta para ficar com ele.

(...)

— Oi Christopher. — ela me meu um beijo no rosto.

— Oi...

— Não me parece bem. — ela diz.

— E não estou... estou onde não deveria estar, a ponto de surtar. — fui curto e grosso.

— Aí credo! Você está aqui pra confirmar se esse bebê é seu mesmo. E entendo a sua frustração por não ser a Dulce a mulher que o olha agora. Mas entenda que não foi bem o que eu esperava pra mim. Aliás... o pai do bebê me demitiu, ainda por cima.

— Primeiro.. Eu estava bebado, e você mais sóbria que todos aquele dia. Poderia ter evitado. E segundo, não era minha meta de vida te engravidar. E terceiro que ainda não temos certeza se é meu, então tecnicamente o pai do bebê não a demitiu. — digo.

— Você me ofende assim... e eu não deveria nem deixar você ver essa criança, só pela ignorância como me trata.

— Lamento. — digo.

— Tatiane Vilas Boas e Christopher Uckermann? — a recepcionista pergunta.

— isso. — Taty responde.

— Podem entrar. — a frase que me fez suar frio, mas segui firme.

Fizemos tudo o que foi preciso, o material foi colhido e fui embora. Ela veio me pedir carona mas eu disse que não poderia, claro. Uma coisa não tem a ver com a outra.

O resultado deve sair nas próximas semanas, e até lá, me sinto com um nó na garganta, e um medo indescritível.

Fui para o escritório, conversei com Dulce na hora do intervalo e fui contar ao Michel tudo que me aconteceu.

(...)

— O que você acha? Ela parece confiante? — ele pergunta.

— Muito. Parece até que o resultado já saiu pra ela. Quando cheguei ela estava sorrindo, serena. Mas também, sempre foi seu sonho estar comigo, então qualquer oportunidade de estar perto de mim é válida.

— Mas estamos falando de um bebê... uma pessoa não pode e nem deve colocar um bebê no meio só pra aproximar um homem. É um elo pra vida toda... e fora que você a despreza... eu se fosse ela iria querer distância.

— e eu queria mesmo que ela quisesse distância. Só que aí que esta... ela não me parece temer nada... e... é uma vantagem estar perto de mim nem que seja por uma gravidez maluca.

— Meu caro... torce pra que seja de outro... e... da uma grana boa pra ela sumir, já que está sem emprego.

— Eu já pensei em fazer isso... mas quando acabasse ela voltaria e eu estaria no prejuizo.

— Concordo. E então... o que pretende?

— Contar a Dulce... hoje mesmo. Talvez esperar esse exame seja pior.. juro que tô com medo.

— Mas... ela pode terminar com você, e chegar de hora o filho nem ser seu.. aguenta até o dia do resultado!

— Eu acho que não posso... não posso — coço a cabeça.

— Pensa bem em... — Christian entra.

— Pensa bem em que? — Christian pergunta.

— No meu dilema. Você já sabe... mas não vou me aprofundar porque você é o fofoqueiro oficial da empresa...

— Mais respeito patrão.

— é a verdade... — me levanto — bom, eu... já vou indo. Encontro vocês na sala de reuniões daqui a pouco.

— Certo. — eles respondem e eu saio.

POV DULCE

Na hora do café da tarde aproveitei pra escapulir junto com Anahi para uma cafeteria ao lado. E colocamos o papo em dia.

(...)

— As coisas melhoraram entre vocês?

— Sim e não. — ele continua meio aéreo, mas sobre a mãe dele não irei me preocupar.

— Acha que é outra coisa então?

— É provável. Acho que vou inventar uma noite romântica e exótica pra nós essa semana... e espero que funcione.

— Claro que funciona. Se for a rotina ou problemas bobos no relacionamento, uma noite assim cura na hora!

— Concordo, e espero que funcione. Vou só agendar uma noite no hotel ou motel, do jeito que ele gosta.... e lá damos uma relaxada. Espero que tudo isso passe. Tenho medo que ele esteja me vendo mau, por causa da barriguinha.

— ai amiga que barriguinha! Mal aparece. — ela disse.

— Eu sei... mas eu fico insegura.. ele sempre gostou das magrinhas.

— Desencana amiga. Você está esperando um bebê... e isso te deixa mais charmosa ainda. — ela sorri.

— espero que ele pense o mesmo!

— e claro que ele pensa... só planeja a noite. E depois me diz se funcionou. Vou elaborar algo assim pra mim e pro poncho!

— Hm.... ladra de ideias. — brinco.

— é mesmo... faz tempo que não fazemos algo diferente. Preciso de dicas!

— que tal um buraco diferente? — brinco.

— Dulce!!! — ela ri — meu Deus.... você só parece boba!!! — ela cobre os olhos de vergonha com medo de sermos ouvidas. — eu nunca fiz isso... você já?

— já... só com o Christopher. Parece desconfortável, mas depois que você relaxa... é divino.

— céus.... se você diz.... eu... eu pretendo pensar. — ela volta a rir.

— só não diga a ele que vai fazer isso. Depois eles viram uma sarna no pé querendo e querendo! Tem que ser supresa, e você manda quando e onde.

— ui... adorei.

— exato.

Rimos mais um pouco e voltamos para a empresa. Era bom falar umas besteiras de vez em quando. E eu adorava ver Anahi rindo, sua risada é contagiante.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Casamento em Risco | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora