POV CHRISTOPHER
Acordei quase que em um pulo. Era dia de fazer o exame de DNA da tal gravidez de Tatiane. O terror dos meus pensamentos. Só queria acabar com isso de uma vez, e se for confirmado que é meu... ter que compartilhar com Dulce.
A última coisa que queria ela dizer isso a ela, sendo que ela mesma já me disse que não aceitaria. Suspirei fundo, me troquei e segui para o laboratório. Eu escolhi onde ela sugeriu, pois é o melhor e foi o que vi por aí também.
A encontrei na recepção logo que cheguei. Seu semblante era tranquilo, como de quem tinha certeza do que estava por vir. E se eu for mesmo o pai desse bebê, tudo indica que eu sou um alcoólico idiota a ponto de não lembrar que transei, e de duvidar da palavra de uma mulher que apenas é maluca, só faria o que toda mulher apaixonada faria, se manter próxima e aproveitar cada deslize do homem que gosta para ficar com ele.
(...)
— Oi Christopher. — ela me meu um beijo no rosto.
— Oi...
— Não me parece bem. — ela diz.
— E não estou... estou onde não deveria estar, a ponto de surtar. — fui curto e grosso.
— Aí credo! Você está aqui pra confirmar se esse bebê é seu mesmo. E entendo a sua frustração por não ser a Dulce a mulher que o olha agora. Mas entenda que não foi bem o que eu esperava pra mim. Aliás... o pai do bebê me demitiu, ainda por cima.
— Primeiro.. Eu estava bebado, e você mais sóbria que todos aquele dia. Poderia ter evitado. E segundo, não era minha meta de vida te engravidar. E terceiro que ainda não temos certeza se é meu, então tecnicamente o pai do bebê não a demitiu. — digo.
— Você me ofende assim... e eu não deveria nem deixar você ver essa criança, só pela ignorância como me trata.
— Lamento. — digo.
— Tatiane Vilas Boas e Christopher Uckermann? — a recepcionista pergunta.
— isso. — Taty responde.
— Podem entrar. — a frase que me fez suar frio, mas segui firme.
Fizemos tudo o que foi preciso, o material foi colhido e fui embora. Ela veio me pedir carona mas eu disse que não poderia, claro. Uma coisa não tem a ver com a outra.
O resultado deve sair nas próximas semanas, e até lá, me sinto com um nó na garganta, e um medo indescritível.
Fui para o escritório, conversei com Dulce na hora do intervalo e fui contar ao Michel tudo que me aconteceu.
(...)
— O que você acha? Ela parece confiante? — ele pergunta.
— Muito. Parece até que o resultado já saiu pra ela. Quando cheguei ela estava sorrindo, serena. Mas também, sempre foi seu sonho estar comigo, então qualquer oportunidade de estar perto de mim é válida.
— Mas estamos falando de um bebê... uma pessoa não pode e nem deve colocar um bebê no meio só pra aproximar um homem. É um elo pra vida toda... e fora que você a despreza... eu se fosse ela iria querer distância.
— e eu queria mesmo que ela quisesse distância. Só que aí que esta... ela não me parece temer nada... e... é uma vantagem estar perto de mim nem que seja por uma gravidez maluca.
— Meu caro... torce pra que seja de outro... e... da uma grana boa pra ela sumir, já que está sem emprego.
— Eu já pensei em fazer isso... mas quando acabasse ela voltaria e eu estaria no prejuizo.
— Concordo. E então... o que pretende?
— Contar a Dulce... hoje mesmo. Talvez esperar esse exame seja pior.. juro que tô com medo.
— Mas... ela pode terminar com você, e chegar de hora o filho nem ser seu.. aguenta até o dia do resultado!
— Eu acho que não posso... não posso — coço a cabeça.
— Pensa bem em... — Christian entra.
— Pensa bem em que? — Christian pergunta.
— No meu dilema. Você já sabe... mas não vou me aprofundar porque você é o fofoqueiro oficial da empresa...
— Mais respeito patrão.
— é a verdade... — me levanto — bom, eu... já vou indo. Encontro vocês na sala de reuniões daqui a pouco.
— Certo. — eles respondem e eu saio.
POV DULCE
Na hora do café da tarde aproveitei pra escapulir junto com Anahi para uma cafeteria ao lado. E colocamos o papo em dia.
(...)
— As coisas melhoraram entre vocês?
— Sim e não. — ele continua meio aéreo, mas sobre a mãe dele não irei me preocupar.
— Acha que é outra coisa então?
— É provável. Acho que vou inventar uma noite romântica e exótica pra nós essa semana... e espero que funcione.
— Claro que funciona. Se for a rotina ou problemas bobos no relacionamento, uma noite assim cura na hora!
— Concordo, e espero que funcione. Vou só agendar uma noite no hotel ou motel, do jeito que ele gosta.... e lá damos uma relaxada. Espero que tudo isso passe. Tenho medo que ele esteja me vendo mau, por causa da barriguinha.
— ai amiga que barriguinha! Mal aparece. — ela disse.
— Eu sei... mas eu fico insegura.. ele sempre gostou das magrinhas.
— Desencana amiga. Você está esperando um bebê... e isso te deixa mais charmosa ainda. — ela sorri.
— espero que ele pense o mesmo!
— e claro que ele pensa... só planeja a noite. E depois me diz se funcionou. Vou elaborar algo assim pra mim e pro poncho!
— Hm.... ladra de ideias. — brinco.
— é mesmo... faz tempo que não fazemos algo diferente. Preciso de dicas!
— que tal um buraco diferente? — brinco.
— Dulce!!! — ela ri — meu Deus.... você só parece boba!!! — ela cobre os olhos de vergonha com medo de sermos ouvidas. — eu nunca fiz isso... você já?
— já... só com o Christopher. Parece desconfortável, mas depois que você relaxa... é divino.
— céus.... se você diz.... eu... eu pretendo pensar. — ela volta a rir.
— só não diga a ele que vai fazer isso. Depois eles viram uma sarna no pé querendo e querendo! Tem que ser supresa, e você manda quando e onde.
— ui... adorei.
— exato.
Rimos mais um pouco e voltamos para a empresa. Era bom falar umas besteiras de vez em quando. E eu adorava ver Anahi rindo, sua risada é contagiante.
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Casamento em Risco | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Até o casamento perfeito pode ser ameaçado com as mudanças do cotidiano. Dulce Maria é prova disso, e quando resolveu voltar a trabalhar depois de se casar, descobriu que não era tão feliz assim. Seu colega de trabalho e patrão, Christo...