POV CHRISTOPHER
Era segunda de manhã, uma semana se passou. O detetive Bruno conseguiu descobrir algumas coisas muito interessantes.
Ao que tudo indica o exame foi alterado por algum funcionário que tenha ligação com ela. Taty não tem dinheiro, não possui parentes que tenham o suficiente para fazer suborno ou algo do tipo.
O detetive descobriu que tem uma jovem que apareceu em uma foto antiga com ela. E essa jovem se parece com uma funcionária interna lá. Ele mesmo foi como paciente e constatou que a jovem é parecida. Mudou o cabelo. Mas ainda sim. Ele tem certeza que seja.
Aquela história me deixou empolgado. Então cheguei cedo na empresa e comecei a trabalhar mais produtivamente.
Gabi me avisou que Dulce estava querendo entrar, não hesitei claro, ela por aí significa que algo estava mudando entre nós.
Dulce entrou e a recebi com um sorriso.
— Oi... prometo não tomar seu tempo. — ela diz encostando a porta.
— Dulce... Imagine.. — me levanto — você por aqui nunca incomoda. Aliás, esse escritório sem você não tem sentido. — digo.
— Não contratou ninguém ainda? — ela me encara.
— Não... sei que essa vaga será sua novamente.
— Como tem tanta certeza? — ela diz.
— Porque aqui é seu lugar... ao meu lado. — sorrio e ela fica seria.
— Ao meu lado... no escritório. E enfim.. você sabe. — suspiro — o que devo a honra de você e meu menino por aqui?
— Eu.. vim dizer que... recebi mais uma carta... e deixaram na caixinha de correio. Talvez possam descobrir o que tem nela. — ela me entrega.
— eu vou entregar ao Michel. Ele prometeu me trazer hoje tudo devidamente traduzido. E quanto aos exames. Já temos certeza que foram alterados. A polícia vai checar lá ainda essa semana. fazer um interrogatório. Mas já sabemos que houve uma cúmplice.
— Cúmplice... quem?
— uma funcionária. Que deve ser amiga dela. Enfim... essa semana o pesadelo acaba. — me aproxima dela.
— com licença Sr. Uckermann, tem visita pro senhor. — Gabi diz.
— quem? — pergunto.
— Tatiane. — Gabi diz engolindo seco vendo Dulce ali.
— Espera... o que ela faz aqui? Você me diz que o pesadelo vai acabar. Como vai acabar? Ela sempre vem aqui assim? Eu devo ser uma palhaça. — ela se irrita.
— calma Dulce. Eu nem sei o que ela faz aqui... isso nunca aconteceu antes...
— vai dar atenção a ela então. Tenho mais o que fazer. — ela se afasta e Tatiane da de cara com ela.
— Você não se toca garota? Porque vive me cercando? — Dulce diz a ela.
— Eu te cercando?! A empresa nem é sua! — ela a intimida.
— Olha aqui sua vagabunda de quinta, eu não preciso me deitar com homem pra conseguir alguma coisa, ao contrário de você que perde tempo infernizando a vida dos outros a troco de nada. — ela se irrita.
— Eu?! Infernizando quem bebe? Você?! Me poupe! Desde que você entrou nessa empresa só fez se deitar com outro deixando o coitado do marido plantado em casa!
— CHEGA! — grito e Dulce solta um belo tapa na cara dela. — Fora daqui Tatiane! Você não é bem vinda aqui.
— Eu porque não? Tenho os mesmos direitos que essa aí.
— Você não se meta comigo! — Seguro Dulce e Gabi entra segurando Tatiane.
— Parem por favor! — digo. — Tatiane, retire-se.
— mas eu...
— já disse! — a interrompo. E ela sai, sem ao menos dizer o que fazia lá, eu fiz questão de não dar tempo, só iria piorar as coisas.
— você está bem amor? — a abraço.
— porque ela veio aqui? — Dulce pergunta emotiva.
— Eu não sei... juro que não sei... lamento tudo isso... vem senta aqui... você tá até pálida. — digo e ela me segue.
— Eu não estou me sentindo bem... acho que... acho que minha pressão subiu, não sei...
— vamos ao médico agora. — digo.
Levei Dulce ao médico. Ela aprecia preocupada. Se alterou demais com Tatiane ali, e deve estar temendo pelo bebê assim como eu.
(...)
— como ela está Dr? — pergunto assim que o médico retorna a sala de espera.
— Está bem... foi realmente a pressão que subiu um pouco. Ela teve problemas emocionais hoje?
— Sim... aconteceu uma situação desconfortável que deve ter deixá-lo ela assim... mas não foi nada de grave. — tento amenizar.
— Bom... eu recomendo que leve-a pra casa... deite-se com ela e deixe ela dormir um pouco... imagina que devam ter uma vida ocupada, parar com o trabalho. Mas é o que ela precisa... — o dr falou sem saber que não estamos juntos, mas eu não consegui contraria-lo,
Depois de pouco mais de duas horas segui com Dulce pra casa. Ela estava sonolenta e abatida. Fiz o que o Dr me recomendou. Me mantive afastado da empresa o dia todo. Só voltei lá correndo pra deixar a carta com Michel, que me trouxe na hora tudo que dizia na primeira carta.
Eu levei pra casa, pensei em relevar pra Dulce logo de cara, mas diante daquele diagnóstico, meu medo era que era ficasse mal outra vez.
Fiz uma sopinha com ajuda da minha ajudante. E quando ela acordou estranhou estar ali, que não era sua casa.
(...)
— Porque eu estou aqui?
— O dr pediu que eu a levasse pra descansar.. e achei melhor deixá-la aqui, pra não correr o risco de outros acontecer outros desgostos. Se sente melhor? — pergunto me aproximando.
— Sim, bem melhor, obrigada. — ela me encara — você ficou o dia todo aqui? — ela olha pra mim que estava com o a camisa social toda folgada.
— Eu... não queria que ficasse sozinha.. não posso perder vocês de vista. — toco sua barriga.
— Ela me insultou... justo ela que não vale nada. — ela diz.
— Esquece isso. Ela não tem conhecimento do quão ruim estava seu casamento, do qual difícil foi pra você... e do quanto nos amamos. — seguro sua mão.
— Não queria atrapalhar você.
— Nunca atrapalha Dulce... e mesmo que eu tivesse algo a fazer, a minha cabeça estaria aqui com você... além do meu coração é claro. — ela solta um risinho fraco. — o que foi? A cantada é clichê, mas é verdadeira. — rio.
— Eu sei... eu só... preciso de... — ela me olha.
— de mim? — completo.
— eu preciso descobrir porque ela quer me magoar tanto...
A encarei e engoli a saliva. A carta traduzida estava comigo. Tudo isso estava prestes a se resolver rapidamente.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
VOCÊ ESTÁ LENDO
Casamento em Risco | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Até o casamento perfeito pode ser ameaçado com as mudanças do cotidiano. Dulce Maria é prova disso, e quando resolveu voltar a trabalhar depois de se casar, descobriu que não era tão feliz assim. Seu colega de trabalho e patrão, Christo...