POV CHRISTOPHER
O dia todo eu fiquei em estado de choque. Arrasado por ter acontecido aquilo. Mesmo que não houvesse nada. Aquela garota poderia complicar. Eu preciso demiti-la, não tenho outra escolha.
Minha cabeça estava a mil. Lembrando que Dulce estava meio estranha antes da viagem, lembrando que ela esperava sair comigo. Lembrando da maldita ressaca que ainda me martelava. E claro, a história que eu tinha que esclarecer.
Meu pai estava para chegar no outro dia, e se visse como eu estava iria achar que eu sou outro.
Terminamos de arrumar as malas e seguimos para o aeroporto. Eu nem olhava na cara de Taty, eu estava com ódio de algo que talvez nem tenha acontecido. E se aconteceu? Será que ela não engravidou? Só me faltava essa!
Christian estava ao meu lado no avião, e mais pra frente estava Poncho e Michel com as meninas. Suspirei pensando em como eu estava encrencado.
(...)
— Não adianta ficar assim, já rolou. Só conta pra ela e tira esse peso. — ele diz.
— e acha que será fácil? Acha que Dulce irá entender e pronto?! Isso não é algo que se diga assim pra uma mulher. — suspiro nervoso.
— Eu sei... eu sei. Mas se quer manter a confiança dela, melhor arriscar. Você começou certo e agora vai agir errado?
— Argh... eu tô ferrado. E se aquela menina tiver grávida, e se... realmente eu tiver dormido com ela? — lhe encaro.
— você precisa lembrar... do contrário não há o que fazer, só apagar isso. Mesmo que ela seja gata, eu entendo seu ódio.
— obrigado. — digo.
(...)
Quando chegamos eu fui direto pra empresa. Dulce não estava, Anahi disse que não passou bem e que estava em casa. Eu já fiquei preocupado, imagine a minha cabeça naquele momento. Larguei tudo que estava fazendo e fui até sua casa.
A porta estava aberta, fui entrando e chamando por ela.
— Amor? Tudo bem? Você deixou a porta aberta... cheguei de viagem e passei na empresa, Anahi disse que você não estava bem...
— buuu.. — ela aparece por trás me assustando.
— eee.. que susto! Como você tá? — lhe abraço e dou um beijo.
— bem... você está bem assustadinho.... ficou pálido em... — ela comenta, mas na verdade eu já estava assim. Tenso.
— eu pensei que estivesse deitada... está bem mesmo?
— estou... só uma indisposição...
— bom... sendo assim eu queria te contar uma conta... — já vou logo engatando..
— tá... mas vem aqui. — ela fecha a porta da casa e me guia para seu quarto, chegando lá, no chão tinha alguns recortes em papéis com formato de pezinho. E no centro da cama uma caixa escrita para Christopher... toda preta. Fiquei assustado e ela me mandou abrir.
Dentro havia um papel que dizia: "Oi papai, cheguei, espero que seja em boa hora! Já amo muito você e a mamãe."Solto o papel e olho para ela, que estava emocionada, aquilo era um anúncio de gravidez. Eu vou ser pai, Dulce está grávida!
— Meu... meu Deus, é sério? — pergunto.
— É... eu tentei te contar aquela noite da viagem... mas você precisou ir... olha... olha esses sapatinhos... — ela pega de dentro da caixa, estava tão nervoso que nem vi que estava debaixo da carta.
— Céus... desde de... desde quando? — arregalo os olhos e começo a suar.
— eu descobri tem poucos dias... comecei a notar que estava me sentindo estranha.. passei mal com um pastel que nem comi e foi onde uma senhora me alertou pra fazer o teste... você sabe que eu tinha zero chances.. mas por um milagre eu estou... e... estou feliz e ansiosa pra te contar desde então... me diz... o que achou... esta feliz? — ela sorri emocionada, segurando em minhas mãos.
— claro... claro... eu não esperava, diante de tudo que me disse.. mas só consigo sorrir. — respondo surpreso e emocionado.
— ah, que alívio... — ela me abraça. — eu... estou nas nuvens desde então... sempre foi um sonho. Eu te amo...
— eu também... — meu coração aperta quando lembro do que ia lhe dizer minutos antes.
— mas... o que ia me dizer? Você parecia meio assustado.
— na-da, nada... é que meu pai está pra chegar, e eu sempre fico nervoso com a vinda dele... você deve imaginar. — engulo seco.
— ah.. claro. Mas você tira de letra. Ele te entregou a empresa porque sabe que você leva jeito.
— É... mas... você realmente passou mal ou foi um pretexto pra me contar logo? — sorrio.
— foi um pretexto... parece que desde descobri a gravidez eu não me senti mal. É como se os sintomas fossem só pra me alertar que aqui tinha algo novo. — ela alisa a barriga feliz.
— mas que bom... amanhã mesmo vamos fazer exames, mesmo que já tenha feito. — a abraço de novo — já sabe quando tempo?
— pouco mais de um mês... bem recente, requer cuidados.
— claro.. claro...
— eu fiz um bolo, você estava demorando... espero que esteja bom.
— bom... estou mesmo com fome. — respondo.
Fiquei ali com ela, mesmo em pleno dia da semana, meu coração doía só de pensar em dizer algo assim pra ela agora. Ela grávida, frágil, cheia de sonhos.. e se eu apareço jogando essa bomba nela, sabe-se lá o que vai acontecer. Ainda não sabemos se essa gravidez é de risco, se tratando do histórico dela, sim.
Tudo que sei é que hoje ela é a coisa mais importante desse mundo pra mim, a parte fundamental que eu demorei a encontrar. Eu não vou deixar que uma bebedeira e suas consequências me atrapalhem com ela.
A melhor fase de nossas vidas estava apenas começando e mesmo com pouco tempo juntos, eu tinha certeza que era pra sempre.
Mais tarde fomos a um restaurante de um conhecido, comemorar essa notícia tão boa. Mesmo não me vendo como pai, eu sentia que isso aconteceria logo, estava com mil planos, e não sabia por qual começar.
Dulce estava ainda mais radiante, um brilho no olhar que eu era incapaz de estragar, mesmo com a necessidade de ser claro com ela, eu não poderia e nem deveria...
(...)
— amor... tá tudo bem? Você parece meio vago.
— eu estou... perdido nesse olhar... você está tão linda... tão radiante amor... que notícia boa.... eu só... estava pensando nisso. — pego sua mão e aberto.
— bom... e como foi a bebedeira?
— bebedeira? Que bebedeira? — respondo nervoso
— Gabi me contou.
Eu não acredito nisso. O que Gabi contou a ela?! Meu Deus!!!
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Casamento em Risco | Vondy
RomanceCONCLUÍDA || Até o casamento perfeito pode ser ameaçado com as mudanças do cotidiano. Dulce Maria é prova disso, e quando resolveu voltar a trabalhar depois de se casar, descobriu que não era tão feliz assim. Seu colega de trabalho e patrão, Christo...