Capítulo 13 - Amigos?

225 44 7
                                    

Não deveria ser assim, já vi explosões de vulcões por vídeo e definitivamente nenhum era tão grande.

Estava longe, mas a coluna de fogo parecia que queria atravessar o céu. O ar vibrou e escutamos outro estrondo. Relâmpagos voavam em volta da cratera e a fumaça não parava de subir. Mesmo a quilômetros de distância, o calor intenso nos alcançou.

Observei como um tigre dentes-de-sabre se aproximava de uma ave que tinha mais de 2m de altura. Para a minha surpresa, ele passou direto. Nem os predadores querem ficar aqui.

– Irmão, você não acha que podemos parar agora? Já estamos tão longe.

– Não, o pior está por vir. Temos que continuar até não conseguir mais.

Ela estava sem fôlego, não resistiria muito. Meu pai deve ter pensado o mesmo, porque a colocou sobre os seus ombros deixando sua preciosa lança para trás. Nesses momentos temos que cuidar do que é mais importante. Sua filha estava em primeiro lugar. Fizemos o mesmo e nos desfizemos da maior parte das nossas coisas para ficar mais leves.

Barulhos como de foguetes vieram do céu e pedras de fogo começaram a cair como meteoros. As maiores abriam crateras gigantescas do tamanho de casas. Corremos ainda mais rápido. Dahlia entendeu a gravidade da situação.

– Vou correr sozinha!

Uma pedra vinha na direção de Luna. Kai usou o seu poder da terra para empurrar a pedra para o lado. Era o máximo que conseguiu fazer. O peso foi demais para ele.

Enquanto corríamos no meio de animais desconhecidos, pensei ter visto uma ilusão. À nossa frente havia um velhinho de barba grisalha e de baixa estatura acenando. Ele estava dentro de uma carapaça gigantesca de mais de 5m de altura que parecia a de um tatu.

Corremos na direção do velhinho. Não é como se tivéssemos uma alternativa. Chegamos ao nosso limite e os meteoros estavam nos alcançando. Ofegantes, entramos na carapaça e caímos de joelhos. Havia uma criança de cabelos pretos e olhos azuis encolhido num canto que parecia muito assustado.

Minha mãe deu um abraço no senhor. O menino nos viu e correu para me dar um abraço também. Retribuí mesmo sem saber quem era. Lágrimas deixavam os seus olhos e umedeciam minhas roupas.

– Que bom que vocês estão vivos. Pensamos que éramos os últimos. Sabia que nada aconteceria com você irmão. Eu falei para o vovô, mas ele não acreditou.

Este menino não pode ser meu irmão, certo? Ele é completamente diferente da minha família.

– O que você está dizendo moleque. Eu disse que era só uma questão de tempo até os encontrarmos.

O velhinho entrou numa rixa com o menino. Parece que não se davam bem. Notei que o mais idoso tinha um colar de ossos e uma máscara de um animal desconhecido com dois chifres do lado da cabeça. Me dava calafrios.

– Ei! Sua verdadeira irmã está aqui e você abraça ele primeiro?

Ah, entendi. Até que ele se parecia com a Luna mesmo. O menino deve me conhecer bem. Espero que não descubra que sou outra pessoa. Bem, nem os meus pais me descobriram.

Os estrondos do lado de fora interromperam a nossa conversa. Alguns eram fortes e outros fracos. Será que este lugar aguentaria? Ficamos encolhidos e abraçados uns com os outros morrendo de medo. Luna até segurou a minha mão. Também ouvimos rugidos de dor à distância. Os impactos não pararam de soar a noite toda.

Em algum momento, desmaiei. Abri os meus olhos sentindo o meu corpo afundando na água. Uma pedra grande nos atingiu e fez com que a carapaça saísse voando. Caímos num precipício lá perto. Para a nossa sorte, havia um rio no fundo. A água estava morna. Kai me segurava pela cintura tentando chegar à superfície.

Onde está Dahlia? Ainda não a ensinei como nadar.

***

Okay, okay, confesso que exagerei no tatu-gigante (Gliptodonte) dessa vez. Ele não era tão grande assim, mas vejam algumas imagens do Doedicurus clavicaudatus abaixo. Praticamente era do tamanho de uma pessoa.

Além disso, não era tão inofensivo como os que temos hoje em dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Além disso, não era tão inofensivo como os que temos hoje em dia.

Além disso, não era tão inofensivo como os que temos hoje em dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Que tal ver a de verdade?

Sabiam que  em 1881 foi descoberto um esqueleto humano dentro da carapaça de um gliptodonte! Muitos arqueólogos acreditam que essas carapaças foram usadas como abrigo temporário

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Sabiam que  em 1881 foi descoberto um esqueleto humano dentro da carapaça de um gliptodonte! Muitos arqueólogos acreditam que essas carapaças foram usadas como abrigo temporário. Já foram encontrados restos humanos perto deles junto com ferramentas.

Transmigrei para a Idade da PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora