Capítulo 4 - Nossos pais sumiram!

369 77 17
                                    

Oi querido leitor ou leitora ;D

Espero que gostem dos capítulos. É um pouco difícil conciliar este livro com o de Invocação Golem, mas continuarei postando capítulos (pelo menos um por semana).

Boa leitura.

++++

Acordei na manhã seguinte com a minha irmã me cutucando.

– Irmão, irmão, acorda! Emergência!

Eu estava cansado pela noite anterior, mas relutantemente abri os meus olhos.

– O que foi irmã?

Uh, pensando nisso, ainda não sei o nome deles. Eles tem nomes, não é mesmo? Espero que sim.

– Nossos pais sumiram.

Sentei rápido. Agora estava completamente acordado.

– O que você quer dizer com que sumiram?

– As coisas deles não estão aqui e as peles que coletamos desapareceram também.

Fomos procurar por eles, mas realmente tinham sumido. Não estavam no fundo da caverna ou na floresta. Pelo menos na parte que eu conheci no dia anterior.

O que fazer agora? Minha irmã chorava sem parar. Tentei acalmá-la dizendo que voltariam logo, mas sabia que era uma promessa vazia.

Por favor, que não seja um costume abandonar os filhos. Como vou me virar sozinho com esta menina?

Para distraí-la, consegui folhas longas de uma planta fibrosa e comecei a tecer uma cesta funda. Ela parou de chorar imediatamente quando viu os movimentos das minhas mãos entrelaçando as folhas. Algo novo estava se formando.

Ontem percebi que eles só coletam uma quantidade de comida que caiba em suas mãos, o que faz com que tenhamos que sair em busca de alimento com todos os dias. Com esta cesta teríamos uma forma de trazer mais, além de ser um ótimo lugar para armazená-los.

Nesse meio tempo, consegui descobrir os nomes de todo mundo sem que Dahlia achasse suspeito. Bom, ela não sabia o que dizia. Estava hipnotizada com a fabricação da cesta. O pai é Kai, mãe é Ayka, filha Dahlia e eu Christopher. Fiquei surpreso com o meu nome ser o mesmo da minha vida passada. Como era possível?

Já que os nossos pais não apareciam, fomos buscar comida na floresta. Lá encontrei batatas. Dahlia estava preocupadíssima pensando que eram venenosas, mas isso deve ser porque as comeram cruas antes e passaram mal. Eu planejava fazer uma fogueira!

Mesmo sem entender, Dahlia me ajudou a reunir madeira seca e a montar a fogueira. Foi nesse momento que me dei conta de que não tinha fósforos.

E agora?

Depois de muito pensar, bolei o plano perfeito. Apontei para a fogueira com uma mão e comecei a concentrar o meu mana. Na minha primeira tentativa, uma pequena faísca saiu.

– Oh! O que foi aquilo irmão?!

– Você vai ver. Hehe.

Na segunda consegui o que queria. Uma pequena bola de fogo foi formada na palma da minha mão. Não foi tão difícil. Era como fazer as moléculas no ar vibrarem para gerar calor. Mesmo assim... É emocionante conseguir fazer uma bola de fogo de verdade. Meus sonhos de fantasia estão se realizando!

Já não aguentava o calor intenso, então atirei a bola de fogo na fogueira. Mesmo sendo pequena, a magia causou um impacto que nos mandou para trás e o fogo subiu 2m de altura quando bateu contra a madeira.

Ugh, melhor ter cuidado na próxima.

Assei as batatas e Dahlia se apaixonou imediatamente do sabor. Ela as comia tão rápido que quase não sobrou para mim.

Que pena que não tem temperos. Fazem toda a diferença. Assim que puder, vou procurar por alguns.

Estávamos na nossa segunda rodada quando uma bola gigante de água veio em nossa direção.

– Cuidado!

O impacto empurrou Dahlia e eu nos afastando da fogueira por alguns metros.

Assim que ganhei uma certa estabilidade, busquei minha irmã. Não sei quando ou como, mas Dahlia conseguiu salvar o restante das batatas que estavam na pedra. Ela as segurava nos braços como se fossem pedras preciosas.

– Vocês estão bem?

Dahlia e eu nos deparamos com uma jovem muito bonita de cabelos pretos e olhos azuis celestes. Pela sua aparência, assumi que tivesse 17 anos. Notei que a jovem usava uma tira de couro como cinto, que servia para segurar um osso que parecia uma adaga. Além disso, ela tinha algumas penas decorando os seus cabelos.

– Ei! Por que você fez isso? Estragou nosso jantar.

Os olhos da garota brilharam quando viu a tira de couro amarrando o meu cabelo. Ela ficou olhando com um sorriso plantado no rosto e logo foi pela cesta com batatas também.

Parece que essa aí é das curiosas.

– Quem é você? Por que você apagou o meu fogo?

– Você não se lembra de mim? Nunca conversamos, mas nem por isso deveria ter esquecido.

Fiquei sem reação. O outro eu provavelmente conhecia esta pessoa. O que eu faço agora? Aproveitei suas falas para criar uma desculpa.

– Já faz tanto tempo. Você mesma o disse, nós nunca conversamos. O certo seria você se apresentar.

– Sou Luna, vocês perderam os seus pais também?

Senti uma pontada de dor quando a ouvi dizer "também". Poderia ser que alguma coisa aconteceu com a família dela? Meu coração se amoleceu um pouco.

– Meu nome é Christopher e esta é minha irmã Dahlia. Aqui, vamos esquecer o acontecido. Toma, come um pouco Luna.

Dei uma das batatas que Dahlia segurava para Luna. Ela não ficou feliz em perder uma das suas preciosas batatas, mas não fez nada para me deter também.

Comemos tranquilos o resto do dia. Luna nos explicou porque apagou o fogo. A razão era simples, fogo é perigoso.

Deveria ter pensado nisso. Estas pessoas só viram fogo ser gerado por raios ou secas. Claro que ficariam surpresos.

Decidimos ficar com Luna, já que ela não tinha para onde ir. Encontramos um espacinho para ela na caverna e forramos uma cama de palha. As garotas estavam felizes, ficaram horas conversando depois do incidente e se tornaram amigas rápido.

Parece que ganhamos uma nova membro para a família.

Transmigrei para a Idade da PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora