Capítulo 25 - A vida

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Queria me estremecer de frio, mas não podia. Agora que meu corpo se fortaleceu, o elemento fogo ficou mais aparente me deixando menos susceptível às mudanças de temperatura.

Passamos alguns dias na caverna das hienas. Dahlia e Luna me ajudavam a cortar a carne em tiras finas e longas para deixá-las secando em bastões que organizei formando um varal. Depois, emitia calor das minhas palmas para secá-la mais rápido.

Isto poderia ser considerado um tipo de defumado, não é? O resultado seria melhor se tivesse sal, mas só de secar a carne já faz com que dure um pouco mais para a viagem.

As hienas não desistiam de nos caçar, continuavam observando. Pensei que ver seus compatriotas sendo transformados em tiras de carne inibiria sua vontade de vingança, mas parece que só as incentivou.

– Rápido irmão, tenho que voltar logo!

O que aconteceu com a minha linda irmãzinha? É a puberdade?

Dahlia não era tão tímida quanto antes e não parava de me dar "patadas" com suas palavras. A razão para sua pressa era que todo mundo estava cultivando na caverna. Eles foram possuídos pelo desejo de ficar mais fortes, principalmente o meu pai, que depois de acordar, só parava para comer e dormir.

Não deveria ter mostrado os meus poderes.

Fiz uma pequena demonstração ontem. Formei uma bola de fogo do meu tamanho e pulei 5m de altura só com a força das minhas pernas.

Assim, descobri que Dahlia e Kai tinham muito em comum. Não suportavam a ideia de ser fracos. Meu pai dormiu dias demais e acordou para ver os outros já na metade da fase da nuvem. Enquanto isso, Dahlia competia com Luna para superá-la.

Luna já se aproximando da próxima fase e Dahlia não ficava para trás, mas nunca a alcançava. Eu só agradeci aos céus pelo progresso que estávamos fazendo. Todos chegaram na fase da nuvem em tão pouco tempo.

Se tivéssemos mais tempo, poderíamos ficar aqui treinando. Infelizmente, a explosão pode acontecer a qualquer momento.

Houve alguns terremotos que nos acordaram de noite de vez em quando. Curiosamente, os dias ficaram mais frios e nublados. Quase duvidei se explodiria mesmo, mas deve ser pela fumaça que o vulcão soltou, o que deixou o céu assim. Consequentemente, o tempo mais frio. Na verdade, o vulcão ainda estava soltando fumaça.

Suspirei e entrei na caverna. Chegou a hora.

– Estão prontos?

– Filho, tem certeza de que vai dar certo?

– Claro pai, eles já estão impacientes.

O resto do dia, fingimos cansaço nos movendo lentamente e bocejando bastante. De noite, nos escondemos dentro da caverna e esperamos pela chegada das hienas.

Algumas hienas nos atacaram na noite passada. Fingimos estar fracos e deixamos que levassem uma porção da carne dos seus camaradas. Elas não tinham a menor noção do que significava canibalismo! De qualquer forma, eram partes que não comeríamos e eles estavam famintos.

Hoje era diferente, o bando todo estava aqui. Eles se moveram lentamente na escuridão e entraram na caverna. Eram animais espertos, esperaram até a hora de dormir para atacar.

Um dos maiores avançou rápido e mordeu o pescoço de uma das pessoas que estava deitada. A hiena gritou de dor, tinha mordido uma pedra coberta por peles e não uma pessoa.

Hehe, caíram direitinho.

Mais cedo, nos escondemos no teto esperando nossas presas. Assim que a hiena mordeu, pulamos sobre eles perfurando-os com as facas de obsidiana. As feras não esperavam o ataque surpresa e ficaram sem reação. Algumas mais afastadas conseguiram fugir a tempo.

– Luna, agora!

Transmigrei para a Idade da PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora