Capítulo 15 - Elfas!

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A mais velha das elfas se aproximou com passos lentos e serenos. As outras duas caminhavam alguns passos atrás dela de forma bem obediente. Dahlia continuava desmaiada enquanto Luna e eu observávamos esses seres misteriosos.

Sinto muito Luna, mas estas são as coisas mais belas que vi e verei na minha vida com toda certeza!

Apavorada, Luna bateu a minha cabeça no chão e me tirou do meu transe. Notei que ela estava de joelhos e com a cabeça abaixada também. Ficamos em uma pose de reverência para as elfas. Minha amiga evitava a todo custo que fizesse contato visual com elas.

– Não se preocupem crianças, viemos como amigos... Garoto, preciso falar com você a sós. Suas amigas ficarão bem.

Luna me empurrou para frente demonstrando que devia obedecer. Não entendia a situação, mas segui a elfa.

Talvez ela seja uma rainha.

Caminhamos em silêncio pela floresta por um bom tempo. Notei que as árvores daqui eram mais vivas do que as que ficavam perto da nossa caverna. As plantas tinham cores vibrantes e diversificadas.

Algumas flores tinham meio metro de diâmetro! Também haviam árvores carregadas de frutas e algumas plantas coloridas que nunca tinha visto antes. Além disso, senti que o meu corpo se purificava cada vez mais neste ambiente.

As elfas ao meu redor não tinham pressa para conversar. Exceto uma das jovens inquietas que ficava me analisando de lado abrindo e fechando a boca, como se quisesse dizer alguma coisa, mas evitasse por causa da mãe.

Gostaria de aproveitar por mais tempo estas maravilhas da natureza. Infelizmente, precisava que encontrar o resto do grupo o mais rápido possível. Estava preocupado com eles.

– Obrigado pelo convite rainha. Essa é a primeira vez que vejo elfas. Desculpem os meus modos. Meu nome é Christopher, como posso chamá-la?

Os olhos da elfa mudaram do vede para o dourado.

– Hahaha não precisa de tantas formalidades Christopher. Não sou uma rainha. Você pode me chamar de Eleonora. Estas são as minhas queridas filhas Alana e Mérida. Tenho te observando desde que você chegou aqui. Fiquei muito surpresa com as suas criações.

– Ah, não foi nada Eleonora.

Foi um pouco estranho chamá-la pelo nome. Realmente parecia uma rainha, mas senti um certo sentimento de proximidade com ela.

Um momento... há algo estranho nessa conversa. Desde que eu cheguei? Ela quer dizer desde que nasci ou ... desde que vim para este mundo?

– Sim, eu sei que você não é daqui.

O olhar de Eleonora tirou alguns anos da minha vida. Fingi não saber do que ela falava, mas o suor que descia pelo meu pescoço me delatava.

– Alana, Mérida, podem nos dar um momento?

A gêmea mais animada retrucou.

– Mas mãe! Eu quero ficar também! Você disse que eu poderia conversar com os humanos.

– Você terá tempo para isso depois Alana. Eu prometo.

– Ugh, não tem outro jeito. Espere por mim Christopher. Quero ouvir todas as suas histórias.

A garota mais interessada em mim, Alana, saiu correndo. Por outro lado, sua irmã Mérida não via a hora de partir e se afastou sem reclamar. Enquanto iam embora, Alana não parava de acenar para mim com um sorriso resplandecente no rosto.

Ah, que linda...

– Você gostou dela Christopher?

– Aham, ai! Quero dizer, não, não. Hahaha.

Por quê?!!! Minhas faculdades mentais estão diminuindo a cada minuto que passa.

– Não se preocupe demais Christopher, temos um poder que atrai os vivos. Então é natural. Guardarei o seu segredo, mas em troca você terá que fazer algo por mim.

Ela esta falando do segredo com sua filha ou que vim de outro mundo?

– Claro! Qualquer coisa que estiver ao meu alcance. Mas como você sabe que não sou daqui?

Se ela sabe, não adianta esconder, não é mesmo?

Paramos na frente de uma belíssima árvore completamente branca. Não conseguia ver o topo de tão alta que era e seus galhos se estendiam por centenas de metros. Havia um brilho maravilhoso na madeira e suas folhas tinham formas de corações um pouco alongados. O perfume das flores parecia o de rosas.

Que curioso, Eleonora tem o mesmo cheiro.

A elfa olhava para a árvore com tristeza. Mesmo sem conhecê-la, suas emoções me contagiaram e soltei uma lágrima enquanto observava a árvore.

– Tenho o poder de clarividência. Posso ver coisas do passado, futuro, distantes e às vezes até pensamentos. Vi quando você chegou ao nosso mundo... Ah! Seus pais estão bem por enquanto. Então, podemos conversar sem nos preocupar.

Saber disso era um alívio. Não sei por que, mas confiei plenamente em tudo que Eleonora dizia.

Ela fechou os olhos, respirou fundo e soltou o ar que segurava lentamente, como se estivesse se preparando para um grande discurso.

– São tantas coisas Christopher... Infelizmente não posso dizer tudo. O tempo está acabando.

Ela olhou bem no fundo dos meus olhos. O que quer que seja que ela quer me dizer, o peso das suas palavras era palpável.

– Esta ilha tem pouco tempo sobrando. Logo o vulcão gerará uma explosão muito mais poderosa do que a última e não sobrará vida aqui. Preciso que você cuide das minhas filhas. Trate-as como suas irmãs e ame-as como eu as amo.

Transmigrei para a Idade da PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora