Capítulo 14 - Quem é você?

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Dahlia sumiu quando caímos na água. A procurei desesperadamente olhando de um canto a outro enquanto resistia a forte correnteza do rio. Finalmente vi Luna segurando-a, mas uma massa escura e grande se aproximava das duas.

Assustado, soltei o meu pai e nadei em sua direção. Me lembrava a sombra que me atacou quando tentei ver o meu reflexo no rio no meu primeiro dia aqui. Nadei o mais rápido que pude, mas o animal passou direto sem se preocupar com elas.

Que alívio.

Infelizmente, o segundo não parou e me atacou por trás. Era algum tipo de peixe. Uma mistura de tubarão e baleia. Tinha uma boca longa e cheia de dentes afiados como a de um jacaré. Parecia mais um dinossauro.

Naquele momento, o meu pai apareceu por trás da fera prendendo sua boca em uma chave inglesa, aquela técnica usada para enforcar pessoas

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Naquele momento, o meu pai apareceu por trás da fera prendendo sua boca em uma chave inglesa, aquela técnica usada para enforcar pessoas. Em seguida, minha mãe veio por trás e o esfaqueou com a adaga de obsidiana.

Acho que foi minha imaginação, mas juro que vi a arma liberar uma luz branca antes de entrar completamente no corpo do animal.

Era isso que queriam dizer com pedra aumentadora? Ela tem poderes mágicos?

O animal se debateu criando ondas ao seu redor. Fomos separados exatamente numa bifurcação. Meus pais, o velho e o garoto foram para a esquerda e nós para a direita. Tratamos de voltar desesperadamente, mas caímos por uma cachoeira de 30m de altura.

Luna nos segurou e usou o sua magia da água para criar uma bola de água que amorteceu a nossa queda. Mesmo assim doeu um pouco. Perdemos quase tudo que tínhamos na água.

Conseguimos chegar à margem, mas notei que minha irmã não estava respirando. Desesperado, a deitei e comecei os primeiros socorros. Apertava a palma das minhas mãos sobre o seu peito uma e outra vez.

– Vamos Dahlia, não me deixe. Não é aqui que você vai morrer.

Ela não reagia. Olhei para a sua pele que estava num tom mais claro do que o normal. Me negava a perdê-la. Trêmulo, me aproximei dos seus lábios e fiz respiração boca-a-boca. Depois de 3 tentativas, ela cuspiu muita água, tossiu e voltou a vida.

– Ah! Ela desmaiou. Pelo menos voltou a respirar.

Cai de costas ofegante. Tampei o meu rosto e notei que estava chorando. Pensei que era a água. Quando virei à cabeça, notei o olhar desconfiado de Luna.

– Você... Quem é você?

Não pode ser, Luna descobriu que não sou o mesmo Christopher.

Era essa a sensação que tinha, mas não tinha certeza. Afinal, quem pensaria em transmigração. Duvido que muitas pessoas tenham acordado neste mundo e que as pessoas daqui saibam da sua existência.

Sei que revelei invenções demais em pouco tempo. Este método de primeiros socorros definitivamente não era algo que poderia ser criado com uma simples ideia. Precisaria de vários testes para saber se funcionava, mas Luna viu que parecia que eu sabia o que estava fazendo.

Fiquei imóvel esperando pela sua reação, enquanto ela só encarou. Seu rosto era uma mistura de raiva e tristeza. Parecia passar por um conflito interno como eu.

Não queria me precipitar revelando algo sobre mim. Por sorte, fomos interrompidos por uma voz.

– Humanos, que bom que sobreviveram. Essa era uma queda e tanto.

Aprender magia foi ótimo, mas sabem o que é o segundo melhor? Não, não é bem assim. O primeiro melhor. Sim, tem que ser o primeiro, porque ver esse ser que não existe na Terra te faz acreditar de verdade na fantasia.

Três elfas estavam de pé a nossa frente! Não tinha como confundi-las. Essas orelhas pontudas que passavam entre seus cabelos verdes e essa beleza descomunal. Sempre acreditei que deveriam ser loiros, mas o verde ficou muito melhor. Passava a sensação de serem muito próximas da natureza.

A que falou conosco tinha a aparência de uma mulher de 30 anos de idade, mas não me precipitei nas conclusões. Nos contos de ficção elfos vivem centenas de anos conservando sua juventude.

A elfa era alta, com pele clara, cabelos que quase tocavam o chão. Pareciam estar vivos com os movimentos que faziam mesmo sem vento. As outras duas deveriam ter a minha idade. Gêmeas com certeza. As duas tinham uma franja de lado e os seus cabelos chegavam até a metade das costas. A única diferença era que uma nos olhava animada e a outra com desdém.

Fiquei mais surpreso com a presença destas três do que com o momento que descobri que vim para outro mundo. Definitivamente!

Ah, parecem obras de arte...

Transmigrei para a Idade da PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora