Um Recomeço com Amor - Livro 2 da Série Família Telles

Capítulo 14

"Sim, caras leitoras um pouco frustrante, parece que toda agitação está acontecendo longe dá cidade, mas o meu concelho é:

Aproveitem a calmaria, uma hora alguma bomba acaba explodindo e será um estourou.

- It Girl"

Helena Almeida

Me arrumei o mais rápido que consegui e ele fez o mesmo, me senti mais tranquila no minuto que saímos do hotel. Tinha feito ele me trazer para o lugar mais estranho possível, o cemitério, mas ele não fez pergunta só me trouxe como tinha dito.

— Meu avô — digo calma, fazia um tempo que estava ali parada encarando a lápide do meu avô e ele estava quieto ao meu lado — Sinto falta dele, as coisas eram diferentes quando ele estava aqui e tinha saúde

— Sinto muito, ele deveria ser especial — diz com certeza para me fazer sentir melhor e eu assinto

— É por causa dele, é por causa dele que estou viva — solto tranquila a verdade e me viro para olhá-lo já que ele se mantém em silêncio — Minha mãe ia fazer um aborto, meu avô descobriu e a impediu

Ele estava paralisado me olhando, eu realmente não esperava que ele dissesse nada, sinto muito ou lamento não ajudava a expressar o quanto isso era ruim. Ele me puxa e me abraça forte e isso era bom, era melhor que dizer qualquer coisa, só que isso era só o início.

— Ainda bem que ele impediu — murmura — Porque assim eu pude te conhecer e isso foi uma das melhores coisas que me aconteceu

— Não precisa exagerar — digo tentando sorrir

— Não é exagero, é a verdade — diz bem sério me encarando e eu assinto

— Vem vamos sair daqui, tem uma lanchonete na esquina e podemos terminar de conversar

— Se você estiver pronta, tudo bem

Seguimos para o café, não tinha como fugir dessa conversar e também não sabia se queria isso. Tinha sido difícil contar sobre o aborto, isso sempre mexeu muito comigo, mas logo passou e eu me senti bem, afinal era a verdade e era a minha história.

— Não sei bem como começar — digo pensando na melhor maneira de fazê-lo entender

— Por onde você quiser, sem pressa

— A minha mãe não gosta de mim, ela sempre deixou isso claro, mais quando eu era criança... — tento pensar no melhor jeito de explicar, isso era difícil — Lembra naquele dia no McDonald's, quando eu disse que fomos criados diferente?

— Lembro sim, parecia que você não queria falar sobre aquilo

— Sim, eu imagino que quando você era criança seus pais levavam seus irmãos e você ao McDonald's, porque sabiam que vocês gostavam, só que não frequentemente por causa da saúde

— Por aí — fala tranquilo e eu assinto

— A maioria dos pais deve fazer isso, mas a minha mãe não, ela sabia que eu gostava e me proibia de comer, existia consequências se eu desobedecesse, era como fazer algo errado, o meu avô muitas vezes intervia, mas mesmo assim eu fui crescendo e sabendo que o melhor era não a contrariar

— Então você acha que ir ao McDonald's é errado e por isso nunca vai?

— Eu sei que não é errado, mas alguns hábitos são difíceis de mudar, eu conheço a minha mãe, sei que ela não gostaria que eu fosse — falo sincera e ele fica me olhando sem reação alguma — Dito em voz alta parece ridículo, mas essa é a minha mãe