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EREN's POV

Tenho que admitir que hoje estou mais cansado que o normal. Não só porque tive que dar aula no lugar do Levi, mas também porque estou cansado mentalmente. Ou talvez seja porque amanhã é o aniversário da minha — falecida — mãe.

Sim, é exatamente por isso.

Eu costumo me comportar como uma pessoa cansada quando estou triste. É muito mais fácil dizer que a culpa é do cansaço, em vez de dizer que estou escondendo a tristeza em algum lugar no meu coração.

Pra ser sincero, parei de levar flores no aniversário dela e do meu pai há exatamente um ano. É doloroso levar flores bonitas para uma pessoa que sequer vai apreciar a beleza delas.

É engraçado o fato de que, sempre, no aniversário dos meus pais, eu lembro da viagem à Bahamas. Eles ainda eram vivos, felizes e saudáveis. Assim como eu. Assim como Atena. É perceptível as mudanças que nós tivemos — mudamos pra pior, em alguns aspectos.

Eu gosto muito dela como pessoa. Porque ela é a prova viva de que eu já fui muito feliz. De que momentos bons e inesquecíveis existiram. Meus pais, ela e o Armin fizeram parte desses momentos importantes, e é simplesmente por isso que eu os valorizo tanto.

Atena pensa que eu não me importo com ela, e é melhor que continue pensando assim — apesar de ser mentira. Não quero que alguém tenha o poder de controlar minhas emoções, mas admito que ela tem o potencial. Por isso, tento evitar minha atração por ela.

E claramente, não está dando certo.

Respiro fundo, enquanto mantenho meus olhos nas ruas vazias. A Mikasa é a pessoa que me fez sair do conforto da minha casa, pra ver ela. Não sei o motivo desse pedido inesperado, mas ela é a minha melhor amiga, então estarei lá.

Quando chego, toco a campainha. Ela abre a porta depois de longos segundos, e eu entro na casa aconchegante dela. Mikasa mora sozinha, o que me faz entender suas carências semanais — eu também me sinto sozinho a maior parte do tempo.

Ela me puxa pelo braço enquanto subimos — preguiçosamente — para o quarto dela. Solto um riso baixo ao ver seu pijama de algum desenho animado.

— Quantos anos você tem mesmo? — brinco, me jogando na cama dela.

— Lá vem você zoando meus pijamas... — ela reclama, apagando a luz do quarto.

Eu rio baixo, mas logo paro quando ela deita ao meu lado e me abraça como se eu fosse a última pessoa do mundo. Eu retribuo, ainda estranhando. Depois de minutos, percebo que minha paranóia está certa quando ela começa a chorar baixo.

— Ei, o que aconteceu? — pergunto, acariciando suas costas.

Um silêncio se instalou no quarto. Só consigo ouvir nossas respirações e os soluços baixos dela.

— Não quero te pressionar, beleza? Mas se quiser conversar, eu tô sempre aqui, você sabe. — beijo a testa da minha melhor amiga.

— Eren. — ela diz, com o rosto no meu pescoço. — Obrigada por sempre estar aqui. — beija meu pescoço carinhosamente e por um momento fecho os olhos, sorrindo fraco.

— Se o Jean fez algo com você... — começo, com o sangue fervendo.

— Ele fez. Mas não é nada demais, só me deixou um pouco chateada. — explica, se afastando um pouco de mim, pra me olhar nos olhos.

SELF CONTROL » eren Onde histórias criam vida. Descubra agora