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STORYTELLER's POV

No dia seguinte, Reiner acordou, escovou os dentes, lavou o rosto e foi correr. É o que ele faz quando precisa espairecer, ou quando ele precisa repensar todos os anos de amizade que ele tem com o Eren — mais especificamente falando. Reiner se sente completamente acabado, não só porque o Eren mentiu sobre o loiro reclamar o tempo todo da sua infância — já que ele esconde o que sente e guarda tudo para si —, ou porque o comentário do Eren em si foi completamente insensível; mas também porque acima de tudo, aquelas palavras saíram da boca dele.

Do Eren.

Reiner tenta amenizar a situação enquanto pensa que o Eren não quis realmente dizer aquilo, visto que ele não estava sóbrio. Contudo, em cinco anos de amizade e muita bebedeira, nunca havia acontecido algo parecido.

Para Reiner, a pior parte é lembrar que ele realmente não fez nada com a Atena — o Eren perdeu a cabeça por nenhum motivo plausível —, ele balançou uma amizade de anos por nenhum motivo plausível.

No fundo, a vontade dele é ficar com a Atena, porque pelo menos assim, essa briga dolorosa poderia fazer sentido e não teria sido em vão.

Mas o ideal é se afastar dela.

(...)

Atena olha em seu relógio enquanto corre pela rua deserta. São oito horas da manhã, e o dia está lindo. O sol esquenta a sua pele, e ela respira fundo com a sensação. Nada melhor do que suar no início da manhã, queimar algumas calorias e tomar um longo banho gelado depois. A música está alta em seu fone de ouvido, e ela canta baixinho, se sentindo estranhamente bem.

Mesmo após aquela informação que o Connie deu.

Ela olha para frente, focada em seus passos. Precisa terminar logo o percurso, porque Atena precisa estar na faculdade em uma hora.

Seu olhar para num homem fazendo carinho num cachorro, enquanto sorri simpático pra dona do animal de estimação. Ela força a vista para olhar com mais clareza e percebe que é o Reiner. De primeira, Atena atravessa a rua pra passar despercebida pelo loiro, mas o cachorro começa a latir freneticamente e ela entra em pânico quando ele começa a correr atrás dela.

Atena escuta a risada distante do Reiner e o grito desesperado da mulher de meia-idade. Ela escuta passos e se dá por vencida, parando de correr. Atena pega a coleira do cachorro e espera o Reiner chegar até ela — já que a moça claramente ficou com preguiça de correr.

— Você de novo... — Reiner murmura com humor e um pouco sem ar, mas Atena percebe que ele se esforça pra sorrir, porque seu semblante está cabisbaixo até demais.

— Tinha que ser eu pra salvar o cachorro da moça. — brinca de volta, sorrindo fraco enquanto entrega a coleira na mão dele.

Ambos estão suados e respirando rapidamente para normalizar a respiração. Eles se olham e Atena tenta não notar o quão bonito Reiner fica — mesmo pingando de suor. Reiner nota a mesma coisa sobre ela, mas obviamente fica em silêncio.

— Vou lá devolver pra ela. — ele diz e volta para trás com o cachorro, deixando Atena sozinha e um pouco confusa.

O Reiner puxaria assunto com ela e, apesar dos pesares, ele não costuma ser tão sem vida.

Atena fica em dúvida entre voltar pra casa ou voltar pro Reiner, e ela escolhe a segunda opção. Ela anda até ele, que já está se despedindo da moça. Quando a mulher está longe o suficiente, Atena se aproxima.

— Ei, tá tudo bem? — ela toca o braço dele, fazendo o mesmo virar de frente para ela.

Reiner analisa a feição preocupada dela, mas que antes estava leve; alegre, até. Então, ele decide não estragar o humor dela com problemas que não têm nada a ver com ela. Bem, em partes.

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