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EREN's POV

A carne é fraca. E é por esse motivo que isso aconteceu. Ou talvez eu estou sendo ridículo por querer culpar qualquer coisa que não seja eu, por ter feito exatamente o que Atena queria — mesmo quando fui trocado pelo Galliard.

Convenhamos, durante o sexo nós falamos o que a outra pessoa quer ouvir.

E por isso, se ela realmente estava sendo sincera, então ela que demonstre em ações — e de preferência, quando nós não estivermos na cama, prestes a ter um orgasmo. Se é que me entende.

Eu sento na beira da cama quando termino de analisar meus pensamentos. Atena ainda está dormindo como um anjo, e isso me irrita. Me irrita porque a beleza dela me deixa desnorteado.

Graças ao bom Deus, hoje eu entro no trabalho mais tarde. Hange me deu essa folga porque eu simplesmente disse que iria precisar — como a boa segunda mãe que ela é. Levanto da cama, com cuidado pra não fazer muito barulho, e vou até o banheiro fazer o que sempre faço; escovar os dentes, banho e afins.

Depois de longos minutos, eu saio do banheiro com uma roupa confortável — já que vou ficar em casa por agora — e percebo que ela não está mais na minha cama. Franzo o cenho e solto um riso baixo, cansado demais para me importar.

Mas eu logo entendo tudo quando ela entra no quarto feito um furacão, com o cabelo penteado porém molhado. Atena tomou banho no banheiro do quarto de hóspedes e agora vai dizer que precisa ir pra casa porque está sem nenhuma roupa, além do vestido — inclusive, ela está de toalha nesse exato momento.

— Eu vou indo, tô atrasada pra aula e preciso passar em casa antes. — avisa com pressa, me olhando enquanto estou deitado confortavelmente na cama.

— Respira. — brinco, levantando da cama pra me aproximar dela. — Faz o seguinte, vai com uma roupa minha e na volta você passa aqui em casa pra me devolver. — sugiro, acariciando um de seus braços.

— Por acaso, isso é uma desculpa só pra me ver de novo mais tarde? — brinca de volta, com uma sobrancelha arqueada. — Era só ter falado, Eren. — debocha, passando os braços em volta da minha cintura e me dando um beijo rápido no pescoço.

— Nunca duvidei da sua inteligência. — respondo com humor, afirmando que sim, ela está certa.

Nós rimos fraco e antes que ela pudesse se afastar, eu seguro seu rosto cuidadosamente e roubo um beijo. Atena sorri de lado e eu seguro sua cintura, a conduzindo para o meu closet.

Ela cruza os braços e fica parada no canto, olhando eu escolher uma roupa pra ela. Eu abro a primeira gaveta e pego uma camiseta branca com uma estampa simples, logo abro a segunda gaveta e pego uma calça jeans — larga — cinza.

Jogo as duas peças no ar e ela segura em meio à risos. Eu sorrio divertido e faço um sinal pra ela vestir a roupa que eu escolhi.

— Vou confiar no seu senso de estilo. — fala com humor e eu sorrio vitorioso. — Já volto! — ela diz e antes que eu pudesse responder, a mesma já tinha sumido.

Não entendo o motivo de toda essa vergonha se eu literalmente vi tudo ontem.

Eu me apoio no armário de braços cruzados, esperando ela voltar. Quando volta, eu reprimo um sorriso satisfeito. Atena revira os olhos e solta uma risada baixa, se aproximando de mim.