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EREN's POV

Eu apareço na porta da sala, e a Hange me fuzila com o olhar. Sim, eu extrapolei no atraso, mas a culpa não é inteiramente minha, e sim do meu cansaço extremo também. Me aproximo dela e coloco o jaleco, sentando na primeira cadeira que aparece na minha frente. Minha cabeça está apoiada na parede e meus olhos estão quase fechando.

— Alguma dúvida? — Hange pergunta pra sala, e todos negam. — Certo. Então, vamos comer! — ela sorri animada e eu franzo o cenho, sem entender nada. — Você é burro? Eu fiz um bolo pra você, aniversariante. — eles riem e eu rio junto, querendo sumir por não estar na vibe de comemorar com esses alunos.

— Valeu. — eu sorrio quando ela coloca o bolo na bancada central.

É de morango com leite ninho. Digamos que ela me conhece bem. Hange começa a cortar os pedaços e obviamente eu fico com o primeiro.

— Quero o segundo! — Connie exclama, arrancando da mão dela.

— Posso ficar com o terceiro? — uma aluna aleatória me encara e eu dou de ombros. — Obrigada, Eren. — ela sorri de lado, acariciando meu braço.

— De boa. — sorrio fraco, mas achando um pouco estranho.

— Cadê a Atena? — Hange pergunta, passando o olhar pela sala.

— Oi. — escuto a voz familiar e sorrio involuntariamente.

Ela se aproxima da bancada e pega o pedaço de bolo, elogiando a Hange ao comer o mesmo. Eu volto a sentar no meu lugar, pra comer em paz. Porém, aquela aluna se aproxima de mim e eu sou obrigado a forçar simpatia.

— Feliz aniversário. — a ruiva diz com um sorriso simpático, me analisando.

— Obrigado. — respondo no mesmo tom, e ela encara o meu pescoço.

— CY? Posso perguntar o significado? — ela passa a ponta dos dedos por cima da minha tatuagem.

Acho que ela gosta de me pegar desprevenido.

— As iniciais da minha mãe. — sorrio sem mostrar os dentes, um pouco melancólico por lembrar dela. — Posso perguntar o seu nome? — eu arqueio uma sobrancelha e ela ri baixo, concordando.

— Amélia. — eu concordo com a cabeça, sorrindo. — Sabia que sou mais velha que você? — ela me pega desprevenido de novo e eu nego com a cabeça, rindo fraco.

— Quantos anos você tem, senhora? — ironizo, e ela bate no meu braço.

— Vinte e cinco. — responde, abrindo um sorriso vitorioso.

— Só três anos mais velha? — provoco, e ela revira os olhos em meio à risos.

— Você queria que fosse mais? Não vem me dizer que você tem mommy issues... — Amélia fala com humor e eu coço a nuca, rindo.

— Eu perdi minha mãe num acidente de carro, isso é considerado mommy issues? — arqueio uma sobrancelha, e a feição dela fica cabisbaixa.

— Meus pêsames, Eren. — ela acaricia o meu braço, novamente, e eu nego com a cabeça, querendo mudar de assunto.

— Foi há muito tempo. — sorrio fraco, levantando da cadeira, na intenção de deixar o meu prato vazio na bancada.

— Mesmo assim. — ela me olha com pena e também coloca o prato na bancada.

Quando eu paro de focar na conversa por um minuto, me dou conta de que a Atena estava na sala durante todo esse tempo. Agora eu estou me sentindo culpado, mas racionalmente falando, não temos nada oficializado.

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