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STORYTELLER's POV

A noite é uma criança. Especialmente essa noite, porque são duas horas da manhã e Eren, Armin, Mikasa, Connie e Sasha estão na balada mais conhecida de Culver City — e eles estão longe de ir embora. O local está muito cheio, cheio no nível em que as pessoas precisam encostar umas nas outras para andar. As luzes coloridas dominam o lugar, e o DJ está tão animado que parece que a música nunca vai acabar.

Eren está no centro do local, assim como o resto dos amigos. Ele e Connie estão se mexendo de acordo com a batida da música eletrônica, enquanto Armin dança timidamente. Mikasa e Sasha fazem movimentos sensuais, assim como a convidada especial da noite.

Hitch Dreyse. Ela foi um antigo caso do Eren, mas quando se vêem, o caso parece ser recente — porque não conseguem ficar sem tocar um no outro.

Contudo, hoje, algo — ou alguém — dentro do coração do Eren, está tirando completamente a sua vontade de ficar com outras mulheres.

— Eu tô muito louco! — Connie exclama pro Eren, que ri concordando.

— Percebi! — exclama de volta, por conta da música alta. — Connie, eu vou ligar pra ela. — ele diz levemente bêbado, perto do ouvido do amigo que franze o cenho.

— Que porra você tá falando? — Connie gargalha, olhando a feição não-sóbria do mais alto. — Cara, supera que ela te trocou pelo Galliard. Ele é bonitão! — provoca, rindo da reação imediata do Eren.

— Bem engraçado você... — ironiza, dando um tapa na cabeça dele. — Foda-se, não vou ficar encanado com isso. — suspira pesado, tomando um gole do drink. — Ou vou? — franze o nariz, caindo na gargalhada com o amigo.

A verdade é que ele vai continuar encanado.

Por causa de situações do passado, Eren desenvolveu um certo bloqueio sentimental. Ele não se vê capaz de expressar verdadeiramente o que sente e nem sente necessidade de abrir o seu coração para alguém — porque da última vez em que ele abriu, sua ex-namorada não quis entrar. Ou melhor, ela entrou, bagunçou e foi embora, sem mais nem menos. Eren é inseguro com relacionamento sério.

Traumas são complicados. Eles te perseguem por muito tempo, às vezes nem vão embora. E para curar a ferida, é necessário se arriscar novamente, e esperar que dessa vez, dê certo. Mas Eren não está pronto para se arriscar de novo.

Ou não estava, até reencontrar Atena.

(...)

— Você é uma mulher interessante, Atena. — Galliard diz com humor, enquanto toma um gole da taça de vinho. — Tenho certeza que você tem muitas opções, então obrigado por ter aceitado o meu convite. — sorri, ela retribui com um sorriso tímido.

— Você também não é tão mal... — brinca, ele ri nasalado. — Ah, sei lá, não gosto de tratar as pessoas como opções, a não ser que elas sejam superficiais o suficiente para aceitarem serem chamadas desse jeito. — explica, interessada no assunto.

Galliard, porém, não está. Porque ele franziu o cenho ao ouvir o argumento dela, como se a mesma tivesse falado algo absurdo.

— Acho que você colocou uma intensidade desnecessária nesse seu pensamento. — diz com certo humor, rindo fraco.

Atena pressiona os lábios e sente o arrependimento invadir o seu ser. Primeiro, porque ela acabou de perceber que ele é uma dessas pessoas superficiais. Segundo, porque o Eren jamais faria pouco caso de qualquer pensamento dela. Seja qual for, ele ainda iria sorrir e olhar para ela com a maior atenção do mundo.

SELF CONTROL » eren Onde histórias criam vida. Descubra agora