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STORYTELLER's POV

Eren não sentia essa sensação desde a morte dos pais. A sensação de precisar urgentemente sumir e tirar um tempo para ele — afinal, suas atitudes não condizem com o que ele prega. Ficar sem a Atena o afetou mais do que deveria e ele se pergunta quando se tornou esse tipo de cara.

Talvez quando descobriu que ela está de gracinha com o Reiner há um tempo.

Yeager sabe que tem a sua parcela de culpa; até porque se não tivesse, a Amélia não estaria nesse exato momento na cama do mesmo. Ainda assim, ele pensa sobre a reação exagerada da Atena, que só serviu pra deixar ele mais frustrado com a situação. Ele costuma pensar que a Amélia não chega nem aos pés da Atena, e não vê motivos de ainda continuar com ela. Na verdade, ele sabe que esteve errado desde o início.

Eren não bebe há uns dias, e pretende continuar assim por mais um tempo. Depois do que aconteceu com o Reiner, ele não pretende tocar numa garrafa de cerveja tão cedo. Em nenhum momento ele quis dizer aquelas palavras, mas o álcool o fez misturar os pensamentos e ele fez o que mais temia: descontar a raiva nele, que não tinha nada a ver com isso.

A solução era simples: conversar com a Atena. E só.

— Você precisa ir embora. — Eren diz assim que senta na beira da cama, passando as mãos pelo rosto.

— Qual é o seu problema? — Amelia retruca, e ele sente o colchão se mexer com a saída dela.

Eren ignora a pergunta da mulher, visto que ele pensa que não é obrigado a dar satisfações. Principalmente agora, que a Atena provavelmente está no avião, chegando na Itália. Ele respira fundo, encarando o chão; pensando sobre maneiras de se redimir por tudo que ele fez. Amélia passa pelo quarto com as roupas na mão, e ele continua estático, ignorando cada movimento.

— Tô indo, e não esquece de marcar a consulta com o psicólogo. — ela avisa e ele concorda com a cabeça.

Eren pensa que cometeu um erro enorme de desabafar com ela, já que agora Amélia insiste em dizer para o mesmo fazer terapia. Ele não precisa das instruções dela — mesmo sendo o mais novo da relação. Até porque, Yeager fez terapia por dois anos e sabe o quão benéfico isso é para ele.

Agora são duas horas da madrugada de um sábado e ele sente a necessidade de ver o Reiner. E a Atena. Ele sente que precisa do amigo e da mulher que é apaixonado há aproximadamente uma eternidade. Ou desde a viagem de Bahamas. Sem pensar muito, Eren anda até o banheiro e toma o banho mais rápido de toda a sua vida.

(...)

— Já vai. — a voz da Atena ecoa contra a porta e o estômago dele se contorce ao perceber que ela ainda está em casa.

A porta se abre e o Eren prende a respiração. Ela está o olhando com uma expressão incrédula, enquanto ele suspira pesado; se preparando para o que está por vir. Verdade seja dita, ele não esperava que ela ainda estivesse em casa.

— O que você tá fazendo aqui? — Atena quebra o silêncio enquanto se apoia na porta, como se estivesse querendo esconder algo.

De fato, ela está escondendo algo.

— Eu me arrependo. — Eren diz de uma vez, e sente um peso saindo dos ombros. — Eu nunca estive tão arrependido de algo em toda a minha vida. — engole o nervosismo, e ela o olha com certa pena. — Eu também iria preferir o Reiner, mas... — ele ri cabisbaixo, se aproximando da Atena. — Mas ele não te ama como eu te amo. — completa, segurando a mão direita dela. — E eu sei que fui imaturo, você não precisa me perdoar. — ele acaricia a área, enquanto Atena engole em seco. — Mas se você escolher outra pessoa, eu não vou dizer que quero ter, no mínimo, a sua amizade. Porque eu não quero ser só o seu amigo. Nunca quis. — ele sorri fraco.

SELF CONTROL » eren Onde histórias criam vida. Descubra agora