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ATENA's POV

Itália nunca esteve tão quente. Talvez esteja quente demais porque eu estou nervosa demais e consequentemente meu corpo está quente demais? Sim. Mas, de qualquer forma, está quente. E o sol está brilhando no céu. Respiro fundo e sorrio, tentando ignorar o fato de que minha vida amorosa está uma completa bagunça. Eu estou na Itália, isso é motivo suficiente pra sorrir. Porém, quando me dou conta de que só estou aqui porque vou me reencontrar com meus pais depois de anos, meu sorriso se desfalece aos poucos.

É uma merda estar aqui sem uma companhia que me deixe confortável; sem o Eren.

Entretanto, prometi à mim mesma que não pensaria nele durante esses dias. Eu sou uma mulher independente, que não precisa de absolutamente nenhum homem pra me completar; mas eu não reclamaria de ter o Reiner como meu complemento.

Tá bom, parei. Eu realmente não preciso de homens.

Minhas mãos estão suando, porque eu acabo de avistar a casa de férias dos meus pais. Eu pago o taxista e o agradeço antes de sair do carro e pegar minhas bagagens do porta-malas. Eu me aproximo da casa, dando uma última olhada em minha volta só pra perceber pela segunda vez o quão isolada essa casa é da cidade. Estou basicamente num campo infinito, sem nada em minha volta. É preocupante, mas lindo. Clareio a garganta e toco a campainha.

A porta enorme de madeira branca se abre, e eu engulo em seco quando vejo os meus pais. Eles continuam com os mesmos traços, só estão mais velhos, obviamente. Eu fico estática, sem saber muito bem o que fazer.

— Atena! — minha mãe exclama enquanto sorri, me puxando pra um abraço apertado; não sei dizer se ela está sendo falsa ou genuína.

Eu sorrio fraco quando me afasto, dessa vez meu pai se aproxima de mim e me abraça, em silêncio. Verdade seja dita, eu sempre preferi meu pai. Ele sempre foi uma figura mais estável do que a minha mãe, e eu sempre tive a impressão de que ele não consegue ser falso com as pessoas. Eu o abraço forte, me batendo mentalmente pelo fato de que eu senti falta dele, mais do que gostaria de admitir.

— Espero que você esteja bem, filha. — ele diz perto do meu ouvido e eu concordo com a cabeça, sorrindo.

— É... — coço a nuca. — Obrigada pelo convite. — sorrio nervosa pra eles.

— A casa é sua, você pode vir sempre que quiser. — meu pai responde mais rápido do que a minha mãe, que o encara com uma expressão estranha.

Eu me assusto quando uma moça aparece do nada, pegando minha mala do chão. Eu sorrio quando vejo que aparentemente é a moça que trabalha aqui. Eu agradeço com um sorriso e ela sorri de volta, em silêncio. É como se ela não fosse autorizada a falar.

— Sinta-se em casa, Atena. — minha mãe diz num tom de voz autoritário e eu quase estremeço. — Eu e seu pai temos que sair pra comprar as coisas pro jantar, então não estranhe se não estivermos aqui. A dona Vera está a seu dispor, não hesite em pedir qualquer coisa que seja. Espero que você aproveite seu final de semana na nossa casa. — ela completa e eu sorrio, concordando.

— Pode deixar, obrigada novamente. — respondo e eles se despedem brevemente antes de sair pela porta.

Eu finalmente solto o ar que estava segurando desde o momento que pisei nessa casa e começo a andar, fazendo um auto-tour pelo lugar. A casa é impecável, desde o design italiano até a qualidade da limpeza. É tudo muito lindo e espaçoso, transmite uma energia de paz, é realmente uma casa de campo igual dos filmes. Se não tivesse a minha mãe agindo como se não tivesse me abandonado há anos, eu com certeza não teria reclamações.

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