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ATENA's POV

Estou decidida a faltar hoje. Não existe nenhuma possibilidade de eu permanecer na mesma sala que o Eren e o Galliard. É bizarro — estou me sentindo como a personagem principal daqueles filmes clichês em que a menina é disputada por dois homens atraentes.

Por outro lado, me sinto extremamente mal pelo Eren. Nós literalmente transamos na noite anterior e no dia seguinte eu simplesmente saí com o Galliard, de novo.

Eu não espero que o Eren entenda — mas não iria reclamar se ele tentasse entender o meu lado.

Estou deitada na minha cama. Meu lençol de seda insiste em me lembrar do Eren, da vez em que nós dormimos — abraçados — aqui. E do comentário ridículo dele.

Depois de longos minutos, eu tomo coragem pra levantar da cama e tomar um banho demorado. Ao sair, coloco minha roupa de academia e me preparo para dar uma corrida pelo bairro.

Estou precisando espairecer.

Deixo meu celular em casa — quero ouvir o barulho dos carros, dos pássaros, das folhas se mexendo.

Eu tranco a porta antes de começar a correr pela calçada. O dia está lindo, quente e ensolarado. Sim, eu faria qualquer coisa pra pular numa piscina agora. Mas, em vez disso, eu tomo uma respiração e acelero meus passos, gostando da sensação de liberdade.

(...)

Chego na lanchonete que sempre venho comer, pingando e ofegante. Eu permaneço fora do estabelecimento por alguns minutos, para parecer — pelo menos — um pouco apresentável. Quando vejo que minha respiração volta ao normal, eu entro na lanchonete.

— Bom dia! — falo, sorrindo ao ver a atendente que sempre me atende.

— Oi, Atena! — ela sorri de volta, atrás do balcão. — Como posso te ajudar hoje? — pergunta.

— Vou querer uma salada e um suco de maracujá. — respondo, sentando na cadeira giratória.

— Tudo bem. — concorda com a cabeça, saindo do meu campo de visão para levar o pedido à cozinha.

Respiro fundo, me sentindo entediada por estar sem o meu celular. Mas, é sempre bom fazer um detox dele. Olho em minha volta, percebendo que o estabelecimento está relativamente cheio. Meu olhar involuntariamente cai numa mesa onde está uma família feliz — aquilo que eu nunca tive a oportunidade de ter.

Eu sou muito amargurada.

Solto uma risada baixa, batucando os dedos na mesa. Começo a pensar na minha vida acadêmica e sinto um leve desespero ao lembrar que as provas estão prestes a começar — e tem uma matéria que eu estou com bastante dúvida.

Eu tinha o Eren para me explicar, mas depois de ontem, não tenho certeza se ele ainda quer olhar na minha cara — provavelmente não. Suspiro pesado, já sabendo que vou ter que me virar sozinha.

Ou não. Deus, conto com você.

Meu pedido chega e eu me satisfaço rapidamente. A melhor coisa é comer depois de uma longa corrida. Assim que eu acabo, deixo a quantia de dinheiro necessária nas mãos da atendente.

— Valeu, Tena. — ela sorri, e eu sorrio de volta antes de começar a andar para sair da lanchonete.

Estou me sentindo estranhamente leve, o poder dos exercícios físicos realmente são de impressionar. Dou início à minha caminhada de volta pra casa, respirando o ar puro e quente da cidade.

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