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EREN's POV

Acordo com a luz solar invadindo — bruscamente — o quarto da Atena. Meus olhos claros se irritam com a claridade e eu me pergunto o motivo de ela dormir com as cortinas abertas. Respiro fundo e fico em silêncio, refletindo sobre as escolhas da minha vida.

Ao olhar para o lado, vejo ela dormindo calmamente, em cima de mim, com um braço apoiado na minha cintura. É, realmente nunca imaginei estar numa situação como essa — eu costumo fugir de afeto e de qualquer demonstração de amor possível.

Mas, como Atena mesmo disse — com tanta convicção — eu voltei pra ela. Eu procurei ela, porque ela estava certa. E eu estava errado.

Afasto meus pensamentos e decido que tenho que levantar, mas sua respiração suave me faz querer ficar na cama com ela o dia inteiro. Atena dorme como um anjo, e nem é brincadeira.

Tomo coragem e tiro, com cuidado, o seu corpo de cima de mim. Ela se mexe com a troca de posição repentina mas continua de olhos fechados, e eu sorrio fraco antes de a cobrir com o lençol novamente. Franzo o cenho quando percebo o que acabei de fazer.

Me arrumo rapidamente e saio do quarto dela. Passo pelo corredor, sala e cozinha, até chegar na porta e abrir a mesma. Entro no carro e dou partida para minha casa. No caminho, não consigo evitar o pensamento de que eu preciso parar de fugir da casa das pessoas antes de elas acordarem.

(...)

Estou andando pela casa com certa pressa. Acabei demorando mais que o esperado no banho — por nenhum motivo específico. Dou uma última olhada na sala e sorrio satisfeito ao ver o local arrumado.

Muito melhor assim.

Pego a chave do carro e novamente estou dentro dele, indo buscar o Jean. Ele achou que tinha se livrado da conversa, mas felizmente eu não esqueci.

Por morarmos relativamente perto, o caminho foi rápido. Ele já estava me esperando do lado de fora da casa dele, o que me fez rir fraco.

— E aí. — me cumprimenta enquanto se acomoda no banco do passageiro.

— Tranquilo? — pergunto, o olhando de relance enquanto descanso uma mão no volante.

— Sim, e você? — suspira, evitando contato visual comigo.

— Também. — respondo, conectando meu Spotify no carro. — Cara, vou ser direto. — coloco uma música aleatória do The Weeknd. — Você foi muito cuzão com a Mikasa, espero que saiba disso. — falo sem rodeios, o encarando.

— Eren, você não entende... — reclama, e eu cruzo os braços. — Eu só quero que ela me queira, é pedir muito? — pergunta com um olhar triste, e eu vejo o mesmo desespero que senti na festa, com a Atena.

— Eu entendo. — admito. — E, sendo sincero? Sim, é pedir muito. — falo com humor e ele ri de lado. — Eu sei que é difícil aceitar, mas não força a barra. Caso contrário, ela vai te odiar. E ela já está começando a fazer isso... — aviso, arqueando uma sobrancelha.

— Eu jamais me perdoaria por isso. — encara o chão.

— Jean, você tem a chance de consertar isso. — falo como se fosse óbvio, rindo fraco.

— Eu sei, eu sei... — coça a nuca. — Mas é difícil. — bufa irritado.

— Só fala que você sente muito, cara. — explico, encostando a cabeça no banco. — Mas seja sincero, e vê se nunca mais faz essa merda que você fez. — o encaro de lado, ele parece pensativo.

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